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terça-feira, julho 26, 2005 

Da perspectiva

Onde muitos vêem a (existente) coragem política de Mário Soares em avançar para uma candidatura presidencial, pode bem enxergar-se alguma cobardia política do PS em não apoiar nem avançar com novas soluções, receando que sejam eleitoralmente estralhaçadas por Cavaco Silva.

Soares, independentemente da saudade que sinta do campo de batalha político, da vontade e sentido de Estado em avançar, é um ás de espadas guardado e tirado da manga do PS, apenas e só quando a parada subiu do outro lado (60% nas sondagens).
Não me convencem que seja uma candidatura natural. Natural é que não é.
É uma candidatura recurso, que transpira carisma, bem entendido, mas remonta a tempos idos em que o paternalismo político e a liderança imagética nos devia tirar de um suposto poço onde caímos. Para mim, guardo que, sem sombra de dúvida, é uma candidatura garantística (no mau sentido da palavra) e, a todos os títulos, conservadora.

A candidatura de Mário Soares, ao contrário da sua figura, não me transmite calma nem segurança. Dá-me, por outro lado, a nítida sensação que este país é destituído de novação política. Dá-me a sensação onde temos apego de autarcas ao poder, temos igualmente apego das massas a líderes. E pior, faz-me pensar que devagar, muito devagarinho, este país vai andando para onde não deve, de marcha a trás.

Só não tenho a certeza de que seja essa a velocidade, Pedro, muito devagarinho. Mesmo que as hipóteses de evitar a vitória do Cavaco tenham subido consideravelmente, a reedição deste duelo deixa cá um destes desconfortos... É um duelo com os olhos na nuca.

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