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terça-feira, março 15, 2005 

Angústia sem destino

As demais das vezes a ideia de que possa exisitir um destino é-me tenebrosa. Surge-me como um atentado à condição humama, como a negação da própria vida. Andar por cá valeria zero, não seríamos consequentes, não teríamos vontade, seria não ser.
Outras vezes há, em que ser consequente pesa tanto, que imploro a existência de um destino. A escolha é aí um fardo, mesmo que se trate de sapatos. Escolher é perder, é sempre um mal menor, melhor é suposto que o seja, porque muitas vezes se revela um mal maior e muitas outras ainda não se revela coisa alguma: quem sabe se aquela foi a escolha acertada, quem sabe o que estava no fim da outra?
É nas alturas, em que escolher é pior que não ser, que clamo por um Demiurgo paternalista, que já tenha o que aí vem rigorosamente traçado.
Irresponsável é o que se chama a uma pessoa assim, creio.

"And then the road divided in a bush.
Two paths lied in front of me...
I chose the left one. And that made all the diference."

- Ralph Waldo Emerson

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