sexta-feira, dezembro 30, 2005 

2006

Grande coisa.

Zé Gato

 

Soares de "cacilheiro"

Mário Soares atravessou esta tarde o rio Tejo de barco. O candidato quis fazer o mesmo percurso feito diariamente por muitos milhares de pessoas.
Tal como elas, passou despercebido.


Fonte: Sic on-line, 29.12.05

Temos Soares en marge.

Zé Gato

quinta-feira, dezembro 29, 2005 

Não é cansaço (2)



É tão certo como o erro de ser barco a motor e insistir em usar os remos.

Zé Gato

 

Não é cansaço



É eu estar existindo
E também o mundo,
Com tudo aquilo que contém,
Como tudo aquilo que nele se desdobra
E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.


Zé Gato

quarta-feira, dezembro 28, 2005 

Assustado

Ao fim de um ano, apercebeu-se que não partilhava o blogue com um tu, mas com um ele.

Zé Gato

 

Jardel

Chegou ao fim do ano um bocado farto de si próprio.
Irritiva-o particularmente o hábito invencível de se referir a si na terceira pessoa.


Marco Tábuas

 

the way i see IT

I did my best, it wasn't much,
I couldn't feel, so I tried to touch,
I've told the truth, I didn't come to fool you.


Hallelujah / Leonard Cohen ou o amor explicado e cantado por Cohen.

E no seguimento de um post aberto da Ana, que bem merecia ser continuado.
Não por mim, mas pelos mais autorizados.

Zé Gato

 

Ruby Tuesday


Melanie Safka (1970)

Ontem ouvi-a pela primeira vez.
Trémula e forte.

Zé Gato

 

Filosofia subjacente

Kramer - George, do you ever yearn?
George - Do i what?
Kramer - Do you ever yearn? I mean...do you yearn?
George - Do I yearn?
Kramer - Yes, yes, do you yearn?
George - Well, i crave... I crave all the time.

Seinfeld - Série 6, ep. The keys

Zé Gato

 

2005

O ano em que, pelo meio de excertos de artigos de opinião, poesia e uns tantos desabafos, comecei descomprometidamente a postar imagens de miúdas com pouca roupa.

Zé Gato

 

2005

O ano em que toma lá passou a ser a expressão ideal para quando se aperta a mão a alguém.

Zé Gato

 

2005

O ano em que o Caetano Veloso me começou a irritar solenemente.

Zé Gato

 

2005

O ano em que não preenchi a quota mínima de jargão no blogue, porque (finalmente) fomos linkados por alguns blogues famosos:

"Merda para isto tudo."
There.

Zé Gato

 

2005

O ano em que voltei a preferir o sabonete ao gel de banho.

Zé Gato

 

2005

Melhor blogue (Tábuas)
A causa foi modificada

Melhor blogue (Gato)
Estado Civil

Gato das Tábuas

 



"Now here is nowhere."

Zé Gato

 

2005

Album do ano (Gato):


Album do ano (Tábuas):


Gato das Tábuas

terça-feira, dezembro 27, 2005 

the season of the shark



Zé Gato

 

Explicação


comfortably numb

Is there anybody in there?
Just nod if you can hear me.
Is there anyone home?
Come on, now.
I hear you're feeling down.
Well I can ease your pain,
Get you on your feet again.
Relax.
I need some information first.
Just the basic facts,
Can you show me where it hurts?
There is no pain, you are receding.
A distant ship's smoke on the horizon.
You are only coming through in waves.
Your lips move but I can't hear what you're saying.
When I was a child I had a fever.
My hands felt just like two balloons.
Now I got that feeling once again.
I can't explain, you would not understand.


This is not how I am.
I have become comfortably numb.


Ok.
Just a little pinprick.
There'll be no more ...Aaaaaahhhhh!
But you may feel a little sick.
Can you stand up?
I do believe it's working. Good.
That'll keep you going for the show.
Come on it's time to go.
There is no pain, you are receding.
A distant ship's smoke on the horizon.
You are only coming through in waves.
Your lips move but I can't hear what you're saying.
When I was a child I caught a fleeting glimpse,
Out of the corner of my eye.
I turned to look but it was gone.
I cannot put my finger on it now.

The child is grown, the dream is gone.


I have become comfortably numb.


Waters/Gilmour

Zé Gato

 

Terapia de Substituição

Para que pudesse largar os policiais, prescreveram-lhe metatexto.

Marco Tábuas

segunda-feira, dezembro 26, 2005 

Uma outra quadra - eufemismo de carnaval

- Então?
- Então o quê?
- O que é que achaste?
- Do quê?
- De quem...! Dele...
- Estava mascarado de parvo.

Marco Tábuas

domingo, dezembro 25, 2005 

Sms

José diz: É giro o puto. Tem um ar rijo.
Maria diz: Pena que só dure até aos 33.
José diz: Nada mau para um palestiniano.

Zé Gato

 

Vergonha alheira

B. entra com o seu ar mais-girlie-do-que-isto-é-muito-mas-mesmo-muito-difícil no restaurante da Associação dos ex-Comandos de Angola.
B. quer peixe mas constata que só há pratos de carnes. B. pede um Cozido à Portuguesa sem carne.

Marco Tábuas

 

A Praia Ilustrada

O espírito da quadra (2)
Se a quadra fosse para ser feliz, tê-la-iam posto no Verão.



Imagem roubada aqui.

Marco Tábuas

 

E depois ficaram sem assunto

Findas duas horas de conversa com ela, sobre fulano tal, concluiu que o problema do tal fulano era não ter vida própria.

Marco Tábuas

sexta-feira, dezembro 23, 2005 

Jovem (2)

Tenho de arranjar um garruço. Natal sem garruço não é natal.
Diz-se garruço ou barruço?

Obrigado por nos lerem.
Bom natal.

Zé Gato

 

E o voluntarismo negativista do Pedro Barbosa?

Os relvados e a cidade estão agora cheios de gente esforçada.

Gente esforçada lembra-me o suor urbano.

Suor urbano recorda-me o struggle, o strife.
E aquela que, tendo ainda tudo para provar, vivia cativa do reconhecimento.

Não há volta a dar.
Esses compram livros pelas lombadas.

Zé Gato

 

Jovem



Agora me lembro porque nunca alinhei em jotas.
Não é por serem jovens. É por terem jovens.

Zé Gato

 

Dar a volta II

Era tão eclético que o estatuto de constrangido social era coisa inevitável.

 

Dar a volta

Era tão contraditoriamente crente que os outros o tinham por niilista. Os mais latinistas, no entanto, tinham-no por nihilista.


Marco Tábuas

 

Presidential breakdown

Há 3 dias que tento alterar a banda sonora do Sete.
E recebo sempre a seguinte mensagem:
Filelodge is currently under reconstruction. We can´t accept more than MP3 with 2MB

Seja.
2 MB é mais que suficiente.
Também não gostava tanto daquele MP3.

Zé Gato

quinta-feira, dezembro 22, 2005 

Tudo se lhe permite?

Ele não tem conversa, ele não sabe dialogar, ele não é nenhum nobel da economia, ele é crispado, ele é muito crispado, ele é agressivo, os meus amigos diziam mal dele nas reuniões das instâncias comunitárias, ele não tem cultura, ele não tem ideias, ele é crispado, ele não tem formação política democrática, ele só fala do passado, ele tem de ser denunciado, ele não é aquilo que pensam dele, ele não escreve livros, ele não lê livros, ele é muitíssimo crispado, ele é isto, ele é aquilo.

Tu quoque?

Ao cabo e ao fim, quem é "ele"?

Zé Gato

quarta-feira, dezembro 21, 2005 

Desconsideração

Não convidar um representante de Manuel Alegre para o debate pós-debate entre Cavaco e Soares, levado a cabo na RTP1 às 22 horas, não consubstancia apenas uma violação clamorosa do artigo 113º da Constituição da República Portuguesa.

Consubstancia também o desconsiderar absoluto de uma margem da população que, segundo todas as sondagens levadas a cabo, corresponde entre 12% a 19% da população votante.
E se a população votante reflecte cerca de 60% da população nacional,
corresponde à desconsideração absoluta de 720.000 a 1.140.000 Portugueses.

A violação não começou aqui.
António Garcia Pereira entregou hoje 8500 assinaturas no Tribunal Constitucional (entre as quais a minha).
A Manuela Magno faltam 120 assinaturas para o mínimo de 7500, que deverão (assim espero) ser entregues até terça-feira próxima.
Nunca ambos foram contactados, convidados, ouvidos. Ambos serão clara e irreversivelmente prejudicados na captação das intenções de voto, como na possibilidade de difusão dos respectivos manifestos políticos.
A democracia é uma coisa muito bonita, especialmente quando vale por si própria e não é utilizada para confrontos de egos.
É vergonhosa a falta de cultura democrática que subsiste em Portugal.

Zé Gato

 

Overcoming



Paraíso do Welfare State, na Noruega, uma em cada quatro mulheres que mantêm relações próximas com homens são abusadas ou agredidas.
Esta é outra Noruega.


Caroline says
As she gets up off the floor
Why is it that you beat me?
It isn’t any fun.
Caroline says
As she makes up her eyes
You ought to learn more about yourself,
Think more than just i.
But she’s not afraid to die
All her friends call her alaska
When she takes speed, they laugh and ask her
What is in her mind?
What is in her mind?
Caroline says
As she gets up from the floor,
You can hit me all you want to
But I don’t love you anymore...


Reed/Cale/Morrisson/Tucker

Zé Gato

 

Não pretendo debates mornos

Mas a agressividade que jorra às gotas entre o pulo do lobo e o super-mário, começa a enfastiar deveras.

Gentlemen, you´re missing the point.

Zé Gato

 

Maniqueísmo

Escreve Pedro Mexia:

"Quadrado
Nunca fui à caça nem à pesca. Não ligo nenhuma ao fado. Não gosto de touradas. A «pátria» não é um conceito que use muito.

Em suma: não sou suficientemente de direita para votar Alegre.
"

Estas quatro frases de Pedro Mexia têm por premissa implícita que ser de esquerda é uma coisa boa.
O simétrico deste texto nunca seria escrito à esquerda, assim como nunca ninguém que se diga de esquerda proferirá a frase fetiche de Durão Barroso "Esquerda e direita é uma distinção que já não faz sentido".Não é tanto a esquerda que se arroga de uma certa superioridade moral, mas mais a direita que lha concede.


Marco Maniqueísta Tábuas

 

Não é uma questão de motivação



Para mim, é tudo uma questão de entusiasmo.

Zé Gato

 

Uns mais iguais que outros

Respeitem a República

É inacreditável ter sido possível que após dez debates só no referente a Cavaco/Soares, o Canal Público (RTP) se tenha decidido a fazer posteriormente um programa com analistas políticos para o comentar.
Dirão que era o último da série e que por isso o serviço público de televisão o terá realizado para balanço global.
Seja! Aceito essa justificação, mas...
Ao confirmar que a Candidatura de Manuel Alegre não foi contactada para participar no painel dos comentadores em que Jerónimo de Sousa foi defendido por António Filipe, Francisco Louçã por Fernando Rosas, Cavaco Silva por Dias Loureiro e Mário Soares por António José Seguro, não existe qualquer justificação que consiga abonar a favor da RTP.
Foi imparcial e desonesta e estranho que os comentadores tenham alinhado nesta farsa ignorando, uma vez mais, um movimento cívico pujante, contribuindo assim para o divórcio, de que tanto se queixam, entre os cidadãos e os Partidos Políticos.
Durante todo o debate só Dias Loureiro se referiu a Manuel Alegre para deixar umas farpas a António José Seguro e Fernando Rosas para desferir um cobarde ataque a Manuel Alegre sabendo que naquela mesa não havia quem o pudesse defender.
Esta pouca-vergonha que já se tinha sentido com as tristes alegações finais de Teresa de Sousa na SICN, (embora aqui se trate de um canal privado que já nos habitou à pouca equidistância) é inadmissível num País democrático decente e intolerável no Canal Público de Televisão, pago por todos os contribuintes.
Um escândalo e uma vergonha para todos nós.
Luís Novaes Tito

Tugir em Português

 

O optimista

"Dirijo-me aos portugueses que ainda não decidiram votar em mim".
- Cavaco Silva

Zé Gato

 

Uma primeira análise

Hoje à noite, Cavaco e Soares falaram de Cavaco.

Zé Gato

terça-feira, dezembro 20, 2005 

Se o Bill insiste mais no apático, torna-se catatónico


Foto roubada no Festim Nu

O que eu realmente gostei (e a ideia não é minha) foi a terna preocupação da Jessica Lange e o esgar ciumento, perdão, sentimento de posse da Chloe Sevigny.

Zé Gato

 

Mainstream

Este blogue não se vendeu.
Assim que terminarem as eleições, por mim, voltarei à toca do blogue apolítico, de onde o Tábuas ainda não saiu.
Onde uns dizem "Soldouts", deverá ler-se "Soul doubts".

Zé Gato

 

Sempre Helena

Gato escondido com rabo de fora

Marcelo Rebelo de Sousa pegou nas sondagens do Expresso para concluir que por Alegre ter andado mal nos debates é que Soares lhe tinha passado à frente. Como bem informado que é, deve saber que o trabalho de campo dessa sondagem terminou antes do debate televisivo entre Alegre e Soares. Como novas sondagens, hoje publicadas, dão conta de uma consolidação da segunda posição de Alegre, das duas, uma: ou Alegre conseguiu, num só debate, “virar” os resultados, e merece a melhor nota; ou as sondagens são o que são e não podemos inferir delas as conclusões lineares que Marcelo, professor e tudo, retirou a partir de uma só, por sinal a única que dava grande vantagem a Soares. A racionalidade manda que se confrontem todos os casos antes de tirar conclusões. A terceira hipótese é Marcelo saber tudo isto muito bem, mas preferir martelar a sua análise por conveniência própria. Fê-lo na televisão pública, em horário nobre e sem contraditório. Aqui houve gato, mas com rabo de fora. Desclassifico-o por incumprimento das regras do jogo.

Helena Roseta n´o Quadrado

Zé Gato

 

Freguesia modelo

Portugal, toda a gente sabe, é um país essencialmente composto por bipolares, por autistas, por pessoas com pouco jeito para os números e, last but not least, por muitas outras que conseguem a proeza extraordinária da reunir, numa só cabeça, estes três traços de personalidade.
Ora, em boas sondagens, esta realdade tem, como ultimamente tem acontecido, de vir reflectida.
Em primeiro lugar o autismo. Obviamente que, para ser coisa séria, para amostras e circunstâncias semelhantes não se querem resultados similares. Não. As sondagens querem-se autênticas ou seja, autistas. E elas aí estão, de acordo com as expectativas, cada uma a espelhar uma realidade única e hermética.
Em segundo o lugar a bipolaridade. Duas sondagens, separadas por duas semanas, demonstram que os eleitores, de espaço político semelhante, decidiram, sem razão aparente mudar radicalmente de ideias. Foram só, de acordo com a amostra, uns 800.000 portugueses que se trasladaram, politicamente, sem motivo. Claro, são os 800.000 bipolares.
Em terceiro lugar os números. Os números são a justificação por defeito. O que não for autismo, bipolaridade ou qualquer outra afectação do foro psiquiátrico são pequenos erros matemáticos.
A conjugação do autismo com fascínio pelo desconhecido, os números, cria um todo gestalt que se sobrepõe à bipolaridade. Daí que, surja, firme e confortável no topo das sondagens, um tipo que percebe de números e é profundamente autista.
Se as sondagens supõem, mais do que qualquer outra coisa, uma amostra representativa, não se entendem de facto as críticas. Aliás, ser destacado membro de um partido e desempenhar papel relevante numa empresa de sondagens não tem nada de esquizofrénico: é até mesmo bastante saudável.

Marco Tábuas

 

Quem nos enterra

Sondagem DN Marktest:

Cavaco Silva - 57,9%
Manuel Alegre - 16,2%
Mário Soares - 14,8%
Francisco Louçã - 5,8%
Jerónimo de Sousa - 5,3%

Indecisos - 21,6%

De acordo com esta sondagem, quem vota habitualmente no PS está profundamente dividido: 39,5% eleitores preferem Soares, 30,3% escolhem Alegre e 19,5% optam por Cavaco.

Pelo tristemente célebre argumento da entrega do poder a Cavaco, o Partido Socialista não vai lá.
A fazer fé nesta sondagem, que vale como sondagem e não como ex-libris de capitulação ou laboured criteria para a abdicação, Manuel Alegre é, sem dúvida, o candidato melhor colocado para bater Cavaco Silva numa hipotética segunda volta.
Não só porque recolhe 30,3% dos votos dos socialistas, demonstrativo da profunda cisão que o aparelho PS provocou no partido com as recentes altercações baixas e propositadas a que deu azo e com as quais terá que lidar no futuro. Também porque representa, sem vaidades ou propagandas, a candidatura mais transversal, capaz de capitalizar votos à esquerda, ao centro esquerda e ao centro ou mesmo a quem se considere fora do espectro partidário ou ideológico. Porque é uma candidatura de impulsionamento e porque é uma candidatura de valores. E é absolutamente confrangedor a atitude do PS, antes de louvor, agora de chacota.

A tanto, ganha consistência a variante de João Tunes no Água Lisa, em resposta à minha desilusão de pré-campanha, Vital Moreira, que ora, ao contrário de outrora, pactua com a política de bastidor, do paternalismo bacoco e da desconsideração, quanto mais não seja, de uma franja significativa da população eleitora.

Disse VM:
O afundamento da candidatura de Manuel Alegre - que era previsível e que as últimas sondagens eleitorais confirmam - são produto exclusivo da sua inconsistência, do carácter errático da sua linha política e da fragilidade dos seus apoios. Mas entendo que não faz nenhum sentido qualquer tentativa de a humilhar por parte do PS nem, muito menos, por parte da candidatura de Mário Soares. Quanto mais não seja, em caso de 2ª volta, Mário Soares precisa dos votos de Alegre, pelo que são de evitar todos os factores que possam causar ressentimento entre os seus apoiantes.
[Reproduzido do Super Mário]
[Publicado por vital moreira] 19.12.05


Tornou-se quase tão político como Soares, felizmente para aquele, sem a projecção deste. Tornou-se tão confuso que pluraliza o afundamento. Tornou-se tão vinculado, que omite o que eu quero, por força, pensar que ele pensa sobre tudo isto.
E ao dizê-lo, também confirmou, pela parte que o toca (não lhe atribuo a voz funcional do PS - antes fosse) que a candidatura de Mário Soares é a única, sublinho a única que apresenta um estranho temor de ir a votos nos actuais termos.
Nada de novo para quem não sabe que é também nos votos que se faz política.
Nada de novo para quem só faz política para os votos.

Zé Gato

 

Segunda a circular

Faz tanto tempo que não vejo quem me estremeceu o corpo, me tolheu o sono e me turvou a vista.

Zé Gato

 

For once we agree

"Soares é a política que se despede. Cem por cento política. Zero de tudo o resto. É a política da tribuna, que despreza a proposta e vive do confronto verbal. Tem uma vantagem: é tão pragmático como democrático"
- Daniel Oliveira

Zé Gato

segunda-feira, dezembro 19, 2005 

Vira o disco



You can all just kiss off into the air
Behind my back I can see them stare
They’ll hurt me bad but I won’t mind
Yeah they’ll hurt me bad they do it all the time
Yeah yeah they do it all the time
I hope you know this will go down
On your permanent record
Oh yeah well don’t get so distressed
Did I happen to mention that I’m impressed?

I take one one... one cause you left me and
Two two... two for my family and
3 3... 3 for my heartache and
4 4... 4 for my headaches and
5 5... 5 for my lonely and
6 6... 6 for my sorrow and
7 7... for no tomorrow and
8 8... I forgot what 8 was for and
9 9... 9 for a lost God and
10 10 10 10 for everything
Everything everything everything

Gordon Gano/Brian Ritchie/Victor Delorenzo/Scotch Marching


Hoje pela noite, violent femmes para abanar esta monotonia.

Zé Gato

 

Despeito

Sou um tipo pacífico mas considero que receber um cd de hip hop pelo Natal é bom fundamento para corte de relações.

Zé Gato

 

Tão democrata como vós

"Passaram hoje 25 anos sobre a morte de Nelson Rodrigues

Manuel Alegre é um ex-assunto".

ivan 11:31 PM no Super Mário

Zé Gato

 

"I hate nostalgia, unless it´s mine."

- Lou Reed

Zé Gato

domingo, dezembro 18, 2005 

2 questões



1. Porque é que nas sondagens telefónicas só era contemplada a desistência dos candidatos da esquerda em face da candidatura de Soares?
2. Porque é que só Manuel Alegre foi questionado em relação a um eventual voto em Soares na segunda volta?

A esquerda não é um bloco, nunca o foi, nunca o será. A esquerda é díspar e abrangente. E, sejamos claros, mais abrangente e pluralista que a direita, se bem que nao é monopolista do pluralismo.
E escrevo isto para deixar bem claro que nunca votei Mário Soares (sendo uma insignificante das muitas razões a de que nunca tive idade para o fazer).
E nunca votarei, em qualquer das situações e cenários possíveis nesta campanha presidencial e muito menos me sinto obrigado a tal, atenta a minha ideologia de base.
E como eu, conheço e há-os muitos.

O triste argumento da entrega do ouro ao bandido só descredibiliza ainda mais a candidatura que longe de pacífica, não é nacional.
A verdade é que onde há aqueles que são contra Manuel Alegre Presidente, há aqueles que são contra a candidatura de Mário Soares a Presidente.
Onde os candidatos se debatem com a sua eleição, Soares (excluindo naturalmente os seus apoiantes) debate-se ainda (como sempre de debaterá, em qualquer dos desfechos) com a sua razoabilidade de candidatura.
Não levar a sério quem tem esta posição de princípio, apelando a quadrantes ideológicos, para capitalização de votos, é um tiro no pé. Não levar a sério quem advoga a rotatividade e a renovação política como pilar estruturante da democracia é dar outro tiro no pé.
Um valente tiro no pé.

Pedro Moniz

sexta-feira, dezembro 16, 2005 

Aguentem-se camaradas...aguentem-se.

Missing Target

No Acidental, Pedro Marques Lopes declara o seu apoio a Alegre. O Filipe Nunes Vicente, depois de ter sido acusado na caixa de comentários do Mar Salgado de estar por Cavaco, confessa o alegre voto. Encontro um amigo que dificilmente se pode classificar de esquerda, e dá Alegre outra vez. Os meus sogros, democratas-cristãos de sempre, dizem simpatizar com "o aristocrata da República". Até a minha mulher acha que "o Alegre tem mais charme". (Querem ver que tenho de a levar a jantar fora para votar no Cavaco?)
Não são casos isolados. E há as sondagens.
Ou muito me engano ou aqui no Pulo temos andado a bater o lobo errado.
Pedro Picoito | 11:57 |


Zé Gato

quinta-feira, dezembro 15, 2005 

Ary

Retrato de Manuel Alegre

Alegre Manuel alegre até à morte
que lindo nome para um homem triste
que lindo nome para um homem forte.

Alegre Manuel despedaçado
pela espada da língua portuguesa:
a palvra saudade a palavra tristeza
a palavra futuro a palavra soldado
Alegre Manuel aberto cravo
aos ventos da certeza

Alegre Manuel aqui mais ninguém fala
tão alto como tu ninguém se cala
com essa dor serena e construída
não apenas de versos mas de vida

Alegre Manuel as línguas do teu canto
ateiam-nos o fogo.
Neste lugar de lama e desencanto
tornas vermelho o povo.


José Carlos Ary dos Santos, Obra Poética - Edições Avante, pág. 282

Zé Gato

 

Sobre uma suposta razia

Acabou por ser a televisão – a grande arma das candidaturas «independentes» – a tramar Manuel Alegre.
- Filipe Nunes

2. Eurosondagem, 14 Dezembro, N=757, Telefónica
Quem ganhou o debate Alegre-Soares?
Alegre: 20,7%
Soares: 19,3%
Não viu/não sabe/não responde: 60%


Zé Gato

 

Ele achava

Já esta quinta-feira, ouvido pela TSF, Jorge Coelho esclareceu que «não fez bem» um apelo à desistência.

«Eu achava que devia haver uma reflexão entre todas as candidaturas, tendo em conta que todas as sondagens dão o professor Cavaco Silva com uma possibilidade forte de ganhar à primeira volta», disse.
- Jorge Coelho

A descredibilização das afirmações de Jorge Coelho não é só constatada com uma leitura leiga das actuais sondagens que dão Manuel Alegre à frente de Soares em todas elas (sete) menos uma - ver aqui.
Na verdade, o descrédito resulta de ter sido Jorge Coelho a proferir as declarações.
E de Soares rapidamente se ter demarcado de Jorge Coelho.

Enfim, o eterno standard procedure do aparelhismo do PS.

Zé Gato

 

Realpolitik (2)



E porque não gosto de quem espezinha, nem de quem estoira quando é espezinhado, eu gosto da Kate Moss.

Zé Gato

 

Projectos de projectos e coisas a meio

Tenho consciência de que escrever um post sobre escrever um post é algo bastante bem classifiado num top ten cujo título "das coisas ridículas" não seria de todo imerecido.
Ainda assim, Zé, prometo em breve deixar aqui umas impressões sobre a campanha. Não estás sozinho nessa tua cruzada - passe a semi contradição semi propositada.

Marco Tábuas
companheiro de luta

 

Sem Contemplações (8)

Olho para trás e é só política e miúdas.

Zé Gato

 

Quem está confuso?

"...até considero que o Professor Cavaco Silva é um bom candidato presidencial"
- Mário Soares versão não candidato no almoço de Leiria.

"...mas ele (Cavaco Silva) não os sabe exercer. Não basta saber de economia. Pois claro que não durmo descansado!"- Mário Soares versão candidato na TVI.

Zé Gato

 

O vetusto mal educado



Soares personifica a política que não olha a meios e que, mais que tudo, se pretende perpetuar. Soares só pretende perpetuar-se por mais um bocado.
Mas conhecendo bem Manuel Alegre e os seus princípios, não se coibe de arriscar criticar e descredibilizá-lo, mesmo tendo telhados de vidro.
Essa é, sem dúvida, a maior diferença das candidaturas. Os princípios.
Ao contrário do que Soares quis fazer crer, Manuel Alegre nunca se escudou a combates políticos. Ganhou e perdeu muitos. Travou muitos por Soares. Travou muitos para Soares.
O presidente vela, essencialmente, pelos princípios.
E eu não quero um presidente que vele por aquilo que nem sempre tem.

Zé Gato

 

A visão de Garcia Pereira

António Garcia Pereira criticou a imposição e inabilidade da Candidatura de Mário Soares e apelou à união da esquerda.

Zé Gato

 

Ligeireza

A ideia de Manuel Alegre de dissolver a AR e convocar novas eleições em caso de privatização do sector das águas revela a ligeireza com que ele encara os mais eminentes poderes presidenciais, deixando pairar sérias preocupações sobre a estabilidade política, caso viesse a ser eleito.
De resto, mais grave do que a privatização das águas -- que aliás não está na agenda política do Governo -- parece-me ser o caso da REN, que detém as redes de transporte de electricidade e de gás natural, sendo de importância estratégica para a nossa economia. A sua privatização já foi anunciada pelo Governo, sem que se conheça nenhuma reserva de Manuel Alegre sobre o assunto.
vital moreira 2:41 AM


Parece-me bem de ver que as preocupações com a idade de Mário Soares são, como eu sempre disse, desnecessárias.
É o Prof. Vital Moreira que está a perder a memória.
Ou não tem assistido aos debates, ou não lê jornais, ou pura e simplesmente decidiu escrever um post adequado ao seu título.

Zé Gato

quarta-feira, dezembro 14, 2005 

Uma outra coisa

"I don't consider myself a pessimist. I think of a pessimist as someone who is waiting for it to rain. And I feel soaked to the skin."

Leonard Cohen (1962)

Zé Gato

 

Justificação congénita

Ao olhar clinicamente para o fundo da sua garganta, o otorrino vislumbrou, ao invés de amígdalas, uma mão cheia de inanidades.

 

Campanha à SuperMário



Clique na imagem para a ver com outros olhos.

Zé Gato

 

Impoluto apolítico

"Tudo o que este governo faça de bem tem o meu apoio".
[Cavaco Silva aos emigrantes de Paris]

O que faça de mal, está errado.
E o que o Governo fizer de mais ou menos, apoio, mas não fui eu que tive a ideia.

Zé Gato

 

Vida de cão

Há uns tempos, passou uma reportagem sobre a fantástica actuação da polícia de Miami, no combate preventivo a esse crime hediondo que é o recurso a serviços de prostituição.
A estratégia - simples - consistia em pôr, numa qualquer esquina, uma agente devidamente bronzeada, tonificada e decotada, não necessariamente por esta ordem. Depois de abordada, e do entabular de dois dedos de conversa negocial, para que não restassem quaisquer dúvidas sobre as reais intenções do delinquente, ao invés do suposto, seguiam-se dois meses de prisão.
A iniquidade de tudo isto é óbvia. Suponham um trabalhador da construção civil, de meia idade, solteiro, daqueles que tece elogios a qualquer mulher que passa sob o andaime, bonita ou horrenda é igual, na verdade fá-lo mais no cumprimento de uma função social do que em manifestação de uma opinião própria. Agora suponham que é sábado à noite (nunca sexta, porque as aproximadamente sessenta horas que trabalhou durante a semana não lhe deixaram grande energia sexual) e ele pensa, e com toda a razão, creio, "mereço um miminho", "vou fazer um miminho a mim próprio". Pouco depois vê-se, a prazo de dois meses, na prisão.


Vida de cão, é trabalhar na construção, como cantava o Manuel, que não o Alegre, mas o João.
Felizmente, o nosso processo penal - que por aí consta que cheira a mofo - não permite tal iniquidade.


Marco Tábuas

terça-feira, dezembro 13, 2005 

Realpolitik



Zé Gato

 

Engenho da arte

Uma pessoa pode esconder o seu amor?

À saída do cinema Quarteto, este sábado à noite, sou interpelado por um arrumador de automóveis. «Ó amigo», diz o puto, avançando para mim, um puto alourado com olhos azuis e zonzos e um lanho no sobrolho. Quer uma esmola, pensei, e levei a mão ao bolso do casaco. «Ó amigo, responda-me a uma pergunta». Eu vinha de ver o espantoso Grizzly Man, e ainda estava com a cabeça nos metafóricos ursos de Herzog. «Diga-me uma coisa: uma pessoa pode esconder o seu amor?». Não soube o que dizer, tão surpreendido que fiquei. «Eu vivia com uma rapariga, mas agora estamos separados, porque eu escondi o amor que sentia por ela». Compreendi com um aceno. «Uma pessoa pode esconder o seu amor?», perguntou de novo.
Um miúdo cambaleante suspenso de uma resposta que eu não tinha.


Estado Civil

Único.

 

Ridendum

Ontem a L. disse: "Agora o teu blogue é só política. Já não tem piada nenhuma."

Nunca vi tamanha virulência.
Será que não viram a foto do Aníbal Silva, colocada uns posts abaixo?

Zé Gato

 

Em discurso directo

Manuel Alegre recusou ser um candidato presidencial "de protesto" e denunciou a "atitude de superioridade" de Francisco Louçã em relação à esquerda, num debate, esta noite, em que os dois candidatos concordaram na maioria das questões sociais.

"A minha candidatura não é uma candidatura de protesto (…) Não pretendo ser a esquerda da esquerda. Francisco Louçã tem uma tendência para uma certa superioridade em relação à esquerda. Eu não faço juízos morais dessa natureza", afirmou Manuel Alegre no debate, na RTP, com o candidato apoiado pelo Bloco de Esquerda.
Por seu lado, Louçã fez um apelo directo ao voto dos socialistas nas alegações finais do debate, reclamando-se contra as políticas que representam "o continuismo". "É aos socialistas que me dirijo para convocar a energia, a vontade de mudança que os portugueses sentem (…) contra o continuismo".
"Ainda não compreendi bem as diferenças entre Mário Soares e Manuel Alegre. Essas guerras, o tira-teimas não é uma forma de sabedoria", criticou, numa alusão ao facto de existirem dois candidatos da área dos socialista. "Manuel Alegre só é candidato apartidário porque não é apoiado pelo partido".
Ao longo do debate, o candidato apoiado pelo BE mostrou-se mais aguerrido, procurando "colar" Manuel Alegre às políticas do Partido Socialista, posição que o deputado socialista rejeitou, dizendo que em muitas "ocasiões decisivas" esteve contra certas medidas "muitas vezes sozinho".
Manuel Alegre respondeu, nas suas alegações finais, recusando ser o "candidato da continuidade nem do contra-poder" e afirmando-se como "o candidato da renovação".
Numa crítica à "atitude de superioridade" de que acusou Louçã, Alegre manifestou-se contra a ideia de que "há salvadores da pátria, sejam de direita ou seja de esquerda". "O Presidente da República pode fazer muito, mas tem os seus limites", disse.

Fonte: Agência Lusa

Zé Gato

 

1984

Vieira da Silva, dirigente do Partido Socialista e ministro, afirmou hoje em Barcelos que “há apenas dois candidatos”, que para ele são Cavaco Silva e Mário Soares. Ninguém pode compreender esta tão grande vontade de eliminar Manuel Alegre da corrida presidencial. Parece que para alguns dirigentes do PS o inimigo não é a direita, nem sequer a crise do país, mas sim Manuel Alegre, referência histórica da democracia portuguesa. Mais do que um insulto a Manuel Alegre, estas afirmações são contra a memória e tradição do PS, contra a tolerância e contra a decência democrática. E ferem os milhares de socialistas que estão com Manuel Alegre, cuja candidatura por sinal já é oficial, ao contrário da candidatura apoiada por Vieira da Silva.

Helena Roseta, Ana Sara Brito e Pedro Tito de Morais, militantes do PS
o quadrado

 

Um trotskysta de pacotilha

Apesar da incontestada capacidade argumentativa para derreter qualquer dos restantes candidatos presidenciais, Francisco Louçã permanece cativo da obstinação que lhe turva a inteligência.
Louçã apelidou a candidatura de Alegre de "candidatura de protesto". Parece esquecer de onde vem. Aliás, quando apontou que aqui estava a representar a sua história, dizendo que vinha "do Bloco", esqueceu as reminiscências trotskystas do Partido Socialista Revolucionário, mal apagadas pelas operações cosméticas do partido da estrela.
Porque as referências trotskystas, apesar de não assumidas, estão lá.
E entre elas o desenraizamento ao nível da definição do conceito "pátria", conceito expansivo e manipulável.
Pátria é pátria, dê-se-lhe a importância que se der, universalista, fechada, xenófoba, aberta, fraterna, cessionista.

Para Louçã não.
Louçã preferiu definir pátria "por referência a outros", o que de resto transpira toda a sua política que, ao contrário do cosmopolitanismo que o mesmo orgulhosamente apregoa, é plena de pequenez, provincianismo, agressividade e demagogia saloia, tiques dos quais não se consegue expurgar pela simples razão de o seu partido ter atingido essa tão suposta como duvidosa maioridade.
Louçã definiu pátria como "os milhões que se revoltaram numa manifestação inédita contra a invasão do Iraque pela América".
Escolheu definir pátria, por oposição a outra pátria e escolheu definir "pátria" a partir de um episódio circunstancial e circunstanciado.
E revela-se ainda complexado e ressentido, pequeno e não grande, como político e como pessoa. Até porque não é só a máscara de Cavaco que vai caindo.
Louçã chegou ao ponto de dedicar 52 segundos do seu discurso final aos socialistas e, imagine-se, não, pasme-se, criticou e catalogou Alegre como "contra-poder".
Nestes poucos mas relevantes momentos de clarividência, aditados ao cinismo que Manuel Alegre não lhe merece, deitou todo um debate por si bem delineado a perder, unica e exclusivamente por obstinação, defeito de carácter e incapacidade de auto-crítica. E como sempre desilude.
Louçã pode dominar os dossiers que bem lhe aprouver, pode trepar a escala da ética e moral iluminadas, pode descobrir a pólvora.
Quando o verniz lhe estala, demonstra-se um trotskysta ressentido de pacotilha, onde o mau é todo o resto e não os ideais de Trostsky.
Porque não se trata exclusivamente das idiossincracias, falíveis ou não, nem da sua extraordinária capacidade e inteligência.
O que nos safa é que ele é constantemente vítima dele próprio.
E isso chega bem para o derrotar.

Zé Gato

domingo, dezembro 11, 2005 

Piada de fim-de-semana



Em virtude de ter sido alvo de piada jocosa, dirigida ao meu activismo de campanha, digo "Ultimamente, o Sete não me tem sabido tão bem".

Zé Gato

 

Deixaram de se falar porque tinham demasiado em comum:

Ela.



Marco Tábuas

 

Dúvida de fim de fim-de-semana

O Zé Gato é o Manuel Alegre? Na verdade, nunca os vi juntos.

Marco Tábuas

 

Soares agredido e insultado

Um antigo combatente da guerra colonial insultou e agrediu neste domingo em Barcelos o candidato a Presidente da República Mário Soares, apelidando-o de "vigarista" devido ao seu papel na descolonização.

O homem, cuja identidade é ainda desconhecida, aproximou-se de Soares quando este passeava pelas ruas do centro da cidade, e proferiu vários insultos.

"Oh vigarista! Vai assaltar o Banco de Portugal para dar dinheiro aos turras para matarem portugueses", disse o homem, que trazia na mão uma edição do jornal "O Crime" que noticiava o assalto feito em 1967 pela Liga de Unidade e Acção Revolucionária (LUAR) à dependência da Figueira da Foz do Banco de Portugal, que terá rendido 38 mil contos.

Visivelmente nervoso, o ex-combatente aludiu de novo ao
dinheiro roubado do Banco de Portugal, dizendo: "Vai mas é tratar dos teus prédios".

O indivíduo esboçou um gesto de agressão a Mário Soares e acabou por atingi-lo com um murro no braço, tendo o candidato ensaiado uma resposta semelhante, que foi travada pela segurança.
in www.sapo.pt

Espero sinceramente que os actos deste tipo de idiotas não tenham quaisquer consequências nas deslocações livres e campanhísticas do Dr. Mário Soares.
Uma rápida recuperação e regresso à estrada.

Zé Gato

 

Não é incómodo, nem estatuto

"Ninguém é dono da República, ninguém é dono dos votos. Mário Soares não quer que eu saia do Partido Socialista, quer que eu saia da candidatura. Mas eu não vou sair nem do Partido Socialista nem vou sair da candidatura."
[Manuel Alegre, 11.12.2005]

É objectivo.

Zé Gato

 

Desculpem, é mais forte que eu



Estou agora aberto às críticas dos cavaquistas, que me possam acusar de baixa política.
Tinha logo que escolher este, que de tão caladinho que está, anda a fazer uma campanha tão limpinha.

Zé Gato

 

Fica-lhes tão mal

Raiz quadrada

Só há dois candidatos. Os outros são só adjuvantes ou opositores. Alegre quer muito ser presidente, mas está mais do que satisfeito com a consagração que a campanha lhe proporciona. Concorre apenas ao estatuto. O objectivo é ter mais votos do que Soares, com o candidato do PSD/CDS não tem qualquer disputa. A última dúvida dissipou-se com o cordial serviço que o poeta fez ao professor de finanças durante o debate televisivo. Os dois não se podem confrontar porque nada os separa. Têm em Soares o inimigo comum. Se pudessem, continuavam calados. A segunda volta não lhes interessa, seriam esmagados. Soares luta para negar a presidência a Cavaco. Porque um homem que não gosta de pessoas não está em condições de presidir.

Luís Monteiro
no Super-Mário

"Só há dois candidatos."
É este o conceito de unir a esquerda?
É curioso como os soaristas tanto criticam a suposta vitimização da independência de Manuel Alegre, mas depois insistem no que não corresponde à realidade.
Soares, ao contrário do que se quer fazer crer, não é inimigo comum de Cavaco e Alegre.
Tenta, contudo e com o apoio de grande parte da comunicação social, excluindo os periódicos cavaquistas, ser o ponto central destas eleições. Mas não é.
Todavia, com afirmações reincidentes deste género, é a campanha soarista que começa a ser inimiga do pluralismo democrático e da boa educação.

Zé Gato

 

O novo conceito de debate político

A análise da psiquiatra Alessandra Julião e do Professor Nuno Cruz David, aqui.

Atenção, que o link leva directamente ao Quadrado.
Não quero ser acusado de parcialidade encoberta.

Zé Gato

 

Louçã vs Cavaco

Uma óptima crítica e "desmascar cavaquista" no Água Lisa, a não perder.

Zé Gato

 

E eis que, logo de seguida, percebo que não sou o único.

Carta ao Camarada Mário Soares


Caro Camarada,
Com todo o respeito que lhe tenho venho hoje publicamente à sua presença para lhe dizer que o Camarada Soares está fora da razão.
Sabe o Camarada, julgo, que por cada apelo que faz a Manuel Alegre para que cesse a sua inscrição no Partido Socialista, mais alguns socialistas que até aí o apoiaram passarão a votar em Alegre.
Sabe o Camarada, julgo, que ao tentar influenciar a direcção do PS, coisa que tanto gosta de fazer desde a última vez que entregou o seu cartão, muitos militantes socialistas, entre os quais me conto, ficam na expectativa de saber o que o PS irá fazer quando Alegre for disputar a segunda volta com Cavaco.
Você, meu caro Camarada Mário Soares, com quem sempre me bati nas causas nacionais, deixe que lhe recorde que há muitos, entre os quais me incluo, que agora entendem que Basta.
Basta que o Camarada queira mandar no PS, nos militantes do PS.
Basta, caro Camarada Mário Soares!
O Partido somos nós que toda a vida nos batemos na defesa dos seus Princípios, nós que nunca nada pedimos em troca pelos muitos prejuízos que temos tido por sempre termos dado a cara na defesa desses mesmos princípios.
Exigimos o respeito que nos deve, a nós militantes socialistas de todas as horas, que nunca renegámos essa condição e que desta vez decidimos não acompanhar o seu capricho.
Candidate-se ao que quiser mas abstenha-se de manter essa sua teimosia em querer dar lições de moral política. Lembre-se que os cidadãos estão atentos e não lhes escapa o facto de um dia o Camarada Mário Soares se dizer candidato independente e no dia seguinte exigir, em nome do PS, que os seus militantes se demitam.
Como Alegre já lhe respondeu, também nós, militantes socialistas que estamos com ele lhe dizemos:
Reconhecemos as suas dificuldades mas, aguente Camarada, aguente-se!


Luis Novaes Tito - no Blogue Tugir em Português

 

Ataquemos, portanto

Mário Soares afirma que "Alegre se deve demitir do PS".

O candidato apoiado pelo PS afirmou novamente que "Manuel Alegre foi rejeitado pelo PS, pelas estruturas todasm que não quiseram apoiá-lo para Presidente da República".
Independentemente dessa decisão da comissão política do PS ter sido tomada já com o bom e velho Soares dentro ou ainda fora de cena (todos temos a nossa opinião), a verdade é que invocar a demissão de Salgado Zenha não tem ponta por onde se lhe pegue.
Não vivemos num regime de precedente e Soares não tem a mínima razão, seja legal, moral ou estatutária para afirmar que Alegre se devia demitir do Partido Socialista.
Até porque Manuel Alegre, como Salgado Zenha, não se candidataram contra instruções do Partido (mau seria se estas existissem quanto à candidatura presidencial - o que, diga-se, não parece que incomodasse Soares).
Ambos, Alegre e Zenha, se candidataram fora do espectro partidário e fora do círculo de apoio do PS. Não contra. Chame-se-lhe candidaturas extrapartidárias, apartidárias ou suprapartidárias, ficará ao critério do Dr. Soares, tão teimosamente empenhado e utilizar esses termos, tanto face à sua candidatura, como à dos outros.

Acresce que já por três vezes Soares sugeriu nos jornais que "nunca se candidataria à presidência da república sem o apoio do PS."
Pois bem, ou é uma questão de coragem meramente política ou é um verdadeiro turnover deste eterno ouvidor, que afinal de contas não se sente propriamente tão confortável com estes pulos sem rede, ao contrário do que afirma hoje no DN.

E Soares equivoca-se novamente ao invocar a sua opinião pessoal sobre uma candidatura suprapartidária, até porque já não é parâmetro de conduta política do que quer que seja, se é que alguma vez o realmente foi, apesar ter sido no passado tido como tal. Porque os portugueses se começam a aperceber das contradições e o nome de quem as profere não as encobre.
Como também Soares se equivocou ao iniciar o debate com Jerónimo de Sousa, afirmando a sua candidatura como nacional e suprapartidária. Qual é afinal o critério?
Parece-me bem de ver que as candidaturas suprapartidárias, valerão como tal, nos desígnios do Dr. Soares, desde que adequadamente apoiadas pelo respectivo partido.
Uma lição de pluralismo, precisa-se.

Porque uma coisa é certa, e não sendo a essencial, deve ficar bem clara.
Há três candidaturas presindenciais sem qualquer apoio partidário.
A candidatura oficial de Manuel Alegre, a pré-candidatura de Manuela Magno e a pré-candidatura de José Maria Martins.Todas as restantes são apoiadas por aparelhos partidários de maior ou menor dimensão.
Jerónimo de Sousa, Francisco Louçã, Garcia Pereira, Carmelinda Pereira , Cavaco Silva e Mário Soares têm apoio de estruturas partidárias, com as dimensões que todos lhes reconhecemos.
Trata-se tão somente disso e a vitimização não é para aqui chamada.

É claro e objectivo que Manuel Alegre tem consideravelmente menos outdoors que as restantes canditaturas socalled elegíveis, tem menos meios, contraiu um empréstimo bancário e abriu uma linha de crédito de contribuições (cujo NIB é 0010 0000 3601 7130 001 38), onde apenas se aceitam contributos a título particular, excluindo os de entidades colectivas.

Mas como também se tornou óbvio desde o início, o apoio da estrutura socialista ao condidato Soares, em termos absolutos, traduz-se tão só no financiamento, na logística e em pseudo-injunções das altas figuras partidárias, que não se cansam de afirmar que Soares é o candidato oficial do PS. Será o candidato oficial, muito bem. "A máquina estava perra, mas agora está bem. Nunca é tarde, ainda vamos a tempo" - afirmou hoje o reincidente Soares ao DN.
Outros não têm máquina. Têm pessoas e essas não emperram.

Porque não se pode fugir do inevitável. O PS não pode descaradamente abrir mão do seu pluralismo e indicar votos.
Por isso, o nosso Primeiro-Ministro termina todas as suas afirmações vertentes sobre a candidatura presidencial de Mário Soares, expressando baixinho que "O PS, mesmo quando se empenha em batalhas, é um partido de gente livre, que responde perante a sua consciência".

Mário Soares pode nunca vir a aperceber-se desta infeliz e involuntária resposta do Eng.º Sócrates.
Mas a verdade é que Manuel Alegre, deputado, vice-presidente da Assembleia da República e militante socialista, enquanto membro do PS e não só, é "livre e responde apenas perante a sua consciência."
Soares responde, e pelo visto, irá responder perante muitos mais.
E nada obriga ou aconselha Manuel Alegre a demitir-se de qualquer cargo ou mesmo de militante socialista.
Muito menos o receio daqueles a quem constrange o exercício da livre determinação e se escudam em candidaturas (ah, estas também socalled suprapartidárias) apoiadas por partidos que terão a espinhosa missão de os relançar das iniciais dificuldades.

Zé Gato

 

Oito & Sismos

O Sete completou um ano no dia 04 de Dezembro.
Ninguém se lembrou, ninguém disse nada.
Nem mesmo os negligentes que o administram.

Mas porque o Sete é mais do que aqueles que nele escrevem e também os que comentam, que conte muitos.

Ein mal ist kein mal.

Zé Gato

 

Minudência

A julgar pelas fotos que aqui coloco, seria mais adequado se o blogue se chamasse "setentismos".

Zé Gato

 

Snapshot


L.Reed & D.Byrne

Zé Gato

sexta-feira, dezembro 09, 2005 

Assinalar em Agendas e Moleskines

9/12 - Cavaco vs Louçã - TVI
12/12 - Alegre vs Louçã - RTP
13/12 - Cavaco vs Jerónimo - SIC
14/12 - Soares vs Alegre - TVI
15/12 - Jerónimo vs Louçã - RTP
16/12 - Soares vs Louçã - SIC
19/12 - Alegre vs Jerónimo - TVI
20/12 - Cavaco vs Soares - RTP

*Informação recolhida pela Lux no jornal Avante e confirmada por mim na TV7dias
.

Zé Gato

 

Aniversário

O JCS completou o seu segundo aniversário de activismo na blogosfera. A visita que faço em regime diário ao lóbi, apesar de ter quase sempre uma leitura diferente dos mesmos factos da do JCS, deve-se - não só, mas também - à admiração que tenho pelo seu sentido de humor, que é, sem dúvida, das coisas que mais aproxima as pessoas.
Aqui ficam os parabéns atrasados conjuntamente com a proeza de juntar os substantivos JCS e activismo numa só oração.

Marco Tábuas

 

Um qualquer mecanismo de defesa do ego

Tinha-se em tão boa conta que, quando a juíza o interpelou, ele podia jurar que ela não tinha dito "Arguido" mas "Querido".


Marco Tábuas

 

Noites brancas a folhas (...).

Há pessoas em cujas mãos os cigarros são armas.
E não, não o digo em sentido figurado.


Marco Tábuas

 

Mandato de renovação com propriedade



“Penso que estou em melhores condições do que qualquer outro para poder desempenhar, na hora de crise que o país atravessa, o cargo de Presidente da República. Porque conheço os problemas económicos e sociais, conheço os problemas do défice e se tiver dificuldades nas finanças peço até conselhos ao Professor Cavaco Silva e a outros que são especialistas.”

- Manuel Alegre / Costa da Caparica

De quem não é Rei, nem o tem na barriga...

Zé Gato

 

I fought the Law and the Law won

No dia 24 de Outubro do passado ano, o Zé Gato foi visto e registado a circular a 155 Km/h na A1 Sul.
O Zé Gato não se defendeu, não contestou, não impugnou a decisão.
O Zé Gato foi surpreendido pela decisão de entregar a carta de condução pelo período de 30 dias e pelo pagamento de uma coima antipática.
O prazo para entrega de carta já passou há muito.
O Zé Gato vai passar o Natal nos transportes públicos.

Não adianta miar.

Zé Gato

 

Alargar a cidadania



Zé Gato

 

Mais do mesmo

Se o debate Cavaco-Alegre foi um lado-a-lado, em vez de um frente a frente, o debate Soares-Jerónimo foi um "dois do mesmo lado".
Ao cabo de cada réplica, havia uma concordância quase absoluta.

Soares elogiou a verticalidade do eleitorado comunista e exortou ao voto destes em Jerónimo, "como é tradicional desde sempre".
E contou-nos histórias como quando "estava na Guarda e havia uma greve posta em perigo pelo Governo. E eu até fui à televisão e disse - Atenção que os direito à greve é sagrado."

Jerónimo, que esteve melhor, defendeu as ideias base da luta laboral, da necessidade de melhorar os direitos dos trabalhadores do sector privado e questionou a crise, apesar das condições lançadas pelos fundos comunitários.
Nunca questionou Soares, pelo enorme temor reverencial que lhe tem.

E assim se conseguiu o esperado. Emparedar Alegre.
Soares ajuda a fixar votos no PCP, receando uma fuga do eleitorado comunista para Alegre.
Jerónimo afirma ir até ao fim e retribui as elegâncias de Soares, sorrindo a cada tirada vaga, daquelas a que o "Soares em grande forma a todos já habituou".

Zé Gato

 

Atenção que eu não estou a falar da idade

Agora, como dantes, de cada vez que Soares constrói duas ideias concatenadas, é suposto dizer-se "Soares está em grande forma."

Zé Gato

quarta-feira, dezembro 07, 2005 

Um suposto Turn off

Duelo ou debate?

Confesso que esta ideia de os debates eleitorais serem “duelos”, onde se espera que alguém mate alguém, me desagrada profundamente. Faz para mim parte da linguagem machista dominante no espaço político e desejada pelo espaço mediático, porque traduz uma expectativa de sangue e tragédia que faz subir audiências ( dizem eles ). Considero-a uma ideia perversa. Os debates eleitorais são momentos privilegiados para o esclarecimento dos eleitores, não apenas em termos de ideias e propostas dos candidatos, mas também, e às vezes sobretudo, em termos de atitude e comportamentos. Uma nova maneira de fazer política também passa por aqui.

Helena Roseta

No Super Mário, entendem ter ficado claro que Alegre, pela falta de agressividade demonstrada no debate da SIC, não é um opositor adequado a Cavaco Silva.

Pergunto-me:
- Um adequado opositor terá necessariamente de parecer (quando nem o é) um obstinado com os seus oponentes?
- Um adequado opositor terá necessidade de sugerir no Jornal de maior tiragem nacional que aceitará a vitória de um oponente, desde que as eleições sejam limpas?

Mas concretamente:
- Soares tem razões para duvidar da correcção das eleições e de Cavaco Silva?

Há bom remédio. Comunicar à Comissão Nacional de Eleições.
E deixar de fazer política feia.

Zé Gato

 

Thin Red Line

Ontem, a propósito de uma futil trivialidade quotidiana, senti-me adulto, pelo menos parcialmente ou mais do que é costume.
A princípio a sensação pareceu-me, sob todos os prismas, inabalavelmente boa. Depois, olhei-me atentamente, passei os olhos em analepse, primeiro por ontem depois pelos últimos meses e, se calhar, estou antes a ficar cínico, gasto e conservador, correndo até o risco de, num futuro próximo, mal dizer a social democracia, ao estilo Pulido Valente and friends.
Por via das dúvidas, para limpar fantasmas e porque a fronteira é estreita, venho aqui afirmar a minha enorme admiração pelo eterno candidato António Pestana Garcia Pereira, que, diga-se, sempre esteve implícita em tudo o que fiz, designadamente, mas não só, por pensamentos, palavras, actos e omissões. Aqui fica, então, esta espécie de credo desejante, melhor, de credo céptico.

Marco Arnaldo Matos Tábuas

terça-feira, dezembro 06, 2005 

Qual comédia?


"A comedy about fear of commitment, hating your job, falling in love and other pop favorites"

Zé Gato

 

Extensão de loucura

"You can check out any time you like,
but you can never leave."


Ontem ouvi esta letra inadvertidamente, pela enésima vez e sem qualquer entusiasmo ("Hotel California" dos velhinhos Eagles).
Mas julgo que só desta vez, apesar de o entusiasmo não estar lá, terei prestado a devida atenção, especialmente a este segmento.

E agora tenho fortes convicções que o "Hotel California", mais que uma música qualquer sobre clínicas de recuperação de droga, é a versão musicada do "One flew over a cocoo´s nest".

Zé Gato

segunda-feira, dezembro 05, 2005 

dEUS na Aula Magna



Três razões para um óptimo concerto:
- Muito "Worst case scenario" e "In a bar under the sea" (os únicos albuns de que tenho conhecimento integral);
- O Tom Barman continua a fumar como um animal, o que me faz pensar que também eu poderei ter uma banda;
- A música soa sempre melhor, quando o bilhete é grátis.

Zé Gato

 

Can´t get enough of him



"Acusam-me de ter dormido com sete misses mundo. É mentira. Foram só três. Em relação às outras, faltei aos encontros."

George Best

domingo, dezembro 04, 2005 

Tinha de o ter em vinyl


Só por € 13,50. Para além da distorção ser mais fidedigna, é sem dúvida uma valente obra de arte.

Agora basta recauchutar aquele velho gira-discos JVC topo de gama e, já agora, os lp´s dos stones, peter gabriel, steve harley & cockney rebels, Bowie, doors e pink floyd.

Zé Gato

 

Colisão

"Ou seja, o direito de propriedade é um absoluto ético, não carece do acordo, legislador, etc. Quem entre na posse de um honesto direito de propriedade tem o direito absoluto a defendê-lo de ataques coercivos de qualquer natureza, este direito transcende qualquer método democrático, de plebescito, autocrático, etc."

Blog da Causa Liberal, via Metablog

O João Galamba limitou-se a citar esta alarvidade, o que parece mais que bastante, porque é auto-explicativa de quem a proferiu. Tentando, no entanto, levá-la a sério:

O direito de propriedade não é, logica, juridica, politica e OBVIAMENTE um direito absoluto, se é que os há...

Mesmo enquanto direito análogo a direitos, liberdades e garantias, e dependendo da tese que sobre ele recaia, o direito de propriedade:
- Ou tem limites internos e imanentes e se apresenta desde logo como um direito restringido, em face da sobreposição de outros direitos fundamentais e/ou normas consitucionais imperativas (concordância prática).
- Ou se apresenta a priori como um direito irrestrito e com vocação expansiva mas é, posteriormente, sujeito a operações de ponderação com esses outros direitos fundamentais ou normas constitucionais que se lhe sobrepõem, com o ónus teorético-discursivo a recair sobre quem argumente a restrição do direito, no sentido de aproveitar o maior efeito útil de ambos os direitos que colidam.

Dizer o contrário, não só é "ter em si todos os sonhos do mundo", como representa desconhecer, ignorar, estralhaçar e desvirtuar os artigos 18º n.º 2 e 3 da Constituição e qualquer sistemática de direitos fundamentais e, bem assim, mostrar pouquinho bom senso.
E continua:

"Por outro lado, como já disse, é apenas por contrato voluntário que um qualquer direito de propriedade pode estar ao dispor de um método político.
A presunção é a seguinte:
"O proprietário acorda préviamente e voluntáriamente submeter os seus direitos de propriedade (inclui, aquisição de recursos, estabelecimento de contratos, etc) a um qualquer método político (processo democrático)."
E não o contrário, tipo:
"Um determinado processo político "concede" direitos de propriedade."
Parece um problema de ovo-galinha mas não é: o direito de propriedade existe apriori a qualquer consideração.
"

Não só os concede como os retira, com ou sem indemnização e conforme os casos e os pressupostos.
E critico, porque desde logo me parece altamente perigoso esticar os direitos humanos (o que quer que isso signifique nas palavras de quem o disse, presumo direitos pessoalíssimos, atenta a chama e o fulgor da causa proprietária) a factores exteriores ao próprio ser humano, como que estabelecendo nexo indesmentível com a dignidade do próprio individuo. Ou seja, equiparando a outros direitos onde a história poderá ser diferente.

Também me parece altamente perigosa a rigidez da defesa "absoluta" da propriedade. Não só a acho oca, como bastante mal expressa, desde logo porque destituída de exemplos práticos dessa mesma defesa absoluta em inúmeras situações da vida. E este evitar parece-me tudo menos inocente. Aí entra o absoluto ético.

Mais que as teorias sumariamente expressas prévias a esta citação, todavia, para mim cabalmente convictas, resta a possibilidade de, um dia, um qualquer terreno, propriedade de quem disse o que disse (CN), seja:
a) expropriado por utilidade pública;
b) objecto de servidão administrativa;
c) usucapido;
d) esbulhado e adquirido por terceiro de boa fé;

É que o direito aplicado, sempre menos nobre que as teorias do éter, tem, contudo, na opinião de básicos como eu, o condão de convencer os mais cépticos, dogmáticos, apriorísticos e chavónicos da realidade fáctica, jurídica e, porventura, para estes dolorosa, na qual se inserem.

Zé Gato

 

"A nossa vaidade é superior à nossa miséria."

Don Fabrizzio Falconeri (Burt Lancaster)- Il Gattopardo

Importado do livro de Lampedusa para o filme de Visconti e do filme de Visconti para o blogue de Zé Gato.

Pode também servir de meia-explicação para escrever tão e sobre tão pouco.
A outra meia é, com efeito, uma questão de falta de espaço e de falta de tempo.

Zé Gato

sexta-feira, dezembro 02, 2005 

O dia em que me esqueço que sou do Norte.



Zé Gato

quinta-feira, dezembro 01, 2005 

Restauração

Passado tanto tempo em centros comerciais, no dia 1 de Dezembro, o dia da restauração tinha um significado diferente.

Zé Gato

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