sexta-feira, julho 29, 2005 

Despeito



A camisola 8 foi atribuída a Luís Loureiro.

 

Não acredito que alguém disse isto

- Ela fuma muito, não fuma?
- Aí uns dois maços.
- Mas sabe-te a amor, não te sabe a cigarro.


Efectivamente, escuto as conversas dos outros.

 

Not so bad case scenario

"You know, for me life is divided between horrible and miserable.
Life is horrible for those who are crippled, disabled and hadicapped.
All the rest are miserable.

We should be happy we are miserable."


Annie Hall / 1977

 

Post pré fim de semana

Gosto de tecnologia, incluindo infra-vermelhos, teclados e ecrãs. Gosto do arrumadinho dos arquivos e dos ficheiros. Desalinho com aqueles que abominam o digital por idolatria ao papel. Preciso, no entanto às vezes do papel: só ele é, sensualmente, sujeito passivo de verbos de coisas inacabadas como escrevinhar, rabiscar, rasurar, amarfanhar e amarrotar.

 

Stress

Conseguira enganar as Finanças.
O selo do imposto municipal sobre veículos só foi comprado 7 dias depois do fim do prazo e ninguém barafustou, multou, sequer reparou.

Mas precisa de comprar um novo desodorizante. Andou stressado nos últimos dias.

 

Pledge

Sou tão pouco apegado à pátria que a primeira vez que me senti cidadão foi quando entrei na Loja.

 

Contraditio

Eu sou à margem,

mas gosto de me sentir acompanhado.

quinta-feira, julho 28, 2005 

Não quero parecer obsessivo, mas

 

Completa qualquer musicoteca

 

Turning point

Estava cansado de ler "Em busca do tempo perdido".
Fechou o livro, jurou para nunca mais, e saiu de casa à procura de uma daquelas miúdas com um cinto de picos.

 

Aversão a ser definido "por referência a__"

"Quem é que é um gajo alternativo, hã?"

 

Porta-aviões ao fundo



(...)
For you, comfort and calm are very important.
You tend to thrive on your own and shrug off most affection.
You prefer to protect your emotions and stay strong.


World´s shortest personality test apud Educação Sentimental

 

Perspectivas e Locuções

Já não é a primeira vez que tendo começado uma opinião crítica por "Apesar de" emendo de seguida a voz para "Sobretudo porque".

 

L´eterne seconde


Jacques Anquetil (1934-1987) e Raymond Poulidor (1936- ).

Nos anos sessenta, Jacques Anquetil dominou o ciclismo mundial, tendo vencido cinco Tours de France (1957 e 1961 a 1964), relegando o filho pródigo do público francês Raymond Poulidor ("Poupou" ou "l´eterne seconde") para cinco segundos lugares.

O Mont Ventoux, Alpe d´huez e Le Côle de la Madeleine eram palcos de uma luta fratricida entre Anquetil e Poupou, com sentido único, sempre do lado de Anquetil.
Jacques, que afirmou aos ingleses que o apoiavam estar "in it for the money", viria a abandonar a modalidade após ter conseguido a proeza de vencer o Tour, Giro e Vuelta no mesmo ano (1964).
A razão era apenas uma: apesar de vencedor incontestado, Jacques nunca percebeu porque o público francês em peso sempre apoiou o carismático Raymond Poulidor.
Apesar da rivalidade acicatada e de despiques acesos nas montanhas francesas (v. imagem) ambos ficaram amigos próximos depois de pendurada a bicicleta.

Em 1987, Raymond Poulidor chamou Jacques Anquetil à sua casa de Paris e confessou-lhe estar a passar um momento terrível, uma vez que lhe tinha sido diagnosticado cancro e lhe restavam seis meses de vida.
Anquetil, com enorme grandeza, mas sempre ao seu estilo, sorriu e respondeu: "Como sempre... nunca passarás de segundo."

Jacques Anquetil viria a falecer, três meses mais tarde, devido a um cancro no estômago.
Poupou, "l´eterne seconde", ainda é habitual comentador de ciclismo na TV Plus Francesa.

 

Manisfestações complexas

Pelo que às vezes me é dado a ver, do complexo ao complexado vai um instantinho.

quarta-feira, julho 27, 2005 

Acomplishment /retrospectiva ao escrito em posts anteriores

- Trabalho
- Férias
- Política
- Música
- Música
- Inanidade
- Inanidade
- Inanidade
- Música
- Política
- Cinema
- Férias
- Inanidade
- Inanidade
- Inanidade
- Inanidade
- Inanidade
(...)

Maioritariamente, portanto, e conforme planeado ab initio, um blogue de inanidades.

 

Trabalho de equipa

"Fecha aí a porta do gabinete para se poder ouvir música em paz."

 

Consumido por minutos úteis em vão



Um gin tónico,por favor.

 

Mário Soares

Dei hoje por mim a acordar mais uma vez às sete da manhã, sem razão aparente. Confesso que isto me custa, sobretudo porque tinha um orgulho enorme no meu, até há bem pouco tempo, sólido e inabalável sono. Contigências da finitude. O tempo passa por e para todos.

 

Já não tenho paciência para a Beth Gibbons


Dêem-me Beth Orton.

 

Feist - Hard Club / Cais de Gaia - 26/07/2005



Curiosamente o Hard Club estava praticamente vazio, o que facilitou que estivesse tão perto que conseguia ver as cordas mexer.
Foi um concerto devidamente intimista, com muitos esquecimentos de letras, muitas interrupções do género "Will that guy shut the hell up?", o pouco profissionalismo fashion, muitos agradecimentos e muitas histórias.
Ficámos todos a saber que a Feist conheceu o Erland Oye (Kings of Convenience) num festival de música electrónica em 2003, Lisboa, onde ambos faziam de DJ´s, quando nunca suspeitariam que, na realidade, ambos eram cantautores de música calmo-quietinha.
Neste tema, porém, nunca esperei ouvir tanta guitarra distorcida desta menina canadiana. Não raras vezes aparecia ali uma atitude muito punk rock, se bem que sempre irónica.

O album foi praticamente todo tocado, acrescido de um punhado de novas canções, segundo Feist, duas delas escritas naquela manhã a olhar para o douro. Uma delas é bastante boa e o refrão é qualquer coisa como "Before you marry him, go see where he lays...". Fiquem atentos.
O último encore contou com uma versão de "Build up" dos Kings of Convenience e terminou com uma extensíssima "Let it die (and get out of my mind)", seguida de uma juvenil vénia, beijinhos e "Now go home with this lullaby i played you".

E eu fui, mas lisboa ainda era longe.

Post Scriptum - Publicarei algumas fotos assim que tiver dinheiro suficiente para carregar o meu telemóvel, para que as possa enviar para o email e fazer o subsequente upload.

terça-feira, julho 26, 2005 

Das tormentas à boa esperança

Ao fim e ao cabo, não é nada do outro mundo.

 

O papel de parede e a máquina do tempo.

Rasgar a nossa história para a voltar a escrever era fazer fraca figura.

No que já passou, continuamos juntos e partilhados. Espartilhados.
Os dois trémulos, absolute beginners.

 

Fight Club

Aquele que eu sou cumprimenta melancólico aquele que eu gostaria de ser.
Soren Kierkegaard

Foi a Rita que encontrou a frase. Obrigado Rita. 100 pretextos

 

Always on the run



Hoje fujo para o Porto, mas por uma boa causa.
Feist às 22horas, na invicta cidade.

 

Da perspectiva

Onde muitos vêem a (existente) coragem política de Mário Soares em avançar para uma candidatura presidencial, pode bem enxergar-se alguma cobardia política do PS em não apoiar nem avançar com novas soluções, receando que sejam eleitoralmente estralhaçadas por Cavaco Silva.

Soares, independentemente da saudade que sinta do campo de batalha político, da vontade e sentido de Estado em avançar, é um ás de espadas guardado e tirado da manga do PS, apenas e só quando a parada subiu do outro lado (60% nas sondagens).
Não me convencem que seja uma candidatura natural. Natural é que não é.
É uma candidatura recurso, que transpira carisma, bem entendido, mas remonta a tempos idos em que o paternalismo político e a liderança imagética nos devia tirar de um suposto poço onde caímos. Para mim, guardo que, sem sombra de dúvida, é uma candidatura garantística (no mau sentido da palavra) e, a todos os títulos, conservadora.

A candidatura de Mário Soares, ao contrário da sua figura, não me transmite calma nem segurança. Dá-me, por outro lado, a nítida sensação que este país é destituído de novação política. Dá-me a sensação onde temos apego de autarcas ao poder, temos igualmente apego das massas a líderes. E pior, faz-me pensar que devagar, muito devagarinho, este país vai andando para onde não deve, de marcha a trás.

 

Sarcáustico


Gustave Kervene / Benoit Délepine - Aaltra / 2004

Negro mais negro, humor não há.
Longe ou perto de si, está no King e tem de ser visto.

 

A contar os dias úteis



Tantas praias, tão pouco tempo.
E tantos corpos que pedem férias.

 

Toque pessoal

Os móveis da minha casa não estão dispostos em harmonia,

os móveis da minha casa estão dispostos em ironia.

segunda-feira, julho 25, 2005 

Vale a pena citar o actual escritor fétiche do Gonçalo

Luiz Pacheco

In Metablog

 

A meteorologia prevê uma chuva de sapos



Há coisas estranhas a acontecer à minha volta.

 

Portugal



Óptima imagem auto-explicativa, roubada e publicada no Lóbi do Chá.

Recauchutamos ídolos.

 

Fuck l´amour, vive le glamour

Mundo descartável, este.

 

Uma campanha alegre

Seguindo a coragem e determinação política de Mário Soares, José Hermano Saraiva decidiu concorrer às presidenciais como candidato independente.
Pouco depois, Eurico de Melo decidiu rivalizar com Cavaco como candidato presidencial social democrata, reclamando "mais experiência".
E quando a ruptura era mais que evidente, eis que Adriano Moreira se reconcilia com o CDS/PP e avança contra os seus congéneres do bloco central.

E pergunta-se: Porque não?

Para mim, não.
Não porque se trate de octogenários. Simplesmente porque as referências, sendo necessárias, têm limites. E importa não esquecer que a democracia assenta no princípio da rotatividade que, na minha opinião, não se refere estritamente ao nível partidário.

Post scriptum - Pura e simplesmente não me consegui lembrar de um idoso que concorresse pelo BE. O que, com o valor que isso tem, posso dizer que também não augura nada de bom.

 

Estado em que um dos administradores deste blogue se encontra



"Sim, posso ser preconceituoso, mas pelo menos sou de esquerda."
Woody Allen / Annie Hall - 1977

domingo, julho 24, 2005 

Inversão metodológica

Eu não penso em todas as coisas que podia fazer enquanto estou a dormir.

Eu penso em todas as vezes que podia estar a dormir enquanto estou a fazer as coisas.

sábado, julho 23, 2005 

We are ugly


Lou Reed and Nico/1966 - Velvet Underground

but we have the music.

 

Apontamentos de Sábado

A liberdade é uma coisa assustadora.

Muitos dizem que a querem mas, na realidade, muito poucos a desejam.

sexta-feira, julho 22, 2005 

Eu hoje acordei três quartos de hora atrasado para uma reunião

(Sem imagem)

Cada dia mais perto do full time blogging.
I am Jack´s lazy employee.

quinta-feira, julho 21, 2005 

Toda a verdade sobre ti

Toda a verdade
______________

Ti


E agora que o engano foi exposto?

 

Ainda tanto por viajar



Andava há séculos à procura de uma foto com o Tom, o Vinícius e um cigarro.
Encontrei-a na praia, por entre uma onda e um grão de areia.

 

Eu ainda digo telefonia em vez de rádio

KEXP 90.3 FM - Seattle.

No sex, no drugs.
Just indie rock and roll.

 

Coisas que nunca mudam



As coisas chegaram primeiro e já sabem que é para setembro.
É bom ser amigo de quem sabe do assunto.

 

Eu que nunca principio nem acabo

Poema do silêncio (Outro excerto / estrofes III a V)

Eu, o meu eu rico de baixas e grandezas,
Eis a razão das épi-trági-cómicas empresas
Que, sem rumo,
Levantei com sarcasmo, sonho, fumo...

O que buscava
Era, como qualquer, ter o que desejava.
Febres de Mais. Ânsias de Altura e Abismo,
Tinham raízes banalíssimas de egoísmo.

Que só por me ser vedado
Sair deste meu ser formal e condenado,
Erigi contra os céus o meu imenso Engano
De tentar o ultra-humano, eu que sou tão humano!

 

Eu hoje acordei Jamiroquai



Com o funk na alma e umas adidas gazelle a condizer com a gravata.

 

Lifestyle (em português errado) ou o Síndroma da inefectivação

Eu é só potencial!

 

E eis que a razão de ser dos próximos dez meses depende de um puto



...ainda sem idade para beber uns canecos.

quarta-feira, julho 20, 2005 

Equilíbrio emocional

Alcanço-o às 8:45m da manhã, de boxers e t-shirt e a caminho do lavatório da casa de banho.

Justamente no momento em que não tenho qualquer tipo de ideia na cabeça, nem ninguém que a pudesse ouvir dizer.

 

Need direction to perfection. Help me out.

 

Decisão

Estava farto de vestir aquela capa estreita, sem honra nem floreados.
Cansado de mexer nas cassetes, ser tratado pelo primeiro nome e bater à máquina o que condescendentemente lhe ditavam.
Não mais ficaria sentado um degrau abaixo.

Foi então que amordaçou o juiz e o trancou na sala de arquivo.
Decidiu ir conduzir o seu próprio julgamento.

 

Att. Ordem dos Advogados

Exmos Srs.

Por manifesto lapso, fui destacado para uma escala no Departamento de Investigação e Acção Penal numa data em que me encontrarei de férias no leste europeu.

Tratem de corrigir o equívoco porque não vou por lá os pés.

Ao dispor para qualquer esclarecimento que reputem necessário,
Com os melhores cumprimentos,

o colega atento,

 

O Id, o Ego e o outro que é insuportável III ( e último) - Outras coisas que gostava de ouvir de um psiquiatra

Vamos ser frontais:
As coisas assim não estão bem.

 

Those with a broken wing

- "É só que..."
- "Ouve, eu também tive uma miúda uma vez.
Depois as coisas não correram bem como deviam ter corrido.
Agora eu é mais columbofilia, pesca de alto mar e uma garrafa de tinto "Luís Pato"! Percebes o que te estou a tentar dizer??!"

 

O Id, o Ego e o outro que é insuportável II - Coisas que gostava de ouvir de um psiquiatra

- Ó homem, vá-se tratar.

 

O Id, o Ego e o outro que é insuportável I - Conflito Motivacional


terça-feira, julho 19, 2005 

E.T.

Cada vez me torno um maior admirador de Pedro Mexia.
Não necessariamente pelos seus comentários no Eixo do Mal, que raramente vejo, mas pela capacidade de se adicionar a ele próprio como objecto do seu incrível sentido de humor (que, por vezes, produz justificados sentimentos de repulsa) e também pelo óptimo gosto musical que sempre faz questão de mostrar que tem.

Todavia, neste concreto momento, é sobretudo por ter enquadrado, numa óptima epígrafe, uma pequena citação do poema "The Raven" de Edgar Allan Poe, um dos meus preferidos (já agora magnificamente interpretado por Willem Dafoe no album "The Raven"/Lou Reed)que o admiro.

São posts curtos e incisivos como os seus, aqueles que se lêem num centésimo do tempo que perduram na cabeça de quem os leu.

 

Dúvida meteórica

Qual é a diferença entre um tipo que está cheio de si próprio

e


um tipo que é cheio dele próprio?

 

Art of drowning

Estava farto de tomar, todos os dias do ano, resoluções de 31 de Dezembro.
Farto de remar, de vez em quando contra a corrente, acompanhado dos que remam sempre contra a corrente, estava consumido pela provisoriedade dos estados e a fluidez das coisas. Cheio da física e da química.
Mas não queria abrir as mãos, parar o corpo e tornar-se fatalista, deixar-se ir com a água.

Pelo caminho dos rápidos, no meio de troncos de madeira que ebriamente flutuavam à toa e à deriva, encontrou uma pedra. Há tanto tempo que não se agarrava a uma pedra de rocha sólida.
Lembrou-se do que já se tinha esquecido. Mais que das pessoas, de quem ele gostava era das pedras, estáticas e inamovíveis.
Ficou com a pedra enquanto encharcava o cabelo com a corrente.

Uma última resolução de 31 de Dezembro. Só mais outra última resolução.

 

A rodar em 33 rotações



Sem Mc´s, soundsystems, samples e selectas, virulências do final do século XX.
Mas com baixo, guitarra, bateria, letras esgatafunhadas em papel quadriculado e suíças pelo queixo.

Sou um conservador por temperamento.

segunda-feira, julho 18, 2005 

No princípio era o adjectivo



Monocromático, monossilábico, satírico, reincidente, dogmático, rígido, oblíquo e transversal, acidental, básico, linear, equitativo, supérfluo, superintendente, asfixiante, emotivo, cinzento e intempestivo, temperamental e jovial, intenso, preso, retido, cativo, desmascarado, envergonhado, despido, mal-feitor, insofismável, desperto, incisivo, curto, formidável e improvável, soberbo e miserável, espesso, sonante, geronte e tratante.

 

Bater bota com perdigota

Um dia destes mudo-me para a Rua da Saudade.
Assim se (re)baralham as peças, para que o jogo faça sentido.

 

João de Santo Cristo e Jeremias na TV


Renato Manfredini Russo e Cazuza

"Musica da Legião Urbana vai virar filme

Faroeste Caboclo, lendária música da Legião Urbana, vai virar filme, informou a coluna Gente Boa, do jornal O Globo.
A Copacabana Filmes comprou os direitos de filmar um roteiro baseado na música de Renato Russo que narra a história do personagem João de Santo Cristo.

O diretor René Sampaio ainda está escolhendo os atores. As filmagens começam no final de 2006."

Postado por DIEGO GF
em http://www.urbanalegiao.blogger.com.br/

 

Autoflagelo

Advem uma óptima sensação de realidade do rapar o cabelo.

 

Estado em que um dos administradores deste blogue se encontra


Sorry...wrong number.

 

"Meaning of Life"

Faço exercício, evito comer lípidos, leio um bom livro de vez em quando e vou respirando de cada meio em meio segundo.

Tudo o resto são metafísicas gasosas e impalpáveis, que pairam no éter.
E eu gosto de agarrar.

sábado, julho 16, 2005 

Ergo sum

As resoluçoes de ressaca dissolvem-se numa cerveja.

 

Nao confundir

A segunda circular com o IC19.

sexta-feira, julho 15, 2005 

Efectivamente, gosto de aparências.

- Um Super Bock normal em garrafa por favor.
- Só tenho em lata.
- E preta tem em garrafa?
- Sim.
- Era uma preta então.

 

E agora, toda a verdade sobre mim

Toda a verdade
______________

Mim

 

The wizard and the aprentice



Há coisa de ano e meio, na ressaca de um concerto de Suzanne Vega, escrevi (num outro blogue) "Cohen vive em Vega".
Agora deparei-me com esta imagem, auto-explicativa de como ele entra na cabeça e ela (nunca passivamente) se deixa graciosamente influenciar.
Era a imagem que me faltava. Era precisamente a imagem que me faltava.

Foto extra-mundana

 

Sem contemplações

Eu sou advogado mas tenho alma de artista.

 

Coisas que eu nunca perceberei

Quem compra o selo do imposto municipal sobre veículos antes do prazo terminar.
É quase como fazer a cama de antevéspera para um amigo que vai dormir lá a casa.

quinta-feira, julho 14, 2005 

Filhos pródigos não regressam a casa

I belong in prison beneath your legs

in a cabinet that I've built
beneath a candle in a secret drawer...


in a prison by a moat.

 

O Jogador

Não sei se pago para ver.

 

Adenda aos três posts anteriores

Não há felicidade profissional neste blogue.

 

Escapes

Hipotizo com aumento progressivo de frequência sobre o que faria se de repente me visse com muito dinheiro. Melhor, sobre o que não faria.

 

Digo-vos uma coisa sobre Coimbra

Coimbra é quente, seca e preconceituosa.
É a cidade onde salamalequemente se é tratado por Exmo. Sr. Dr. e, umas horas mais tarde, se é barrado à entrada de um club por causa dos ténis.

 

Esquizo

Coisa comum, e provavelmente a única, entre um romancista e um advogado é pôr por escrito, na boca de outros, palavras que eles nunca disseram e provavelmente nunca dirão.
Sensações diferentes devem no entanto ter um e outro. O romcancista deve sentir que cuspiu o seu ego fragmentado cá para fora. O advogado sente-se como um árbitro de ténis que decidiu experimentar bater umas bolas a dois mas sozinho.

quarta-feira, julho 13, 2005 

Intermission

Por algumas e outras causas, vou parar de escrever uns dias.

Passei por aqui, apenas para me perguntar o fundamento bastante dos pesados elogios do nosso velho, consagrado e daily-up-to-dated Lobi da critica politica.

Agora, mais precisamente, em que concreto momento fomos inteligentes, JCS?

segunda-feira, julho 11, 2005 

Da (minha) insegurança segura por palavras dos outros

"Tem medo do escuro tal criança sem futuro"

GNR - Valsa dos Detectives

 

Maus princípios num bom senso


"Fodam-se vocês para aí, que a mim já não me fodem mais...", disse Miguel, ao tempestivamente invocar João César Monteiro.

A homenagem a JC Monteiro e os ensinamentos de MEC ("a pornografia está no eufemismo!") impediram-me de censurar a vernaculidade do português acima escrito que, assim, veste da cor da atitude de quem o diz.

 

A História é feita da luta de classes



Imagem roubada à Carol, nuestra ceptica hermana.

 

Sobre o perdão de dívidas aos supostos países de terceiro mundo

There is no such thing as a developed and an under-developed world.
There is only a single, badly developed world.


(continua)

 

Incompleto

O processo voluntário humano é composto por tendência, desejo, propósito, decisão e acto.

As minhas tendências são centenas, os desejos são mais, o propósito é sempre o mesmo e as decisões nenhumas.

Actuo demais.

 

Como no Habla con ella, foi violada enquanto dormia.

O primeiro-ministro luxemburguês, Jean-Claude Juncker, considerou ontem à noite que a Constituição Europeia “não está morta”, numa declaração à televisão luxemburguesa RTL, depois da vitória do “sim” num referendo organizado no seu país.

In Público - 11/07/2005

sábado, julho 09, 2005 

Abrupta flor do querer

Onde queres revólver sou coqueiro, onde queres dinheiro sou paixão,
Onde queres descanso sou desejo, e onde sou só desejo queres não,
E onde não queres nada, nada falta, e onde voas bem alta eu sou o chão,
E onde pisas no chão minha alma salta, e ganha liberdade na amplidão.

Onde queres família sou maluco, e onde queres romântico, burguês,
Onde queres Leblon sou Pernambuco, e onde queres eunuco, garanhão,
E onde queres o sim e o não, talvez, onde vês eu não vislumbro razão,
Onde queres o lobo eu sou o irmão, e onde queres cowboy eu sou chinês.

Ah, bruta flor do querer, ah, bruta flor, bruta flor...

Onde queres o acto eu sou o espírito, e onde queres ternura eu sou tesão,
Onde queres o livre decassílabo, e onde buscas o anjo eu sou mulher,
Onde queres prazer sou o que dói, e onde queres tortura, mansidão,
Onde queres o lar, revolução, e onde queres bandido eu sou o herói.

Eu queria querer-te e amar o amor, construírmos dulcíssima prisão,
E encontrar a mais justa adequação, tudo métrica e rima e nunca dor,
Mas a vida é real e de viés, e vê só que cilada o amor me armou,
E te quero e não queres como sou, não te quero e não queres como és.

Onde queres comício, flipper vídeo, e onde queres romance, rock'n roll,
Onde queres a lua eu sou o sol, onde a pura natura, o inseticídeo,
E onde queres mistério eu sou a luz, onde queres um canto, o mundo inteiro,
Onde queres quaresma, fevereiro, e onde queres coqueiro eu sou obus.

O quereres e o estares sempre a fim do que em mim é de mim tão desigual,
Faz-me querer-te bem, querer-te mal, bem a ti, mal ao quereres assim,
Infinitivamente pessoal, e eu querendo querer-te sem ter fim,
E querendo te aprender o total do querer que há e do que não há em mim.


Caetano Veloso - "O quereres"

 

Porque não...


...esquecer que os silence four existiram e ir a http://www.davidfonseca.com/
O artwork e as fotos são excelentes.
E foi por lá que soube que a Aimee Mann tem um novo album.
Só por isso, já valeu toda a pena a uma alma pequena.

 

Estigmas

Por mais que a Bethânia venha cá cantar Vinicius, nunca me fará esquecer que foi casada com o Roberto Carlos.
São coisas...

 

De quem vem da praia

O Caetano dizia que a sensualidade não é mostrar, é esconder.
Alinho no mesmo diapasão e soçobro (invariavelmente) perante um bikini e uma sweat-shirt.

É que faz demasiado sentido.

 

Primeiras rugas (sobre uma barba adolescente)

Nao so ir ao incognito, como ainda encontrar pessoas que foram da minha turma.

 

Avulsos de noites brancas

Embora para outro sitio: aqui tresanda a baunilha.

sexta-feira, julho 08, 2005 

Ultimo de tres sobre o sono

Sim, como dormes metade do que eu durmo tens vivido muito mais...
mas nem imaginas com o que tenho sonhado.

 

Os meus heróis ou têm rugas...


Leonard Cohen

...ou morreram de overdose.

 

Estado em que um dos administradores deste blogue se encontra


Who...me?

Jack Nicholson e Amanda Peet - "Something´s gotta give" /2002

 

Show me the way to the next whisky bar

É sexta-feira, a semana deu o berro.

 

Um dia vais ter sucesso

Não se eu puder evitar.

 

Minimal

Demitir-me, vender a casa e o carro.
Casar e mudar-me para um apartamento alugado ainda mais pequeno, mas com renda alta.
Andar de transportes públicos e só ter um fato, uma camisa, uma gravata.
Ler jornais no centro de desemprego, manter-me actualizado.
Ter contas por pagar, o IRS atrás de mim.
Ter uma televisão apenas com quatro canais e comprar fiado no supermercado.
E à noite, na cama, só uma almofada para os dois.

 

Tamburitza Lingua


And everything seems to have gone terribly wrong that can
But one breath at a time is an acceptable plan

Londres, 07 de Julho de 2005

Há alguma indignação pela blogosfera fora, relativamente ao prime-time televisivo que as catástrofes no ocidente merecem.
Não é questão de maior identificação ética, não é preconceito, é apenas isso... maior visibilidade televisiva.

Por se sentir a desgraça de Londres não se esquece o Rwanda, Angola, a Guiné, Afeganistão, Iraque, El Salvador, a Nicarágua.
A morte de inocentes não se compadece de relativismos, às vezes pretextos para o que de pior há, a dessensibilização pelo humano.
A morte de inocentes é pura e simplesmente a absoluta, nojenta e angustiante morte de inocentes.

 

Early morning blogs

Tenho sono.

 

Condição humana

Ter insónias por saber que se vai dormir pouco.

quinta-feira, julho 07, 2005 

Us people are just poems, we´re ten percent literal, ninety percent metaphor



Nisto estou com Clinton.
Inflexibilidade total e absoluta para com o uso do terrorismo.

Zero Negociação.

 

Ex-Libris da Argumentação - versão 2.0

Começar qualquer frase por "Tens de ter presente uma coisa..."

Sentem?

Tresanda a credibilidade.

 

Pete & Sismos

Petição contra a Extinção do Ballet Gulbenkian

Divulgar o máximo possível e o mais rapidamente possível.
Ler e assinar AQUI.

 

Éramos estilhaços de frágil vidro e agora podemos facilmente ser pisados, porque já não cortamos ninguém.

 

Acomplishment Versão 3.0 - Autoridade

Ninguém nasce para mandar, ninguém nasce para obedecer porque nascemos à toa.
Mas vou aceitando que, circunstancialmente, uns mandam (mas não vão mandando) e outros (que não obecedem) vão obedecendo.

 

London is drowning, but I have no fear / Sete a meia haste

London calling to the faraway towns
Now war is declared - and battle come down



London calling to the underworld
Come out of the cupboard,you boys and girls
London calling, now don't LECTURE us
Phoney Beatlemania has bitten the dust
London calling, see we ain't got no swing
Except for the reign of that truncheon thing

The ice age is coming, the sun is zooming in
Meltdown expected, the wheat is growing thin
Engines stop running, but I have no fear
Cause London is drowning - I live by the river

London calling to the imitation zone
Forget it, brother, you can go at it alone
London calling the zombies of death
Quit holding out - and draw another breath
London calling - and I don't wanna shout
But while we were talking I saw you running out
London calling, see we ain't got no high
Except for that one with the yellowy eyes

London calling, yes, I was there, too
An' you know what they said? Well, some of it was true!
London calling at the top of the dial
And after all this, won't you give me a smile?

I never felt so much ALIVE

- The Clash "London Calling" - Zapatista/1983

Não há causa que suporte a morte de um inocente.
Não há danos colaterais, não há razões de ordem superiores,
Não há deus, pátria, motivo, justificação, orgulho ou insurreição.

Há o travo amargo a cobardia e a injustiça.

quarta-feira, julho 06, 2005 

O gosto dos outros (que, ainda assim, eu nao discuto)

 

Mundo cão - A Escala

"Cão passageiro, cão estrito
Cão rasteiro cor de luva amarela,
Apara lápis, fraldiqueiro,
Cão liquefeito, cão estafado
Cão de gravata pendente,
Cão de orelhas engomadas,
de remexido rabo ausente,
Cão ululante, cão coruscante,
Cão magro, tétrico, maldito,
a desfazer-se num ganido,
a refazer-se num latido,
cão disparado: cão aqui,
cão ali, e sempre cão.
Cão marrado, preso a um fio de cheiro,
cão a esburgar o osso
essencial do dia a dia,
cão estouvado de alegria,
cão formal de poesia,
cão-soneto de ão-ão bem martelado,
cão moido de pancada
e condoído do dono,
cão: esfera do sono,
cão de pura invenção,
cão pré fabricado,
cão espelho, cão cinzeiro, cão botija,
cão de olhos que afligem,
cão problema...
Sai depressa, ó cão, deste poema!"
Alexandre O'Neill, Abandono Vigiado


Por vezes, parte da vida dos outros aparece negligentemente nas nossas mãos, como um copo de cerveja alheio que se segura sem perceber porquê.
Algumas destas, essa parte de vida escorrega para o chão com a mesma leviandade que o faz o copo e percebemos o Senhor K.. Percebemos o Senhor K. e sentimos um pouco do que julgamos o peso do mundo nas costas do Atlas.
Como se não bastasse, surge sempre um alarve exemplo da bio-diversidade capaz de entoar a maior barbárie. Repugno-o num primeiro momento, mas, mais sereno, digo-lhe em silêncio:
"Ah cabrão! Este mundo foi feito à tua escala!"

 

I should´ve met you in the eighties



Tenho saudades dos Jáfu´Mega.

Mas com eles vinham as patilhas bem aparadas, a noite na disco, os drunfs atrás de drunfs, os BMW´s 2002 e a aguardente de medronho.

E esses eighties não merecem sair da gaveta.

 

Acomplishment versão 2.0 - O Laxismo

Um mês depois, volto a fazer compras no supermercado.

 

Acomplishment

Já não tenho medo de um dia vir a ficar careca.

 

Feels like reckless driving when we’re talking,
It’s fun while it lasts and it’s faster than walking,
But no one’s going to sympathize when we crash.

 

Locus de controle externo

Estou a ficar consumido pela parede laranja da minha sala.

É apenas mais uma das várias razões para que este gauche vote Carmona Rodrigues.

 

Post que serve para ocupar o lugar seguinte a um post que fez com que todo o post que se lhe seguisse fosse insignificante

 

Aviso anti-tabágico


Não fumes. Pela minha saúde.

Shannyn Marie Sossamon / 2002

terça-feira, julho 05, 2005 

Ja que vale tudo

"Rostos demasiado humanos, ou de como foi possível filmar Guevara e Hitler, dois vilões, como se fossem seres humanos normais"

E ja agora Jesus Cristo, como foi possivel? E o E.T.? E a Madre Teresa? E a Joana D'Arc? E o Vitor Espadinha?

Vale mesmo a pena devorar integralmente o escrito.
(descoberto graças ao Joao)

 

Vida Oxímoro

Encontrar-mo-nos:


"Seria eu perder-me e tu perderes-te."

 

Momento yuppie

Não vi, mas já respondi.

 

Bush joga poker aberto

O Presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, esclareceu que o seu apoio a um acordo global sobre as alterações climáticas ou do combate à pobreza em África - os dois principais temas na agenda da cimeira dos líderes dos sete países mais industrializados do mundo mais a Rússia (G8) que hoje se inicia em Gleneagles, na Escócia - estará condicionado pela defesa dos "interesses dos Estados Unidos", que "estão primeiro".

In "Público" 05/07/05

Sinceramente, é preferível assim. Bem melhor do que a cláusula estar implícita.

 

Post Mexia

Alarme

Tenho por vezes com Deus a mesma relação que tenho com o despertador. Ouço tocar. Sei que é importante. Não faço nada. [P.M.]


Este é o género de coisa que poderia ter escrito, se me lembrasse e se não me faltasse a arte e o engenho.
Muito bom.

segunda-feira, julho 04, 2005 

Hoje comemora-se o 4 de Julho

 

Resultado passado não é critério ou padrão para conduta futura



Porque alguns até acreditam que a primeira vez é sempre a última chance.

but then what kind of scale
compares the weight of two beauties,
the gravity of duties
or the ground speed of joy?
tell me what kind of gauge
can quantify elation?
what kind of equation
could i possibly employ?

Ani D.

 

Am i getting through to you guys?

Se Jesus ainda fosse vivo...



...e tivesse 19,40€, comprava o novo Album dos White Stripes.

Claro que sendo famoso, como hoje em dia é, a miúda da Valentim de Carvalho do Centro Comercial de Alvalade - Jesus viveria em Alvalade - oferecer-lho-ia de graça, se bem que em troca de um milagre e um autógrafo num guardanapo da Häagen-Dasz.

O que me recorda a raiz do meu agnosticismo:
Jesus parece um Hippie.
E sabe deus que eu não confio em Hippies.

 

Ensaios de retaliação

Nunca me agradou a falsa modéstia.
Menos me agrada, ainda, a condescendência.

Mas só de há uns tempos para cá é que percebi a utilidade da última.
É que à falsa modéstia se responde muito, muito bem com condescendência.

 

"Em que época terias vivido?"

Manchester, 1979, era pós-punk.

Depois punha uma enorme pedra sobre o assunto e rir-me-ia daqueles tempos em que qualquer coisa era um fácil pretexto para ficar deprimido e auto-destrutivo.



Mas é feio cuspir no prato onde se comeu, não é?

domingo, julho 03, 2005 

Aristotelice

Do conjunto "coisas enquanto objecto de atençao", podem retirar-se os seguintes tres sub-conjuntos: o das coisas incondicionalmente interessantes; o das coisas circunstancialmente interessantes e o das coisas nao interessantes em qualquer circunstancia. Interesso-me particularmente pelas que estao dentro deste ultimo.

 

Memória desfocada / 18

Éramos tão jovens.
Tu sabias o que querias. Eu dizia ainda é cedo...
Eras forte. Eu dizia ainda é cedo...
Fizeste tudo. Eu dizia ainda é cedo...
Tu seguiste.
Sabes o que deixaste para trás?
Alguém que ainda diz que é cedo.

 

Desnível


Os meus projectos de vida foram atropelados pelo Rock ´n Roll.
Parece que, afinal, também não vou ser tudo o que queria ser.

Ninguém tem uma banda onde eu possa cantar?

 

Má Atitude



Também nunca fui muito adepto de pacifismos e diplomacias em dose excessiva...

 

Confissão

As sextas à noite não me sabem tão bem,

quando não regadas a cerveja.



"Ça sent la bière
De Londres à Berlin,
Ça sent la bière
Dieu qu'on est bien!

Ça sent la bière
De Londres à Berlin,
Ça sent la bière...
Donne-moi la main!
"

 

Interrupção / Weekend House Tidying

A casa estava desarrumada e poeirenta, por isso temos um novo template, com novos links e novos blogues (que já mais que mereciam ser referenciados, apesar de, por injustificado capricho, continuarem a não nos referenciar.)

Acordámos que esta nova cor nos dá um ar mais credível.
E nós desesperamos por credibilidade, como um peixe por água ...ou o Rui Reininho por tempo de antena.

O verde é cor da esperança, dizem.
Logo, tinha que ser retirado imediatamente sob pena de gritante desfazamento, certo?

 

Discurso (em) directo

Poema do Silêncio (Excerto)

Sim, foi por mim que gritei.
Declamei,
Atirei frases em volta.
Cego de angústia e de revolta.

Foi em meu nome que fiz,
A carvão, a sangue, a giz,
Sátiras e epigramas nas paredes
Que não vi serem necessárias e vós vedes.

Foi quando compreendi
Que nada me dariam do infinito que pedi,
-Que ergui mais alto o meu grito
E pedi mais infinito! (...)


José Régio

O mau hábito de não descer ao chão e a propensão de olhar para cima.
Ao fim e ao cabo, acabo por destilar abstracção e já nem sei muito bem no que penso.

 

Tour de France - feliz sorriso amarelo

Influenciável como sou, tenho, todos os anos por esta altura, a invencível vontade de comprar uma t-shirt amarela.


As horas em frente à RTP N sucedem-se, a passividade aumenta.
Ao menos não sinto aqui o espectro do Karma sportinguista - sempre torci pelo Armstrong - o que me dá um sorriso amarelo diário.
Diabo, também não podia perder em tudo!

sexta-feira, julho 01, 2005 

Desgaste

A progressiva erosão da vontade imediata,


por uma inusitada falta de paciência.

 

Ma Bohéme



I went off with my hands in my torn coat pockets;
My overcoat too was becoming ideal;
I travelled beneath the sky, Muse! and I was your vassal;
Oh dear me! what marvellous loves I dreamed of!

My only pair of breeches had a big whole in them.
– Stargazing Tom Thumb, I sowed rhymes along my way.
My tavern was at the Sign of the Great Bear.
– My stars in the sky rustled softly.

And I listened to them, sitting on the road-sides
On those pleasant September evenings while I felt drops
Of dew on my forehead like vigorous wine;

And while, rhyming among the fantastical shadows,
I plucked like the strings of a lyre the elastics
Of my tattered boots, one foot close to my heart!


Arthur Rimbaud: Tradução de Oliver Bernard, Poemas escolhidos (1962)

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