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terça-feira, julho 19, 2005 

Art of drowning

Estava farto de tomar, todos os dias do ano, resoluções de 31 de Dezembro.
Farto de remar, de vez em quando contra a corrente, acompanhado dos que remam sempre contra a corrente, estava consumido pela provisoriedade dos estados e a fluidez das coisas. Cheio da física e da química.
Mas não queria abrir as mãos, parar o corpo e tornar-se fatalista, deixar-se ir com a água.

Pelo caminho dos rápidos, no meio de troncos de madeira que ebriamente flutuavam à toa e à deriva, encontrou uma pedra. Há tanto tempo que não se agarrava a uma pedra de rocha sólida.
Lembrou-se do que já se tinha esquecido. Mais que das pessoas, de quem ele gostava era das pedras, estáticas e inamovíveis.
Ficou com a pedra enquanto encharcava o cabelo com a corrente.

Uma última resolução de 31 de Dezembro. Só mais outra última resolução.

really sad.

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