quinta-feira, março 31, 2005 

She still wants to move.

Segundo informações:

At 12:12 PM, Sumares said...
Calma miúdo! Então não sabes que a banda vem a Portugal dar o último concerto? Dia 7 e 8 de Maio, no festival das 24 Horas da TMN. Um dia é no Porto, outro em Lisboa. Se quiseres até podes ir aos dois!


At 12:32 PM, Pedro_Torpedo said...
A notícia do fim dos N*E*R*D* já foi desmentida pelos próprios.


Os N*E*R*D* afinal não acabaram.
Breaks down like this:

- Vai daí Pharell Williams é cicioso desde tenra idade.
Deste modo, o que ele quis realmente foi "N*E*R*D* are bad!", em vez de "N*E*R*D* are dead!" Ele disse "N*E*R*D* are bad!" Falhas de comunicação.
Depois o mal-entendido prosseguiu. Pharell disse ao entrevistador da MusicWorld que os N*E*R*D tinham perspectivas de evoluir enquanto banda. Novamente a má dicção levou a que o pivot interpretasse a frase como "A tua mãe vende tapetes indianos e é uma velha ridícula."
Pharell, incrédulo, disse "isto não é o que parece."
Foi então que apareceu o Júlio Isidro, que pensava erroneamente ter sido chamado ("isto" parece "isidro"; "parece" parece "aparece"). E disse "Eu é que lancei este miúdo."
Agora já sabemos de tudo.

terça-feira, março 29, 2005 

No more "She wants to move..."



"Os N.E.R.D. morreram" anunciou Pharell Williams à Rádio 1 da BBC.
Mais uma banda para o historial das divergências que leva aos caminhos separados.
Tenho pena de ter faltado àquele SuperBock no dia de N.E.R.D.
Foi o último "beat it!" neste farewell do Pharell.

segunda-feira, março 28, 2005 

Curto e desacertado

Há muito que acho que neste mundinho nos pode caber um pouco de toda e qualquer coisa. Ser, por exemplo, aluno de sociologia de um taxista é papel que já vesti por vezes largas. Hoje, porém, coube-me o inexperimentado, fui psicólogo do barbeiro. Entre os “como é que quer o cabelo?” “curto e um pouco desacertado, por favor” já sentia que o tema futebol fugia. Aos poucos a conversa foi passando do “elas são todas assim” para o “ela é assim” e ao mesmo ritmo do aumento dos singulares e do concreto subia o desconforto natural de quem só está habituado a ouvir a vida daqueles que conhece. Já era tarde de mais para desengatilhar o “ Esse miúdo, o João Moutinho, é mesmo bom!". Só me restou ouvir e sentir um desconforto igual ao da cadeira do dentista.

 

O elemento desafiador da impossibilidade ( trincando filosofia barata)

PREMISSA: Sendo que é logicamente impossível provar a impossibilidade de um facto devido à mutabilidade constante das premissas.

PREMISSA:E, por consequência, é logicamente impossível provar a impossibilidade lógica da impossibilidade de um facto futuro (e assim ad infinitum)

CONCLUSÃO:É no mínimo sensato admitir que todas as possibilidades estão e sempre estiveram em aberto no relativo a factos futuros.

Fiel a esta modesta conclusão e contrariando toda a possibilidade lógica, bem como considerações tecidas no passado, forcei um facto implausível (a roçar o impossível) a acontecer.
APLICABILIDADE PRÁTICA:
...dei hoje entrada num ginásio.

sexta-feira, março 25, 2005 

Hoje é um dia importante



- O outro céptico perfaz 24 anos de sábia idade.
- Faz precisamente sete anos, nove meses e nove dias que os Radiohead inverteram o paradigma musical com a edição de Ok Computer.

Celebremos.

 

Sensatez Bush (post inédito)

No bicudo caso "Terri Schiavo", um Bush (Jeb) soube (até ver) travar a tempo de extravasar os limites de onde deve ou não deve mexer.
Terri Schiavo, cidadã americana, tem lesões cerebrais presumivelmente irrecuperáveis que a manterão em estado vegetativo (segundo diagnósticos médicos) até aos limites da sobrevivência. Como, aliás, tem sobrevivido artificialmente, com a ajuda de máquinas nos últimos 15 anos.

"Bob and Mary are begging Governor Bush to save their daughter on this Good Friday day," Paul O'Donnell, a Franciscan monk, said after Friday's ruling. "Now is the day. Now is the time for the governor to have courage. The governor needs to take action and take action soon. She's dying." He contended the governor still has the power to take her into protective custody.

Na quinta-feira, Jeb Bush, Governador, disse que os seus poderes "não eram tão expansivos como as pessoas gostavam que fossem. Não posso ir além dos meus poderes...e não o irei fazer." Mas um Franciscano insistiu. E o Franciscano pede coragem.

Não, padre. A noção chave é competência. Competência "para".
A dificuldade de presumir a vontade de Terri está, quanto muito, limitada a quem a conhece melhor, bem como a critérios objectivos de possibilidade de sobrevivência.
O marido declara que Terri desejaria morrer com dignidade, (o argumento não muda...) tendo-lhe esta manifestado essa vontade enquanto consciente.
Os pais discordam veementemente, afirmam que a filha pode objectivamente melhorar e nunca desistiria da vida. E os médicos afirmam que as possibilidades de sobrevivência, mesmo com o tubo de alimentação (retirado à uma semana), não chegariam às duas semanas de vida. Temos Fé versus Ciência e Experiência.

Já Bush, pura e simplesmente não tem nada a ver com isso. Não tem argumentos legais para reivindicar uma custódia protectiva (muito menos contra uma vontade presumida, se efectivamente a houver).
Não é um poder hieraquicamente superior (circunstanciado nas suas competências legais) que poderá resolver a questão. O Governador não é um irmão mais velho a quem se recorre em casos residuais não previstos na lei. Os precedentes abertos seriam desastrosos.
E Jeb Bush certamente não é Deus. E não pode, em caso algum, fazer o papel d´Ele. Por isso, espero que saiba continuar a rejeitar o endeusamento de um Franciscano, que nele viu alguém, nas mãos de quem colocar a questão, não percebo muito bem em nome de quê.
Quanto ao recurso ao argumento da coragem, por muito fria que a análise pareça.... às vezes, está em ficar de parte das coisas que não nos dizem respeito.

Como outro franciscano, este,

lúcido e sensato como sempre, não o soube fazer.

 

Playing God @ Filipinas


Uma das inúmeras recriações do flagelo de Cristo

É ao ver coisas deste género que o meu "relativismo cultural" sofre umas pancadas valentes.
Traçar uma relação tão profunda e injustamente vertical com Deus, como esta, é fazer tábua rasa de qualquer amor próprio e clarividência.
O ser humano deve dispor dos bens próprios (nomeadamente o corpo), como muito bem entender e em face de uma dignidade que o próprio traça (como subjectivamente digna). É no que sinceramente acredito. E é nesse sentido que julgo que se deve evoluir, nesta como em muitas outras questões.

Mas, aos filipinos...
Tentem não se aleijar. Tentem não se magoar, pelo menos até terem a certeza que Ele passou por isso. Prostrem-se, pecadores, por vossa tão grande culpa. Acendam uma vela que arda incessantemente em nome da santíssima trindade. Declarem-se possuidores de uma fé tamanha, imune a qualquer raciocínio lógico, dedutivo ou indutivo. Rezem muito. Preguem a palavra, instruam, convertam. Vivam no êxtase da comunhão suprema nessa jornada pura de fé que eu, como outros libertários, não compreendemos.
Mas deixem os pregos de fora. Porque já todos chamámos por ele (mesmo sem saber o nome...) no frio de uma noite má. E ele não veio.
Nem Deus tem o direito a não ser objecto do mínimo de exigência. Um pouco mais de exigência para com Deus, então.

quinta-feira, março 24, 2005 

Meia Crise de 1/4 de idade: suavizando Pessoa

Até sou um tipo feliz. Ainda assim, gostava de "ter trazido o passado roubado na algibeira".

 

Tás a ouvir, ó Freitas?

"Padres devem recusar comunhão
D.José Policarpo aconselha os católicos a fazer uma "avaliação da pureza interior"(in sic on-line)


Se pensas que vais comungar, estás muito enganado!
Pelo menos não com essa coisa árabe na cabeça!

 

Ssshhhhhh...........................



Nicolas Cage - "Adaptation" / 2002

Nem sempre sai...Ssshhhh..... Nem sempre sai.
Em vez de ficar calado, vou (ab)usando textos de outros ou... vou justificando o excesso de imagens, à falta de palavras.

 

Perdendo a mania de olhar para o umbigo.

"Pois esta noite tirei folga, fiz gazeta de tudo, de mãe, de profissional, de doméstica, de filha, de dona de gatos ou proprietária falida. Hoje come-se e bebe-se bem. Fuma-se na cama, na sala, na cozinha e as janelas abrem-se e a noite e os seus rumores invadem esta habitação seminua. Hoje, liga-se o piloto automático e evitam-se as curvas mais sinuosas. Uma pequena transigência ao inato sentido de sobrevivência."

- Diotima aus Lissabon

quarta-feira, março 23, 2005 

Yann Tiersen



Tiersen e a sua batuta regressam a Portugal no mês de Dezembro com o exclusivo propósito de me proporcionar a ida.
Os locais são cuidadosamente divididos entre Lisboa e Famalicão.
- O CCB (dia 20)
- Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão (dia 21)
Não falta assim tanto tempo. Falta o tempo suficiente para me decidir que desta não falto.

terça-feira, março 22, 2005 

A "Verve"



Al Pacino - Scent of a woman, 1992

 

Bairrismo ad hoc



Levo nove anos de Porto e seis de Lisboa.
Sou filho bastardo dos dois e como bom puto que fui, sempre agradei ao pai e à mãe.
Mas agora, apetece-me dizer que por cada salto que se der aqui na 25 de Abril... Cedofeita, a Constituição, o Palácio de Cristal, a Baixa e os Clérigos, vai tudo tremer! E assim continue.
"Mãe, afinal o Porto também tem medo..."

 

"O Tejo que reflecte o dia à solta" ou o elevador da Bica

Em dias como hoje, dava tudo para ver Lisboa como se fosse a primeira vez, como se ela não fosse minha. Sem horas, destino ou referência. Só passear por passear, parar por parar, ver por ver. Como o início de uma paixão, onde os verbos valem por si e em si, sem complementos de fim, sem ir para, só ir e sem querer chegar a lugar algum. Como o elevador da Bica.

segunda-feira, março 21, 2005 

Acidente

A diferença de idade para as minhas irmãs sempre me fez suspeitar que fosse um.
Ver sempre o meu nome sublinhado pelo corrector do word é só mais um sinal.

 

Partida, lagarta...fugida!



Começou a corrida ao lugar, nesta dança de cadeiras.
Agora que voltámos a um "two-piece", Lisboa inteira comenta os nomes alinhavados para a pesada herança de ocupar o pesado lugar do Miguel e do Tiago Mateus aqui no SETE.
Alguns nomes que os boateiros disparam por aí são hipótese. Outros nomes não são hipótese. Outros são hipófise. Outros hipoteticamente podem vir a ser hipótese. Outros são hipócritas. Outros certamente não são a hipótese certa. E o outro é o Hipócrates!

Esclarecendo algumas dúvidas:

- Tiago Mateus é hipótese para suceder ao Miguel.
- O Carlos Magno, repito, não vai escrever aqui.
- O Noam Chomsky pode, de vez em quando, dar umas palestras sobre "a refracção da política americana na vida amorosa de recém-licenciados."
- Tiago Mateus é hipótese para suceder a Tiago Mateus.
- O Hipócrates jurou que ia escrever no SETE. Mas ainda não é certo...
- A Helena Laureano não está interessada em escrever. Muito menos num blog.
- Santana Lopes pode ocupar um lugar no SETE, mas desde que prove que "o lugar é seu por direito próprio".
- O Dalai Lama está na calha para escrever no SETE.
- Vasco Pulido Valente não está disponível para escrever no SETE. Escreveu sobre isso, na coluna do Público de hoje.
- Jesus demonstrou interesse em escrever no SETE. Disse inclusive que planeava escrever "direito por linhas tortas". Foi o que Ele disse. São palavras Dele.
- Maomé rejeitou qualquer possibilidade de escrever no SETE assim que soube do interesse manifestado por Jesus.
- O mesmo se pode dizer do Buda.
- Lobo Antunes tem-se desmultiplicado(!) em esforços para ter tempo para escrever no SETE. Diz que quer, mas não sabe se pode.
- O velhinho do Saldanha (o que diz adeus) disse que era muito cedo para decidir se escrevia no SETE.
- António Vitorino era o mais desejado para escrever no SETE, mas decidiu ir ganhar dinheiro na advocacia, com medo de ser comparado a um ovo com óculos.
- Com o Gabriel Garcia Márquez...tínhamos tudo acertado! Mas não queremos que ele venha escrever palavrões, como no último livro... e o negócio foi pelo cano.

Mais novidades para breve. Porque a triagem continua.
Entretanto, com a lágrima a puxar, decidimos tirar o retrato do Miguel (A.K.A. "Fucking God") e do Tiago Mateus da sala de entrada.
O primeiro segue por correio para http://as-coisas.blogspot.com.
O segundo foi fotocopiado e 4 cópias foram enviadas respectivamente para Belém, Lux, Alentejo profundo e Av. da Liberdade, para que seja recebido.
Isto é, naturalmente, uma brincadeira...
Obrigado Miguel. Obrigado Tiago. Não é preciso deixar portas abertas a quem entra quando quiser.

sábado, março 19, 2005 

Get a life

Sábado à tarde

Dou por mim a ver o Regresso ao Futuro e, talvez pior, o Penafiel - Boavista.

sexta-feira, março 18, 2005 

No local de trabalho...

...no telefone, à esquerda da secretária, a seguinte mensagem:

17:49 SEX 18.MAR 05

O pudor está em todo o lado menos no meu telefone.

 

Cai um por um até à final de Alvalade


SPORTING- 1 (P. Barbosa); Middlesbrough - 0

Faltam 4 jogos para a Final.

quarta-feira, março 16, 2005 

Infortúnios de um virtuoso



"Eu penso que [a pena de morte] tem um efeito dissuasor sobre o crime, mas devemos ter a certeza de que os condenados à morte são verdadeiramente culpados" - in "Público" - 16/03/2005


Erros. Poucos numa afirmação tão pequena mas demasiados.
Desconsiderando a questão de Bush Jr. pensar ou não, que muito provavelmente salta nas mentes mais inquisitivas de quem leu (Eu julgo que pensa e não me agrada o epíteto eufemista, subtil e simpático de "idiota" para quem é "mau, incompetente e profundamente errado."), voltemos à velha questão pena de morte.
O argumento é falso. Imediatamente porque a perspectiva, na minha opinião, é a errada.
Não se trata de uma questão de prova ou certeza de culpa. Trata-se da proporcionalidade da medida "morte" a satisfazer os fins da sociedade, conciliada com o não-direito de retirar a vida enquanto punição, sob que circunstâncias forem.
O sujeito é julgado "indigno" (se bem que a expressão não me agrada) de vida em sociedade, mediante padrões pré-definidos e deve iniciar, de imediato e pelo tempo julgado necessário (variável) um processo de ressocialização. Densconsiderar absolutamente o criminoso é tomar apenas como "Sociedade" o restante, exlcuindo terminantemente o criminoso (ou julgado criminoso) da Sociedade. A pena não se pode reportar exclusivamente à restante sociedade. Os efeitos da pena devem ser o mais maximizados possível e não restritos. O efeito inibitório (ou dissuasor) é proveniente do juízo de censura a determinado comportamento, não directamente da pena, ou tamanho da mesma. Até que ponto podemos ter a carga de juízo de censura como variável da pena aplicada? Melhor, até que ponto o podemos ter apenas? A variável deve necessariamente (se bem que não exclusivamente) incidir sobre o grau de culpa, repercutido na duração do processo de ressocialização.
Fazendo uma ponderação, e admitindo todos os pontos de vista, valerá mesmo a pena abdicar da regra de base (que ninguém, nem os pró-pena de morte, critica) de não-direito a retirar a vida enquanto punição, pelo simples didactismo para com o "rebanho tolo" (expressão de Chomsky) de potenciais criminosos? Porque levado ao extremo, não se anda muito longe do enforcamento na praça pública da Monarquia Parlamentar de Cromwell e da Revolução Francesa. A base argumentativa é a mesma. Só que em época de maior pudor, basta uma comunicação social adequada a fazer levar notícia que "X praticou Y e recebeu Z, por isso cuidado!".
A questão é basicamente a de que até que ponto é legítimo instrumentalizar a vida humana para que possa servir de exemplo. Abdicar e riscar em absoluto, o criminoso da sociedade. Porque a finalidade é, no fundo, ainda e sempre a de expiar o criminoso dos seus pecados. Como pecou, prevaricou, enfim fez mal...apaga-se o cidadão e instrumentaliza-se a sua vida (ou perda de) em mensagem pedagógica, transmitida aos demais "criminosos em potencial" (já alguém disse que somos todos...), para que vejam, para que aprendam e para que se tinham ideias, mesmo inconsciente de pecar, as percam. E o criminoso alcança a redenção. Quase que morre pela causa. E morrer pela causa tem muito que se lhe diga. Por mim, acho absolutamente errado, nesta e na maioria das situações. Ninguém se vai lembrar do número de execuções e dos crimes praticados, seja em criminalidade psicopata, passional ou mesmo ocasional. É o que penso.
Os motivos não são tão facilmente condicionados. Assumir isto é abdicar de pensar numa melhor forma de os inibir. E abdicar lateralmente de princípios básicos e traves mestras de uma sociedade civilizada, tal como a maioria a concebe.

Mas mesmo que a questão se colocasse apenas em termos de certeza de culpa.
Para além do efeito inibitório não conhecer grandes dias (as estatísticas comprovam que a criminalidade não baixa e, pelo contrário, não aumenta nos Estados abolicionistas) o que é a certeza da culpa?
Tentando perceber um bocado o sujeito da afirmação, a certeza da culpa só se aplicará a crimes previsto e punidos com pena capital? Deve existir legislação especifica com grau acrescido de prova para crimes supostamente "graves"?
Muito simpático da parte dele, não se referir à vertente punitiva da pena em questão, o que desde já é um considerável avanço de mentalidade.
Agora, em que termos se pode concretizar, num processo judicial, uma certeza suficiente (suficiente seria, neste caso, irrefutável) de culpa? Equivale a desconsiderar uma certeza "maximizada ao máximo" de culpa em todos os restantes crimes? Quais as possíveis consequências da afirmação?
Esta preocupação recente e demagógica não me serve.
E gostava de saber se existiu toda essa averiguação obstinadamente cuidadosa nas cento e trinta sentenças de execução assinados em 4 anos de mandato no Texas.
Como em qualquer outro país, China, Coreia do Norte, Irão, Cambodja, Singapura...
Mas os EUA é que são civilizados. Eles é que são civilizados...

 

Crisântemos & bombas atómicas




Dicotomia indelével. Frio, quente, forte e frágil.
Equilíbrio?

Há de tudo no supermercado do planeta azul.

terça-feira, março 15, 2005 

Angústia sem destino

As demais das vezes a ideia de que possa exisitir um destino é-me tenebrosa. Surge-me como um atentado à condição humama, como a negação da própria vida. Andar por cá valeria zero, não seríamos consequentes, não teríamos vontade, seria não ser.
Outras vezes há, em que ser consequente pesa tanto, que imploro a existência de um destino. A escolha é aí um fardo, mesmo que se trate de sapatos. Escolher é perder, é sempre um mal menor, melhor é suposto que o seja, porque muitas vezes se revela um mal maior e muitas outras ainda não se revela coisa alguma: quem sabe se aquela foi a escolha acertada, quem sabe o que estava no fim da outra?
É nas alturas, em que escolher é pior que não ser, que clamo por um Demiurgo paternalista, que já tenha o que aí vem rigorosamente traçado.
Irresponsável é o que se chama a uma pessoa assim, creio.

 

"Deixem-me só encharcar-me mais um bocadinho em gasolina e passem-me a acendalha, por favor"

Pedro Santana Lopes devia ter cerca de 0,01% do seu corpo de político não carbonizado. Hoje não resistiu, derramou mais um pouco de gasolina sobre si próprio e queimou a unha do dedo mindinho. Acabou a actividade de emulação, diferindo no entanto o seu resultado para o fim deste ano, para a agonia penitencial sublinhar ainda mais o seu incontrolável impuslo de auto destruição.
Sim senhor, de fazer inveja a qualquer monge tibetano. Welcome back, Mr President.

segunda-feira, março 14, 2005 

Eu já fui um bocado assim

"Diz Fulano: «Para Sicrano, as coisas dividem-se em duas categorias: ou são fantásticas, extraordinárias, excelentes, ou são uma merda sem redenção. Qualquer categoria intermédia é virtualmente inconcebível." - Ivan d´A Praia

...Mas foi há muito tempo, há dois blogs atrás. Agora percebo e concebo o meio termo, o temperado, o elogio médio e a crítica velada (não só desmesurado ou ácida, respectivamente). A aurea mediocritas, hmm...pois.
A chatice é que ainda não me agrada.

 

A1 Sul

Mãe. Inquieta. Beijo, saudade, tarde, pai, onde? ontem...Logo, liga, mexe-te. Esquece, lembra, tudo, pouco, não quero, já disse, não levo, vou, tenho, vou, agora, adeus. Volto, sim, volto, sim, logo, mais cedo, mais cedo. Depósito...vazio. Tabaco...vazio. Música. Deixa. Para trás... Casa. Corre para... Casa. Tarde. Portagem, máquina, pessoa, não há. Rápido. Frente. Noite. Estrada, motor, quilómetro, mais quilómetro, mais quilómetro. Corre, sempre, sempre, sempre, foge (não "de"..."para"...),chega, pára, pensa, pára, age, rotina, anda, anda, anda, anda, mais, mais, mais, mais, mais, mais, sempre mais, sempre mais! Não pares...

Tão bom.

 



#%§*#@!!!

domingo, março 13, 2005 

Por dias...




- Concorda com a despenalização do aborto?
Por formação, sou visceralmente contra o aborto, mas considerando os fenómenos da modernidade penso que pelo menos até à maioridade as jovens devem poder prevaricar.
- Ou seja, interromper uma gravidez?
Sim, porque até aos 18 anos não têm maturidade para assumir essa responsabilidade...
- Defende, então, a criação de outra excepção na lei?
Sim, até aos 18 anos temos que repensar a lei do aborto
- E se a mulher tiver mais de 18 anos?
Se já é adulta tem que ser responsável por isso.

Não, não, não!! Passa aí o calendário... Eu já te disse que faço a 16 de Novembro. A gente foi para o Lux a 14, que tu até levavas o teu top da "guess" para os anos do Tomás, lembras-te?
O que faz de mim, à data, um menino de 17. E tu és mês e meio mais velha.
Arranja-te.

 

No MetaBlog...

...fala-se de amor. Passem por .

 

Venire contra factum proprium

Eu sou, em grande parte, um intransigente conservador por feitio.

sábado, março 12, 2005 

14:27 p.m. - um outro nada.

Leveza é acordar no sofá da sala.
Acordar estremunhado de um sono produndo de esquecimento oblívio. Oblívio, não esse onde muitos se pretendem exilar, onde muitos procuram conforto, por isto ou aquilo...
Um outro oblívio, que acaba ao acordar, com um olhar em redor, progressiva tomada de consciência e o retomar, em abraço, de tudo o que parou no começar do sono.
Leveza que permite tudo. Um leve, breve, sorriso. Fitar o tecto e virar o lado.
Venha o nada. Esse nada tão bom, momentâneo, inevitavelmente condenado. O nada que vai perder, que só pode perder, momentos depois com a força do tudo. Mas o tudo, que toma de assalto, é lento, leve e subtil...
E com subtileza mostra que o ontem não ficou lá.

sexta-feira, março 11, 2005 

Sebastianismo


João Moutinho

Post por um Sporting Sebastianista, porque de saudosismo com Barbosas já está este blog infestado!

 

11 de Março aqui

Tenho orgulho em ser europeu, gosto de ser português. Confesso que sou daqueles que só nutre sentimentos patrióticos quando joga a Selecção Nacional (maiúsculas cuidadosamente escolhidas, porque há que acreditar em alguma coisa e eu escolhi o Futebol, ou fui escolhido pelo Futebol, sei lá). Confesso que, de cada vez que a construção europeia for referendada, o meu voto será inevitável e imponderavelmente sim. Não me questiono muitas vezes porquê: às vezes é preciso que nos deixemos ir na espuma dos nossos afectos.
A comoção com que vivi o 11 de Março foi prova íntima deste afecto. Não foi aqui ao lado, foi aqui. A reacção dos espanhóis foi a que desejo minha e não falo aqui de questões políticas, mas sim da coragem demonstrada nos dias seguintes, do desafio suave mas empenhado ao fado. Claro que o 11 de Setembro não me foi indiferente, mas o de Março foi, como já disse, aqui. Orgulho-me da forma menos maniqueísta, como nós, Europeus, perspectivamos o mundo, admitindo o quão maniqueísta pode ser esta observação.
Secaram as lágrimas, ficou o sal.

 

A partir de hoje, cai um por um até à final de Alvalade!


Middlesbrough 2- SPORTING - 3 (P. Barbosa, Liedson, Douala)

A forma concludente como os comandados de José Peseiro triunfaram no reduto do "Boro" motivou uma reacção imediata da crítica. Na página oficial da UEFA, foram vários os elogios dirigidos aos verde e brancos, aos quais foi apontada uma "capacidade devastadora de contra-atacar", permitindo "uma vitória impressionante, obtida com estilo e que coloca o clube em boa posição para seguir em frente na prova".

Porque nem sempre se esquece o Futebol.

quinta-feira, março 10, 2005 

Common People no Lux


Jarvis Cocker

O homem mais cool da música está hoje no Lux.
Vai tentar dizer-nos que não há mais nada na vida que não seja beber, fumar e...
"because there´s really nothing left to do!" E suponho que vá ao sítio certo para dizer isso.

quarta-feira, março 09, 2005 

Despertar hipocondríaco

Vou à farmácia comprar um simples elixir. Como tudo vale a pena se a espera não é pequena, começo a ler folhetos sobre doenças crónicas. À medida que os leio tenho no corpo a sintomatologia. Num último esforço de sanidade, penso "preciso urgentemente de ... um psiquiatra". Componho-me e explico à farmacêutica ao que venho. Levo também uma pasta de dentes medicinal.

 

Will it never stop?

terça-feira, março 08, 2005 

Largo do Caldas reduzido a Francisco Lucas Pires e Manuel Monteiro



"A experiência do Iraque deve ser a vacina definitiva contra os unilateralismos", disse o prevaricador.

O retrato segue em carta registada com aviso de recepção.

 

O que me lembra uma coisa...

Freitas quereria mesmo comparar W. Bush a Hitler, Franco e Salazar? Ter-se-á excedido um bocado?
Não bastaria dizer que Dick Cheney foi beber um bocadinho a Goebbels?

 

E ainda a incoerência



Mas afinal qual é o critério que delimita intervenções norte-americanas?
Basta um "breeding ground" para uma intervenção, uma ditadura, um interesse geo-estratégico na zona e não haver potências por perto, que possam ficar chateadas com a intromissão. Mistura-se uma campeã declaração de cruzada pelos direitos fundamentais e temos um tomahawk a caminho (às vezes erra.)

Naturalmente que não é tão simples como isto. Mas uma recolha dos últimos 35 anos dá grande força à teoria. O passo mais complexo é o seguinte.
Um processo de legitimação contemporânea ou a posteriori. Já foi assim no Nicaragua. E os "´mericans" são bestiais na auto-legitimação. Aliás, é curioso como um povo que tanto se orgulha da sua continuidade histórica e constitucional, um povo tao reformista nas "emendments", quando toca à política externa (especialmente a militar) assenta bases num processo de legitimação da escola revolucionária.
Em que é que ficamos?

Nota:
Enfiar os tempos mortos no caixote do lixo e acabar, um dia destes, de ler "A manipulação dos Media e os efeitos extraordinários da Propaganda - Noam Chomsky". Sempre fico mais autorizado para falar do assunto. É que parei a meio. Fica-se a saber um bocadinho mais mas dorme-se um bocadinho menos à noite.

 

E quem atira a primeira pedra?

"Mar adentro, mar adentro, y en la ingravidez del fondo, donde se cumplen los sueños, se juntan dos voluntades para cumplir un deseo.
Tu mirada y mi mirada como un eco repitiendo sin palabras: más adentro, más adentro, hasta el más allá del todo por la sangre y por los huesos.
Pero me despierto siempre y siempre quiero estar muerto para seguir con mi boca enredada en tus cabellos"


E quem escolhe? E o que valem as escolhas dos outros? E quem julga? E quem sabe?

 

Conspiração do Silêncio



"Somos mulheres, somos contra a violência." Lerá no cartaz quem perceba turco. Triste ironia.

Segundo um estudo publicado nos EUA, dois terços das mulheres vítimas de violência conhecem o agressor que a cometeu. 32% das mulheres foi atacada por estranhos. Aproximadamente 28% dos agressores eram íntimos (maridos, companheiros ou namorados). 35% dos agressores eram conhecidos. Os restantes 5% familiares.

Ronet Bachman Ph.D., U.S. Department of Justice Bureau of
Justice Statistics, "Violence Against Women: A National Crime
Victimization Survey Report," January 1994, p. 1


Só estatísticas e manifestações colaboram para acabar com o mais desprezível. O silêncio.

segunda-feira, março 07, 2005 

A burocracia em palavras

Requerimento, declaração, anexo, despacho interno, cópias, impressos, taxa, ordens-do-superior-hierárquico, não-sou-eu-quem-decide-as-coisas, preencher aqui, certidão, registo, cópia autenticada, riscar-o-que-não-interessa, tem-de-ir-primeiro-a, isso-não-é-aqui, isso-não-se-faz-assim, guichet, balcão, senha, atendimento, espera, 24, o-seguinte-por-favor, posso-usar-a-sua-esferográfica.

 

Nem todo o conhecimento está nos livros

Desconfio que li isto num livro qualquer...

 

Freeze Frame de reticências...



"Viva o espaço
que me fica pela frente e não me deixa recuar,
Sem paredes, sem ter portas nem janelas
Nem muros para derrubar.
"

-"Os carros vão todos à mesma distância entre eles, enquanto atravessam a ponte, não vão...?"
-"Hã...?"
-"Estava a dizer que os carros..."
-"Sim, vão..."
-"Olha aqueles..."
-"E as nuvens? Aquela parece um tubarão...
-"Ou uma baleia..."
-"Uma piranha!"

 

Freeze Frame



"Directa sim,
Eu declaro morte ao sol,
directa não,
E a quem o apoiar..."

 

O Dorian Gray do Caldas

Amanhã vai transitar por ai o retrato de Diogo Freitas do Amaral. Polémica bem à portuguesa, originada pelos civilizados democratas cristãos. Mais informo que, se for necessário, tenho um armário a mais.

 

Fome de alto risco


A ideia rebate. Tantos dias de mundo virado ao contrário tiram o bastante do discernimento, sabias?
Não fosse a minha realidade compartimentada por dias e intervalos e eu transbordava...
Mas já ouvi falar que bastaria olhar para um ponto fixo, bem lá para ao fundo e o tempo passaria mais depressa. Malditos.
Arranjei, na altura, o ponto fixo possível. Como não penso nele, nem sei se existe.
Agora quero tudo em câmara lenta. Segundos de horas e dias de meses...ver as gotas de chuva em movimentos espirais e contar os pedaços de um vidro, enquanto se estilhaça no chão...
Fazer tábua rasa do tempo, queimar o calendário e entrar em órbita. Sim.

 

"Ai que prazer

Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer! (..)"

Fica aqui isto a fazer as vezes de pedido de desculpa ao Pedro, que manteve isto por ele (ainda mais do que o habitual), durante as duas últimas semanas. Andei sem a mínima vontade de colocar ideias em ordem, numa letargia agri-doce, porém necessária.

Novidades da blogosfera familiar
Entretanto o Mike (fuckin'god) escreve aqui e o blog vale mesmo a pena a visita.

Deixo também o link deste blog, ferranha e orgulhosamente republicano, que está também na minha lista de preferências.

Está agendada uma faxina para actualizar links e para correr com a actual sondagem (ou talvez a deixemos eternamente, porque, em nosso entender as legislativas são quando o Homem quiser).

domingo, março 06, 2005 

Quelqu´autre etát d´esprit

"Leve seja a terra,
de quem não ladra,
de quem não ferra.

Dura seja a cama,
de quem não perde
de quem não se dana.

Glória a deus pai.
Na baixeza...
Os fracos à sobremesa.

Paz na terra mãe.
A cabidela dos fortes
digere-se muito bem..."

quinta-feira, março 03, 2005 

Juris Prudentes / "Take away our playstations...and you´ll see that we´re a third world nation"

EUA: Supremo considera inconstitucional pena de morte para menores de 18 anos
Cinco votos a favor e quatro contra
01.03.2005 - 15h58

Um acórdão do Supremo Tribunal dos Estados Unidos, aprovado hoje com cinco votos a favor e quatro contra, determina que a aplicação da pena de morte a pessoas que cometeram crimes antes dos 18 anos de idade é inconstitucional.
Esta é a segunda derrota judicial dos defensores da pena de morte nos Estados Unidos, depois de em 2002 ter sido proibida a condenação à morte de deficientes mentais.
O Supremo Tribunal dos Estados Unidos já tinha considerado inconstitucional, em 1988, a execução de jovens com menos de 16 anos de idade, mas 19 estados norte-americanos continuam a executar pessoas que tinham cometido crimes antes de fazerem 18 anos.
O porta-voz dos juízes do Supremo, Anthony Kennedy, fez notar que a maioria dos estados norte-americanos não condena à morte menores de 18 anos e salientou que os que recorrem a esta prática fazem-no cada vez com menos frequência. A tendência, segundo o Supremo, é no sentido da abolição da pena capital.
Para além dos Estados Unidos, a condenação à morte de menores de 18 anos tem sido aplicada em poucos países, como o Irão, o Paquistão, a China e a Arábia Saudita.
A pena de morte foi reintroduzida nos Estados Unidos em 1976. Actualmente aguardam execução mais de 3400 prisioneiros nos 38 estados que permitem esta punição.

A decisão de 1 de Março de 2005 do Supremo resulta de um recurso motivado por um acórdão do Tribunal Federal do Missouri, que rejeitou a aplicação da pena de morte a Christopher Simmons, de 17 anos, que em 1993 raptou uma vizinha, amarrou-a e atirou-a de uma ponte abaixo. Durante o julgamento a acusação afirmou que o jovem planeou o roubo e a morte de Shirley Crook e que se gabou da possibilidade de escapar à prisão devido à sua idade.

(Cortesia, via e-mail, de Tiago Mateus e da sua imensa base de dados.)

"This one goes out to the folks in death row, right now, awaiting the executioner´s guillotine...they can only escape into their heads and find peace. Peace...in the form of a dream. Peace in the form of a dream."
- Ani DiFranco

quarta-feira, março 02, 2005 

Regorgito ergo sum



I think therefore i am. I think therefore i am. I think therefore i am. I think therefore i am. I think therefore i am. I think therefore i am. I think therefore i am. I think therefore i am...

Mas porque é que Thomas Malthus nunca deu a devida atenção a esta máxima cartesiana?
É a solução para a sobre-população do mundo, sem sombra de dúvida.
Bem vistas as coisas, que espaço é que ocupa um Carlos Magno?
O mesmo de um Luís Delgado.
Tentem atravessá-los. Vão ver que, na realidade dos factos, são feitos de vapor...

terça-feira, março 01, 2005 

A raíz do cepticismo



Napoleon Beazley.
Executado em 2002 no Texas por um assassinato que cometeu 8 anos antes, quando tinha 17 anos de idade. Na audiência de julgamento, o delegado branco da "Prossecution" descreveu-o como sendo um "animal".Isto em frente a um júri composto, na íntegra, por pessoas brancas.
Testemunhas várias lembraram o seu potencial de reabilitação demonstrado na cadeia e referiram-se a ele como um "recluso-modelo."
Fonte: © Mike Moore/Daily Mirror

Sim, o texto é chocante. Sim, a foto é chocante. E sim... a realidade é muito, mas muito mais chocante.
Como explicar, debater, demover...
Não sei. Ou se sabe, ou Não se quer saber!

 

Quem disse que com a idade se extremavam posições?


You´re not so tough, big guy...

E como "dentro do peito dos desafinados"...também dentro do peito dos conservadores, "bate calado um coração".
Porque é que este homem não começou a realizar mais cedo?

 

Estamos aqui. Só não dizemos nada...


Mudos e quedos.
Até quando?
Tenho de arranjar um conveniente motivo de protesto para esta falta de escrita senão parece mal.

Este silêncio imenso.

  • PML
  • PM

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