Sensatez Bush (post inédito)
No bicudo caso "Terri Schiavo", um Bush (Jeb) soube (até ver) travar a tempo de extravasar os limites de onde deve ou não deve mexer.
Terri Schiavo, cidadã americana, tem lesões cerebrais presumivelmente irrecuperáveis que a manterão em estado vegetativo (segundo diagnósticos médicos) até aos limites da sobrevivência. Como, aliás, tem sobrevivido artificialmente, com a ajuda de máquinas nos últimos 15 anos.
"Bob and Mary are begging Governor Bush to save their daughter on this Good Friday day," Paul O'Donnell, a Franciscan monk, said after Friday's ruling. "Now is the day. Now is the time for the governor to have courage. The governor needs to take action and take action soon. She's dying." He contended the governor still has the power to take her into protective custody.
Na quinta-feira, Jeb Bush, Governador, disse que os seus poderes "não eram tão expansivos como as pessoas gostavam que fossem. Não posso ir além dos meus poderes...e não o irei fazer." Mas um Franciscano insistiu. E o Franciscano pede coragem.
Não, padre. A noção chave é competência. Competência "para".
A dificuldade de presumir a vontade de Terri está, quanto muito, limitada a quem a conhece melhor, bem como a critérios objectivos de possibilidade de sobrevivência.
O marido declara que Terri desejaria morrer com dignidade, (o argumento não muda...) tendo-lhe esta manifestado essa vontade enquanto consciente.
Os pais discordam veementemente, afirmam que a filha pode objectivamente melhorar e nunca desistiria da vida. E os médicos afirmam que as possibilidades de sobrevivência, mesmo com o tubo de alimentação (retirado à uma semana), não chegariam às duas semanas de vida. Temos Fé versus Ciência e Experiência.
Já Bush, pura e simplesmente não tem nada a ver com isso. Não tem argumentos legais para reivindicar uma custódia protectiva (muito menos contra uma vontade presumida, se efectivamente a houver).
Não é um poder hieraquicamente superior (circunstanciado nas suas competências legais) que poderá resolver a questão. O Governador não é um irmão mais velho a quem se recorre em casos residuais não previstos na lei. Os precedentes abertos seriam desastrosos.
E Jeb Bush certamente não é Deus. E não pode, em caso algum, fazer o papel d´Ele. Por isso, espero que saiba continuar a rejeitar o endeusamento de um Franciscano, que nele viu alguém, nas mãos de quem colocar a questão, não percebo muito bem em nome de quê.
Quanto ao recurso ao argumento da coragem, por muito fria que a análise pareça.... às vezes, está em ficar de parte das coisas que não nos dizem respeito.
Como outro franciscano, este,
lúcido e sensato como sempre, não o soube fazer.
Terri Schiavo, cidadã americana, tem lesões cerebrais presumivelmente irrecuperáveis que a manterão em estado vegetativo (segundo diagnósticos médicos) até aos limites da sobrevivência. Como, aliás, tem sobrevivido artificialmente, com a ajuda de máquinas nos últimos 15 anos.
"Bob and Mary are begging Governor Bush to save their daughter on this Good Friday day," Paul O'Donnell, a Franciscan monk, said after Friday's ruling. "Now is the day. Now is the time for the governor to have courage. The governor needs to take action and take action soon. She's dying." He contended the governor still has the power to take her into protective custody.
Na quinta-feira, Jeb Bush, Governador, disse que os seus poderes "não eram tão expansivos como as pessoas gostavam que fossem. Não posso ir além dos meus poderes...e não o irei fazer." Mas um Franciscano insistiu. E o Franciscano pede coragem.
Não, padre. A noção chave é competência. Competência "para".
A dificuldade de presumir a vontade de Terri está, quanto muito, limitada a quem a conhece melhor, bem como a critérios objectivos de possibilidade de sobrevivência.
O marido declara que Terri desejaria morrer com dignidade, (o argumento não muda...) tendo-lhe esta manifestado essa vontade enquanto consciente.
Os pais discordam veementemente, afirmam que a filha pode objectivamente melhorar e nunca desistiria da vida. E os médicos afirmam que as possibilidades de sobrevivência, mesmo com o tubo de alimentação (retirado à uma semana), não chegariam às duas semanas de vida. Temos Fé versus Ciência e Experiência.
Já Bush, pura e simplesmente não tem nada a ver com isso. Não tem argumentos legais para reivindicar uma custódia protectiva (muito menos contra uma vontade presumida, se efectivamente a houver).
Não é um poder hieraquicamente superior (circunstanciado nas suas competências legais) que poderá resolver a questão. O Governador não é um irmão mais velho a quem se recorre em casos residuais não previstos na lei. Os precedentes abertos seriam desastrosos.
E Jeb Bush certamente não é Deus. E não pode, em caso algum, fazer o papel d´Ele. Por isso, espero que saiba continuar a rejeitar o endeusamento de um Franciscano, que nele viu alguém, nas mãos de quem colocar a questão, não percebo muito bem em nome de quê.
Quanto ao recurso ao argumento da coragem, por muito fria que a análise pareça.... às vezes, está em ficar de parte das coisas que não nos dizem respeito.
Como outro franciscano, este,
lúcido e sensato como sempre, não o soube fazer.