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sexta-feira, março 11, 2005 

11 de Março aqui

Tenho orgulho em ser europeu, gosto de ser português. Confesso que sou daqueles que só nutre sentimentos patrióticos quando joga a Selecção Nacional (maiúsculas cuidadosamente escolhidas, porque há que acreditar em alguma coisa e eu escolhi o Futebol, ou fui escolhido pelo Futebol, sei lá). Confesso que, de cada vez que a construção europeia for referendada, o meu voto será inevitável e imponderavelmente sim. Não me questiono muitas vezes porquê: às vezes é preciso que nos deixemos ir na espuma dos nossos afectos.
A comoção com que vivi o 11 de Março foi prova íntima deste afecto. Não foi aqui ao lado, foi aqui. A reacção dos espanhóis foi a que desejo minha e não falo aqui de questões políticas, mas sim da coragem demonstrada nos dias seguintes, do desafio suave mas empenhado ao fado. Claro que o 11 de Setembro não me foi indiferente, mas o de Março foi, como já disse, aqui. Orgulho-me da forma menos maniqueísta, como nós, Europeus, perspectivamos o mundo, admitindo o quão maniqueísta pode ser esta observação.
Secaram as lágrimas, ficou o sal.

O 11 de Março foi aqui.
O 11 de Setembro foi aqui.
O Tsunami foi aqui.
O Iraque foi e é aqui.
O Rwanda continua a ser aqui.
A tchechénia é aqui.

É o que o Russell chamava "um profundo sentimento de compaixão por tudo o que é humano."
E que eu acho que não tem nada a ver com a constituição europeia.
A ver...

Nem a ver, nem a haver.
Mas se adoptas essa teoria da identificação por esferas concêntricas (o 11 de Março foi aqui, o 11 de Setembro nem tanto...), porque não dizes que "entre os rios" foi mesmo, mesmo, mesmo aqui?

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