sábado, janeiro 29, 2005 

Causas das coisas

Elaine- "So what percentage of the population would you refer as datable?
Jerry - i´d say.... 6%!
Elaine - No way, there´s gotta be about 25%.
Jerry - I say 6%!
Elaine - So... the rest is undatable?
Jerry - UNDATABLE!!!!
Elaine - So how come there´s so many marriages?
Jerry - Alcohol...

(SEINFELD)

 

Mas assim vai à Taça Uefa?

"Quero o CDS/PP à frente do Bloco de Esquerda e do PCP" - Paulo Portas

 

No red-line da metenojice

Santana desafia adversários a pronunciarem-se sobre casamento entre homossexuais

O líder do PSD, Pedro Santana Lopes, manifestou-se hoje contra o casamento entre entre homossexuais e desafiou os seus adversários nas próximas legislativas a revelarem qual a sua posição sobre esta matéria.

“A nossa sociedade tem regras e uma delas é a de que o casamento une pessoas de sexos diferentes”, afirmou Santana Lopes num encontro, em Famalicão, com mulheres sociais-democratas do distrito de Braga.



Mas qual Competência???

Eu desafio quem quer que seja para me demonstrar que isto não é um truque baixo, para tornar um boato (que nem interessa se é real ou não) numa pura discriminação nas urnas.
Começou no "maricas" insinuado face a Sócrates. Agora junta a vitimização (que não sai de cena) a estes expedientes medíocres. Passando pela justiça a ser feita face a mega-fraudes de empresas de sondagens, conluios, facadas...repertórios imensos de cabotinices.
Mas tem razão em certos aspectos. A nossa sociedade tem, efectivamente, regras. Regras pelas quais se regem comportamentos. As mais das quais, na política, assentam em lealdade política e frontalidade. Duas das muitas coisas que este homem não tem e pelas quais raramente se terá pautado.
Assim como não tem competência (e não é preciso ouvir o Miguel Veiga a dizê-lo para se saber).
Enfim, lá competência tem, infelizmente. A competência de Primeiro Ministro, que vem prevista na Constituição (e agora reduzida em virtude do Governo ser de Gestão). Essa só e nada mais.

Santana Lopes perdeu a noção do ridículo.
Passou de incompentente e anedótico a, pura e simplesmente, meter nojo!

 

Camilo escrevia por encomenda

Estava aqui a fumar um cigarro, a meio caminho no processo de decisão de ir lá fora beber uma cerveja e rever amigos dos "noventas"...
Reparei que sinto falta do bater das teclas sem objecto concreto a derivar. Vou arriscar o post mais improvável que já escrevi. No liceu não me apaixonei por matemáticas e não lido muito bem com ratios e probabilidades e, por isso, não tenho forma de aferir a improbabilidade deste post, estatisticamente falando. Talvez porque o critério de normalidade nunca foi o critério mais forte para mim, apesar de sempre o usar, confesso.(um bocado como a democracia, que nem os mais convictos democratas convence tout court.)
Queria que este post fosse total e absolutamente imotivado, um pouco para contrariar aquela certeza de que todo o comportamento humano visa um fim, aquela treta que do "nada hegeliano" tem necessariamente de surgir algo. Cá está o algo, mas desta vez imotivado. Um exercício de free writing association. Uma boa escolha de palavras com uma fonética jeitosa e sem mensagem nenhuma para transmitir ao receptor. Estou empolgado neste processo nada criativo e meramente descritivo, ou até, porque não, paisagístico. Mas mantenho-me imotivado, desintencionado, às aranhas. Sinto que sim. Vou seguir...
Lembrei-me agora que pareço uma música do Bowie, da qual já não me lembro o nome, que tem uma intro três vezes superior ao corpo da música em si. Quão improvável terá sido essa música nos "seventies", hã? Bastante improvável diria eu. Bastante improvável diria a sony music entertainment.
Já passaram quatro minutos desde que comecei a escrever e permaneço imotivado e sem objecto. Apercebi-me que não vai ser fácil terminar uma escrita que começou a meio, puro passar para o papel do que vai na cabeça, em tempo real, sem parar para pensar ou filtrar conteúdos. Não sou bom em finais, já sei, são sempre estereotipados. Acabo sempre por fazer um longo e tortuoso percurso cheio de reticências e tenho o péssimo vício de terminar com um ponto final, tipo...uma bruta afirmação dogmática! Guia-te por isto, ó tu que me estás a ler. Foi isto que eu conclui! Quão moralista é isso? Vou parar de fazer isso. Mania de debitar ideias soltas e construir um final sólido. Hoje não vai ser assim. Hoje vou recolher do papel para a cabeça, em tempo real, sem parar para pensar, um processo que começou a meio e acaba a meio. Isto não passa de um mero exercício de cópia. Ou de ditado. Isto parece um ditado. Já vão sete minutos de escrita, um título estranho e nada de novo. Está na hora de recolher do papel para a cabeça. Hoje vai ser diferente. Hoje não vou acabar a fra...

sexta-feira, janeiro 28, 2005 

A idio-linguagem santaniana

O meu curso abre caminho a trabalhos fantásticos. Hoje cheguei ao escritório e incumbiram-nos disto:

"Requere-se a todos os estagiários que procedam a uma exaustiva pesquisa doutrinária e jurisprudencial sobre o tema da responsabilização civil de centros de sondagem pelos danos causados a partidos políticos em virtude da publicação dos resultados obtidos na execução do conteúdo funcional do seu objecto social, habitualmente sondagens e/ou projecções.
O limite temporal inferior desta pesquisa deverá ser a data do nascimento do actual primeiro-ministro. Apelo e Agravo à adesão de todos Vós, pois os nossos clientes (os centros de sondagens, bem entendido) denotam ansiedade e algum receio, pelo que se exige ao escritório trabalhos lestos e soluções adequadas."

quinta-feira, janeiro 27, 2005 

Hugo Viana viu Kill Bill II e tentou aplicar movimento mortífero chinês a João Pereira.

O mundo do futebol está em choque.
Está tudo aqui, no blog-para-além-do-blog.

 

Taça

E. Amadora 1 - 0 Penafiel
Pinhalnovense 1 - 2 Belenenses
V. Setúbal 3 - 1 V. Guimarães
Académica 1 - 2 Marítimo
Benfica 3 - 3 Sporting

O Estrela ganhou ao penafiel o que, apesar da equipa da Reboleira ser da II divisão, não se pode considerar uma surpresa.
Só houve taça na luz, então.

 

A insustentável leveza do Zêzere



"A confluência com o Tejo faz-se...em constância." - disse pausadamente, um dia, Milan Kundera, entre dois tragos de traçadinho.
Podem até não saber, podem até duvidar, mas Milan Kundera viveu em Tomar e o Zêzere inspirou grande parte da obra deste Prémio Nobel.
Foi numa altura conturbada da sua vida, em que usava bigode e se ria a bandeiras despregadas com a pronúncia da zona.
Fica a clarificação do título de uma obra que nunca foi bem traduzida ou compreendida. O 7 (apesar de não ter ligações a Tomar) está aqui é para ajudar.
E Kundera ficaria orgulhoso.

 

Engate da semana - IV

"C´mon girl, let´s make our parents grandparents."

quarta-feira, janeiro 26, 2005 

Apelo ao voto em branco



Pedro Santana Lopes, para além de estar engripado, tem agravado a hérnia por andar a correr as feirinhas do país. Já não lhe bastavam as trapalhadas e, vai-se a ver, um candidato a primeiro-ministro de um país a cair aos bocados, está, ele mesmo, a cair aos bocados. José Sócrates tem o Infante na barriga e não quer falar com ninguém, julgando-se dono de uma verdade que amanhá virá, com toda a certeza, contradizer. Jerónimo de Sousa, já não lhe bastando ser parecido, em termos ideológicos, com o avó do próprio Álvaro Cunhal, parece igualmente Viktor Yushchenko, mas sem ter sido envenenado. Portas quer lá saber, desde que lhe dêm o tacho para os amigos do partido (é que mesmo não havendo programa eleitoral, já se sabe que Nogueira Pinto, Lobo Xavier, Azevedo Soares e Rosário Ventura, pelo menos, têm o seu garantido.) Franciso Louça enfia os pés pelas mãos diariamente e socorre-se do seu sorriso à Albarram para disfarçar contradições.
Com tudo isto (ou apenas isto), aquela bolinha vermelha que surgiu nos narizes dos candidatos, acaba por ser uma redundância.

terça-feira, janeiro 25, 2005 

RTP Memoria



Hoje, às 12 badalas, a RTP Memória mostra mais um grande feito da saudosa equipa do Benfica. Aquela que ganhava. Divirtam-se com a vitória de 1972, porque amanhã voltamos à  dura realidade do presente!

segunda-feira, janeiro 24, 2005 

Formatem-me, por favor!



Segundo ouvi na rádio, foi publicado um estudo que aponta o dia de hoje como o mais propenso a estados depressivos de todo o presente ano. Será que já não basta irmos todos aos mesmos sítios e termos todos rotinas parecidas? Não basta que haja dias festivos e outros de purgatório, todos escrupulosamente calendarizados? Temos agora de andar colectivamente tristes? Ou será este um estudo-tipo-horóscopo (se assim for, volta Maya que estás perdoada)?
Deixem-me em paz, quero estar sozinho!
Já agora feliz dia mais triste do ano para todos!

 

"Retro" / O passado aqui ao lado

Sou um melancólico revivalista. Prefiro um cd de Duke Ellington aos drum ´n jazz de hoje em dia. Não troco uma boa caixa televisiva por um ecran plasma. E, se pudesse, calçava aqueles ténis puma muito "all in family", anos 60 - in your face!, todos os dias. Não acredito na tecnologia. Porém, acredito numa máquina de escrever. Vê-se o interior e, por isso, não intriga. A tecnologia é como as mulheres. Fascina e não se vê o interior. Intriga.
Reflecte-se em quase tudo, esta minha espécie de cepticismo velho-restelice.
E quando hoje deparei com um reclame publicitário (do totobola ou lá o que era...) onde (re-)aparecia a Helena Laureano (essa Helena Laureano que mete qualquer jovem da modelice hodierna no chinelo), fixei o olhar e parei para ouvir. Viajava de carro numa noite escura e ouvia um relato de futebol do Sporting. Dizia baixinho: "Põe o Barbosa, põe o Barbosa...". Dizia isto, claro com uma languidez "daquelas", como se não houvesse amanhã, meio "vem-te deitar ao pé de mim", meio "sinto-me muito sozinha, sabes?". Estarreci um bocado mas não me manifestei demasiado. Tinha um amigo ao lado e a vergonha oprime...
Soube-me bem (ainda que ingenuamente) pensar que talvez não fosse o único a ir para alvalade, rapar um frio de morrer, com a camisola n.º 8 vestida e passar grande parte do jogo a murmurar "põe o Barbosa, põe o Barbosa, porque é que este cavalo não mete o Barbosa???"
E a muito me soube, também, relembrar que se algum dia vi telenovelas em garotices remotas, em grande parte se deveu à Sra. Laureano e aos olhos desta.
Mas sempre estive, nesse aspecto, do lado errado. Nunca amigos compartilharam nem a Laureano nem o Barbosa.
(Da Helena Laureano, lamentavelmente, não consigo arranjar uma foto em que não seja apanhada com roupa a menos. Estes bandidos da Internet!)
Mas que sabiam os amigos? Nunca perceberam o glamour, nem o génio a espaços. Nunca vibraram com a voz prolongada e cativante ou o fino recorte irritantemente lento. Cristianos & Ronaldos?? Passo... Marisas Cruzes e outras que tais? Não dá vício...
Quero acordar na época em que a Helena Laureano me ocupava o "prime time" televisivo. Quero voltar a um tempo em que o Pedro Barbosa, hoje morto e exasperantemente acabado, não se arrastava pelo campo, em desesperos de ciáticas e artroses. Quero o Alvalade, não o XXI! Quero gasolina super, caraças! Quero "pastilhas gorila" e calipos de limão. Maços de tabaco de português suave azul, mas não clarinho. Verões no algarve e chinelos de piscina. Abaixo as Havaianas. Venha a meia branca se for preciso! Venham os bigodes, for all i care...Camisas Maconde, Júlio Isidro, Cervejas Cristal, Voltem e ninguém se magoa!
Nem que isso implique um Governo Cavaco. Nem que volte o "escudo" como moeda nacional.
Levem-me de volta aos "noventas" e é já!!
Eu fico por lá. Passo por cá depois para vos atirar um beijo. E venho de ford escort 1.3 (sem via verde!), com os ray-ban dourados do meu tio.
Ah bolas, vou mas é plantar uma alcatifa nesta casa. E um abat-jour amarelo torrado...Sim, talvez um papel de parede, uns suspensórios e um vinyl de Jáfu´mega a rodar em 32.
Porque isto, em termos de anos, está a avançar em "fast forward" e eu não sei onde é que se carrega em "rewind".

sexta-feira, janeiro 21, 2005 

Without feathers/ Em defesa de NY

"E o Senhor fez um pacto com Satanás para pôr à prova a lealdade de Job, e o Senhor, sem motivo aparente para Job, bateu-lhe uma vez na cabeça e outra na orelha, e empurrou-o para dentro de um molho espesso a fim de o tornar pegajoso e vil e a seguir aniquilou uma décima parte dos rebanhos de Job e Job exclamou: "Porque razão aniquilas os meus rebanhos? É muito difícil conseguir rebanhos(...)" E o Senhor sacou de duas placas de pedra e bateu com uma na outra junto do nariz de Job. Ao ver isto, a mulher de Job pôs-se a chorar e o Senhor enviou um anjo misericordioso que ungiu a cabeça dela com um taco de pólo, e das dez pragas, o Senhor enviou uma em cada seis, inclusive(...)
E em breve as pastagens de Job secaram e a língua colou-se-lhe ao céu da boca de modo a não poder articular a palavra "incenso" sem provocar grandes gargalhadas.
E em certa ocasião o Senhor, ao descarregar calamidades sobre o seu fiel servo, aproxinou-se demasiado e Job agarrou-o pelo pescoço e disse:" Ah! Apanhei-te! Porque andas a fazer Job passar um mau bocado, diz lá, hã? Fala!!"
E o Senhor disse " Olha...estás a apertar-me o pescoço, importas-te de me soltar?"
Mas Job não teve piedade e disse:" Tudo corria bem até tu apareceres. Tinha mirra e figueiras em abundância e um casaco multicolor com dois pares de calças multicolores. Agora olha!"
E o Senhor falou e a sua voz trovejou: "Terei eu, que criei os céus e a terra, de te dar satisfações sobre os caminhos escolhidos? Que criaste tu que assim ousas interrogar-me?
E Job respondeu: "Isso não é resposta(...)"


Por estas e por outras é que, mesmo com 70 anos, realizando filmes medianos como Melinda & Melinda, Woody Allen será sempre Woody Allen.
E quando os graus centígrados do meu anti-americanismo sobem...lembro-me que a Big Apple nos deu Woody Allen e Lou Reed... e que lá viveram Duke Ellington e Martin Luther King.

E que foi no Chelsea Hotel, NY que Janis Joplin murmurou a Leonard Cohen: "Shame for the ones like us, who are opressed by the figures of beauty. Oh well, never mind... we are ugly, but we have the music..."
E consta que ela nunca disse "i need you" nem "i don´t need you"
Dormiram juntos e Cohen nunca mais pensou nela.

 

Com a benção de Baco,

hoje ou amanhã talvez lhe diga tudo. Não há nada para dizer, mas espero que ela possa ouvir a dor do mundo pela minha boca. Já escolhi piores vítimas para este "puxar do autoclismo" sentimental. Pouco me importa que ela não perceba nada do que eu digo: já tem idade para perceber que não andamos aqui para perceber alguma coisa.

 

"Us people...we´re ten percent literal, ninety percent metaphor."



"168.000 poems disguised as people. Must be more than pawns, We´ve got to be more than pawns!...in someone´s else fashionplay."

Ani D.

 

ceder aos impulsos

Hoje disse "vou quebrar a rotina, vou almoçar fora de Lisboa"
E assim fiz: almocei num chinês na Reboleira!

 

Engate da Semana - III

De que me servem as doutrinas dos outros se não puder sentir a tua pele pela manhã?

 

(...)

O beijo que te quero dar nasceu antes da poesia.
Para quê nascer humano, se nasceste Maria?

quarta-feira, janeiro 19, 2005 

82

As palavras

São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

Eugénio de Andrade


 

Bezerra da Silva (1938-2005)



Vou apertar, mas não vou acender agora
Vou apertar, mas não vou acender agora
Se segura malandro, pra fazer a cabeça tem hora
Se segura malandro, pra fazer a cabeça tem hora

É que você não está vendo
Que a boca tá assim de corujão
Tem dedo de seta adoidado
Todos eles afim de entregar os irmãos

Malandragem dá um tempo
Deixa essa pá de sujeira ir embora
É por isso que eu vou apertar, mas não vou acender agora

É que o 281 foi afastado
O 16 e o 12 no lugar ficou
E uma muvuca de espertos demais
Deu mole e o bicho pegou

Quando os home da lei grampeiam
O coro come a toda hora
É por isso que eu vou apertar, mas não vou acender agora

"Malandragem Dá Um Tempo"

 

Ah, mas tu nunca soubeste o que é viver para nada.

Nunca deslizaste ao sabor da circunstância, perdendo o incómodo sentido de controlo.
Dá-me só mais um bocadinho de tudo...
e eu passo a não ser refém de nada.

 

Imprevisivelmente previsível

Advinhar aquilo que uma pessoa vai dizer de seguida, ou o que ela está a pensar sobre determinado assunto, pode provocar as sensações mais entorpecedoras, viciar relações de qualquer tipo e irritar o mais harmonioso aprendiz de monge budista. Provoca aquela sensação de se estar a falar sozinho, de não ter nada a retirar daquela conversa, de estar tudo inventado.
A previsibilidade pode, no entanto, ser uma outra coisa. Refiro-me a uma previsibilidade suave, subtil, não invasiva. A uma previsibilidade cúmplice, sedutora. Quem é nunca sentiu, de furma fugidia, que determinada coisa se poderá extrair daquilo que se vai dizer, ou escrever? É uma ideia tão lateral, tão subliminar que nem temos a certeza que alguma vez a tenhamos tido. De repente alguém nos transmite a mesma ideia, a mesma associação e reavivamos na nossa memória aquela ideia que nem sabiamos nossa. Nunca chegaríamos por nós à certeza de que tal associação era válida, e não apenas um monstro criado pelo nosso cérebro isolado e desconexo. Esta previsibilidade é, nem mais nem menos, que um norte no nosso temeroso perspectivismo. Esta previsibilidade é o que nos une especialmente a algumas pessoas, é a construção de um sentido.E é, quase sempre, imprevisivelmente previsível.

terça-feira, janeiro 18, 2005 

Num duelo ao pôr-do-sol...

... o Americano usa chapéu branco e saca sempre primeiro da pistola.



"Se Teerão não interromper o seu programa nuclear
George W. Bush não exclui ataque contra o Irão.

O Presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou ontem, em entrevista ao canal de televisão norte-americano ABC, que não põe de parte a hipótese de atacar o Irão, se a diplomacia não conseguir persuadir o regime de Teerão a pôr fim ao seu programa nuclear." - in Público - 18-01-2005

Se Canas de Senhorim continuar a reclamar ser concelho...
George W. Bush não exclui ataque a Canas de Senhorim.

Se Paulo Portas insistir em usar fatos risca-de-giz...
George W. Bush não exclui ataque a Paulo Portas.

Se o Santo Papa insistir em verbalizar com uma certa dificuldade os santos sacramentos...
George W. Bush não exclui ataque ao Santo Papa.

Se a TVI insistir em apresentar reality-shows todos os dias por volta das 20h da noite...
George W. Bush não exclui ataque a Pais do Amaral.

Se o café da Mexicana continuar a sair tão queimado como ultimamente...
George W. Bush não exclui ataque à Mexicana.

Se George W. Bush insistir em não excluir ataques a tudo quanto se mexa e tenha interesse p´ra história...
George W. Bush não exclui ataque a George W. Bush.

Um pouco mais a sério. Vamos ter outra O.I.L. (Operation Iran Liberation)?
E a Coreia do Norte? Ninguém liga ao Kim? Porque é que o deixam sempre a falar e a ameaçar sozinho? Não se faz...
Só não vê quem não quer ver que está fora dos interesses geo-estratégicos (ou petro-estratégicos?)
Não vá chatear-se a China... E a gente quer é dar-se bem.
E assim os EUA vão fazer a sua vida para outros sítios. Sítios onde inclusivamente lhes dizem "Sim e tal..."

segunda-feira, janeiro 17, 2005 

Porque hoje é domingo

Pedro Mantorras chocou hoje a comunidade científica, pondo em causa a utilidade das rótulas. Crê-se agora que são talvez tão dipensáveis como o apêndice. Está, assim, aparentemente, posta em causa a teoria de que seriam fundamentais para a locomoção e, consequentemente, anos e anos de estudos médico assentes nessa permissa.

Por seu turno Joaquim Rita, para dizer (suponho eu) que o Hugo Almeida é um tipo largo e alto, verborreou: "O Hugo é morfologicamente muito denso". Se alguém conhecer o Joaquim, diga-lhe, por favor, o quanto ele é patético.

 

O Sete e Sismos feito pelos seus (poucos) leitores

A propósito do post "À AT. dos crentes" um dos (poucos) leitores deste blog escreveu:

"caro p. m.,
muito pobrezinho esse comentário... por vários motivos:

i) pelos destinatários: a menos que o objectivo do texto seja tentar convencer os crentes da alarvidade daquele em quem crêem (veja-se o paradoxo), estes deveriam ser os últimos destinatários; até porque, como não especifica a divindade em questão (cfr. infra), os visados ficarão sempre na dúvida; em lugar deles, preferencialmente a comunidade de teólogos de myanmar talvez fosse um bom alvo;

ii) pelo "disparate" (sic) escolhido: há alguns bem maiores e que causam mais estragos (e que inclusive falam);

iii) pela citação do Génesis escolhida, sem indicação de fonte e antecedida de um texto - supostamente uma fala do grande arquitecto (um antropomorfismo bem maior, diga-se, do que aquele que é concebido pelos autores das escrituras; não tarda, também manda sms e tem e-mail) - sem qualquer semelhança com os textos bíblicos - que pretende imitar -, uma vez que nos mesmos a divindade não comunica por palavras;

iv) pelo facto de se referir ao divino como susceptível de ser tipificado, o que, em termos estritamente lógicos, filosóficos e metodológicos, é, pelo menos, incoerente; só falta propor a taxonomia das divindades; sobretudo, quando depois se vê que se refere apenas aos deuses das religiões do livro;

v) pelo facto de, apesar de contestar os juízos de "bondade" do divino, se lhe referir com maiúscula por duas vezes... o respeitinho é muito bonito!"





Caro anónimo,

Prometo que vou passar a ter mais cuidado com o que escrevo. No entanto, como deve calcular, não vou poder seguir todas esses conselhos, pois as mesmas limitações que levam a posts daqueles, também obstam a que compreenda grande parte do seu texto.
abraço

sábado, janeiro 15, 2005 

Maria full of grace



Cinema educativo. Toma lá um bocado de realidade.

 

Que reste-t-il de notre pas de deux?



Um filme dérmico.
Mais que na cabeça, senti-o na pele. Um chafurdar de emoções do início ao fim e por isso...estava como peixe na água. Água...de aquário, claro. Porque são emoções que sufocam e sufocam, talvez, fruto de indentificações.
Nem me passou pela cabeça esse velho "amor". Mas aquele retrato de uma hipertrofia de cumplicidade, tão avassaladora que recalcitrantemente volta e volta e volta e volta, seja em que situação for, sob que pressupostos for. O reavivar da dependência, a angústia da decisão, enfim, velhos amigos. E aos velhos amigos é costume levantar-se o copo e dizer "a estes!". Seja.
E o desgaste? Esse desgaste de tentar encarrilar a coisa nascida torta. E o desejo que consome e volatiliza. E a fidelidade pós-relacional.
Voltando ao filme...

François Ozon fez-me pensar. François Ozon vai pagá-las.

 

P.S.

Ainda assim, porque menos mau que um câncro no estômago é uma gastro-entrite, espero que o resultado não seja o mesmo.

 

Dejá vu

O discurso de José Sócrates muito no diapasão "está mal, mas concordo e não mudo", enfim, na senda filosófica do só sei que nada sei, faz-me lembrar isto:

Será só impressão minha?

quinta-feira, janeiro 13, 2005 

À AT. dos não crentes

Que tipo de evolução pode levar a isto?



partículas do virus Influenza

 

À AT. dos crentes

Desculpem lá, mas que tipo de Deus inventa um disparate como a gripe?
"Crie-se um vírus, absolutamente inconsequente, de aparecimento sazonal, que aborreça, sem grandes exageros, a vida das pessoas, que tenha a particularidade de mudar todos os anos, para que a vacine não passe de um fait-divers".
E Deus viu que isto era bom.

quarta-feira, janeiro 12, 2005 

Poll Results

Fazendo uso de uma lógica nem sempre fácil, (um pouco ao jeito do clarão ofuscante do óbvio) a massa leitora resolveu que 2005 é o ano que vem antes de 2006.
De perto seguiu o "2005 = Ano do Manuel Monteiro??"
Mas vós andais a mangar com a tropa ou quê??
Lá porque o Tiago pisca o olho à direita e é o pintas do Blog, não precisamos de chegar a alarvidades.
Eu dou-vos o número de telefone dele.

 

Engate da semana - II



"Isto é como tudo, não há de ser nada...
Eu só queria dançar contigo... sem corpo visível, dançar como amigo, se fosse possível.
Dois pares de sapatos levantando pó,
Dançar como amigo...só."


O 7&Sismos preocupa-se com a tua vida afectiva!

terça-feira, janeiro 11, 2005 

Sahara da Democracia

Numa realidade política invariavelmente árida, os meus métodos eleitorais esgotam-se mais rapidamente que os fundos de maneio da União Europeia.
Raras vezes, no passado, pude votar por alguém. Por mais que custe admitir (a alguns) a política do voto útil, muitos de nós já votamos contra alguém. Mas bastamo-nos com o comentário descomplexificador do "votei em alguém".
E pode sempre acrescer outro como: "apesar de ser um palerma, um janota, cego de ideias, ter comido broa ou não saber multiplicar..."
(- quem vir aqui 5 enormidades políticas ganha um rebuçado. No palerma podem enfiar quem quiserem....)

Eis senão quando os pressupostos mudam. Porque definitivamente não enxergo o votar por alguém. Porque dificilmente admito o votar contra alguém especificamente.
Um desejo.
Quero espraiar o meu voto em cinco chapadas para que aprendam que:

- A vitimização mesmo enquanto ultima ratio do desesperado não garante vitórias eleitorais.
- O medo e/ou incapacidade de soltar uma ideia de vez em quando não é boa ideia, mesmo para quem não quer mexer no status quo, só porque pode bastar...
- O eleitorado vota em deputados para a Assembleia da República, por isso já os paravas de os trocar, no âmbito dessa "rotatividade", que por mais que apelides de democrática, me quer bem parecer que carece em absoluto dessa mesma legitimidade.
- 1917 já lá vai aos anos.
- O elogio da disciplina não é palavra válida (ou vaga??) para quem (no momento) não tem nada a dizer. Ah... e 1926 já lá vai aos anos.

Não esquecendo o knowledge do bom ditado, convém relembrar que Voting is power... arm yourself.

 

O resto e lixeira!



Esqueçam Sócrates. Deixem lá o Jerónimo e os cartazes do Pedrinho. Deitem todos as sondagens fora. Chegou o homem que todos querem ouvir. Manuel João Vieira fala ao país quando forem 00:00 horas da próxima quinta-feira, na SIC. Estejam atentos. Porque ele só desiste se for eleito!

 

"Para o pinto é um regalo...



PS: 46%
PSD: 33%
CDU: 6,9%
CDS: 6,3%
BE: 4,5%

Eurosondagem, para o Expresso, SIC e Rádio Renascença - 08 de Janeiro de 2005

...O Galo canta de galo
Para o Pinto é o canto do Cisne!"

segunda-feira, janeiro 10, 2005 

Palavras de outros

Por apenas 13 euros mensais.
Madragoa Filmes cria passe para acesso ilimitado aos cinemas do grupo. A Madragoa Filmes vai criar no próximo mês um passe que permitirá ao espectador passar a visionar, por 13 euros mensais, os filmes que quiser nas salas daquele grupo, anunciou hoje Paulo Branco, responsável daquela produtora.
"É uma iniciativa nova em Portugal e que permitirá dinamizar as salas de cinema do grupo em Lisboa, Porto, Coimbra e no 'Freeport de Alcochete'", afirmou o produtor, citado pela Lusa.
Por um preço fixo mensal de 13 euros, o detentor do passe poderá assistir "sem limites" aos filmes que forem exibidos nas 77 salas dos 23 cinemas do grupo que engloba os cinemas Medeia e Millenium.
O cartão destina-se "aos que gostam de ver cinema e que têm dificuldades em multiplicar as idas ao cinema por questões financeiras" (NÓS!!!!!), explicou Paulo Branco, adiantando que o passe estará disponível a partir de Fevereiro.
O produtor espera a adesão de 50 mil espectadores com esta iniciativa, inédita em Portugal, mas que já existe em outros países europeus, como França, onde o passe foi lançado "de forma espantosa".

ENA PÁÁÁÁ!!!

 

Engate da Semana - I

"What do you say we blow this joint and go to your place?"

Melinda and Melinda (2004) - Woody Allen

domingo, janeiro 09, 2005 

A rodar em stereo



Quanto mais fervor católico, mais êxtase e mais coros, melhor.
Os bad seeds parecem ter descoberto o power of the gospel.

Como digo "mais Paul Thomas Anderson, menos Ingmar Bergman";
Como digo "mais guitarra, menos sintetizador";
Como digo "mais letra, menos música";
Digo "mais Abbatoir blues, menos Murder Ballads ".

Funciono por comparações. Lixa-me a vida sentimental.

 

Ordem no galinheiro.



"O Galo é dono dos ovos,
A Galinha é quem os bota,
E o Pinto é compatriota,
Da pobreza de outros povos.

(...)

Mas por mais que cante de galo,
O Galo está a dar o berro,
É que nem com mão de ferro,
Faz do Pinto seu vassalo."

 

O homem mais acusado do mundo

...de excesso de comentários futebolísticos, basicismo discrepante com escritos complexos de outrora, apetite insaciável pela tirada fácil e outros, venho por este meio contraditar, puxando de todos os meus galões de complexidade verborreica, para que ainda me julguem um bom diseur e o blog não perca visitantes per mea culpa.

Ontem, amiúde, alcancei momentos ditirâmbicos de euforia. Fundi-me numa massa disforme e naveguei a espaços a bordo da caravela do magnífico esplendor e/ou felicidade suprema.
Não vou alinhar no diapasão do insulto ou redutor soltar de emoções. Quem me conhece sabe que, apesar de me ter tornado básico de há uns tempos a esta parte, não é essa a minha frequência ou apanágio. De maneira que...


Este Malandro chicobuarquista...

E porque o futebol mexe efectivamente com as emoções (Jobim dixit), cofiando as extremidades do meu cabelo, um tudo nada envergonhado e em tom contemplativo, olhando em redor , vou entoando a "chanson de l´ordre" muito, mas muitíssimo baixinho:

"SLB, SLB, SLB,
eles são...
do SLB,
e nem se lembram porquê."

Salomónico. Julgo que fui salomónico.
Ganhámos meninos. Agora é hora de pensar que o futebol não é tudo, há que voltar às duras pedras da calçada da vida.

 

Teatro de Campanha

[(Personagens: Um criativo brasilleiro (CB) qualquer; Pedro Santana Lopes (PSL); Um homem da confiança do primeiro ministro demissionário, por exemplo Henrique Chaves, não, este não, Gomes da Silva, não este também não, errr... Pôncio não, Rui Rio não..pronto, não interessa, um qualquer(1QQ)]

Acto I
PSL- Quero mostrar ao país que estamos unidos, que há confiança!
1QQ- Isso, e passar uma ideia de continuidade com o passado do partido!
CB- Estou a perceber. Que tal isto?

PSL e 1QQ (em coro)- É exactamente isso!

Acto II
PSL- Tiraram-me o tapete, tramaram-me (tramei-me, pensando alto) já nem aqui está 1QQ...
CB- Epá, nunca fiz uma campanha assim. Vou ver o que se pode arranjar.

Acto III
CB- Pedro, isto é o melhor que se pode arranjar:


(Desce a cortina)

sexta-feira, janeiro 07, 2005 

Não é contínuo mas

aos poucos, vou-me apercebendo que já não vou ser nem astronauta nem jogador de futebol.

 

Isso não dá vício

Quadros no sítio. Um cão deitado à lareira, as contas pagas e a certeza tão jovem e errada de que ao contrário de outros, a vida te sorriu.
Não que eu alguma vez tenha voado, mas para voar é preciso cair. E para cair é preciso tentar voar.

 

Brigada Anti-Lamps



Uma pessoa tenta conter-se. Tenta não pensar no assunto. Tenta ser politicamente correcto. Mas não se aguenta. Por isso, aqui fica o desafio. Se perdermos amanhã, pago uma jola no 41, ao Bairro Alto, a todos os lampiões que quiserem aparecer. Mas se ganharmos, espero que tenha a decência de fazer o mesmo. É que está mesmo a apetecer-me beber uns copos à borla...

 

Candidatos a candidatos



Numa alucinaçãoo altruista, e tendo em conta as dificuldades evidenciadas ao longo dos últimos dias, aqui vai uma lista de possiveis candidatos a deputados pela lista do PPD/PSD do Dr. Santana Lopes.
- Alface (o tal do "Cuidado com os Rapazes")
- O chefe das meses de black jack do Casino da Figueira
- O macaco Adriano (ou até mesmo o João Baião, em caso de recusa do primeiro)
- Um dos porteiros de uma das casas do grupo K (ou até mesmo todos)
- A sô dona Gertrudes, de Pulo do Lobo
- A dona da "Casa das Cavacas das Caldas"
- O dono do "Semáforo de Canal Caveira"
Não ganhavam na mesma, mas ao menos uma pessoa divertia-se mais do que com os Pôncios & Cia.

 

Save Buchholz, not the whales!

"Adiro ao presente apelo, na esperança de que a velha e prestigiada «BUCHHOLZ» não venha a ser substituída por um "McDonald's" qualquer...
A Livraria Buchholz , lugar de referência do nosso (pequeno) universo cultural encontra-se em situação de pré-falência.
Agradece-se a todos quantos a frequentaram (ou ainda não) que a voltem a visitar, de vez em quando.
Comprar um livro que não se encontra em mais lado nenhum pode, eventualmente, ajudar a reerguê-la.
Agradece-se que passem esta informação aos amigos e interessados."

TELEFONE
213170580

LOCAL
Lisboa, R. Duque de Palmela, 4

HORARIOS
Segunda a sábado das 09h00 às 18h00 (encerra sáb. às 13h).

OBSERVAÇÕES
Especialidades: livraria generalista.

SÍTIO OFICIAL
http://www.buchholz.pt

quinta-feira, janeiro 06, 2005 

No comments (só um bold aqui ou ali)

"A ministra da Educação justificou ontem a sua ausência por não ter sido especificamente solicitada a sua presença.

Telefonaram-me a perguntar se achava interessante ir e eu disse que não, porque achei que os jornalistas fariam hoje [ontem] todas as perguntas relevantes", afirmou na conferência de imprensa de ontem para apresentar dados sobre o relatório da auditoria ao concurso de professores de 2004/2005."in público on-line

 

Cheers!



Seguindo o exemplo da ANAREC, também eu vou começar a cobrar uma taxa por serviço nocturno. Assim, de segunda a domingo, incluindo feriados, entre as 22:00 e as 06:00 horas, qualquer pessoa que me diriga a palavra na rua será obrigada a pagar-me uma imperial.

 

Portugal nunca fez tanto por ninguém


 

Importa-se de repetir?


"Sinto-me à esquerda do psd (...) o meu partido pretende sentar-se no parlamento (fenómeno já de si bizarro) entre o psd e ps,ou, eventualmente entre o psd e o pp"

quarta-feira, janeiro 05, 2005 

Vazio cor-de-laranja

O desacerto evidente, mais ainda do p.s.d. do que do governo, assume contornos incríveis, palavra aqui usada no seu sentido denotativo primeiro: aquilo que não é susceptível de ser verdade. Tocar o fundo do poço foi expresão redefinida nestes útlimos tempos. Só ontem, registaram-se mais três cenas lamentáveis de antologia.
Primeiro, a telenovela do cartaz "Ninguém fez mais por Portugal". Então, Pedro Santana Lopes não sabe que Cavaco não vai com a cara dele? Parecia, nem mais nem menos, um daqueles soldados que planeia uma auto-agresão, para ser internado e escapar aos combates, compreensível neste caso, incompreensível naquele.
Segundo: numa troca de ideias, ou da falta delas, televisiva, onde se encontrava toda a nossa especturação partidária, o represeante do psd disse "cumprimos o nosso grande objectivo de aumentar as pensões dos ex-combatentes"; é de facto uma causa nobre, mas o objectivo era e, sempre foi, do partido minoritário da coligação. No mínimo tão paradoxal como ver um mini a rebocar um autocarro.
Terceiro: o episódio Pôncio Monteiro/Rui Rio. É esta a altura certa para tentar colocar um homem, que antes de qualquer outra coisa é sócio do Porto, num lugar de destaque nas listas para a A.R. do psd Porto?
O pior é que tudo isto já nem piada tem, é apenas deprimente. O que fazer quando um dos dois maiores partidos está positivamente em cacos? Ao pé de tudo isto, Guterres saiu em beleza.
Sou de esquerda, espero ver uma maioria de esquerda, mas angustia-me ver este psd.

 

M.J.

Lembro-me agora de uma passagem dos Diários do transmontano, que foi médico-escritor, quando nos revela uma história passada no Pulo do Lobo, onde o Guadiana se estreita tornando viável a sua transposição. Um colega seu, ao ver que todos tinham saltado para a outra margem com relativa facilidade, atirou os sapatos para junto deles, obrigando-se desta forma a saltar. Hoje sinto que depois de atirar os sapatos, não me tendo faltado a coragem de pular para recuperá-los, faltou-me alguém que me esperasse na outra margem – a justificação do salto. Casar é tema inconspícuo, de gente crescida. Não se admitem precipitações, não! Está tudo definido num manual que ninguém escreveu, linhas de eterno devir. E eu, que tenho sido somente um espelho que rejeita o pó como fado, vejo que sirvo apenas para poucos reflectirem em mim a opacidade de muitos.

terça-feira, janeiro 04, 2005 

Ai Jesus...



Não consigo perceber como é que esta senhora conseguiu perder a primeira sondagem feita neste blog. É certo que nunca vi o Padre Borga de tanga, mas duvido que tenha tamanho encanto...
PS: Curioso foi, também, verificar que os nossos (beatos) visitantes, preferem ser do PSD a ser do Benfica...

 

Largo do Chiado

Parecia um erro do sistema, a beleza do não-pertencer e do destoar. Usava uma camisola amarela pálida, largueirona, típica de cinco ou seis meses de grávida.
Num Cartório Notarial, todo ele cinzento, um poster do mar encimava a secretária, também ela cinzenta do computador. Um idiota berrava do escritório do fundo "Não, Zé Manel, aplicas o um dois cinco bê!!"
Papéis e mais papéis nas mãos finas e aquela melancolia prestável do "posso ajudar?".
Não chegou a olhar directamente para mim... aquele cabelo loiro e liso não pertencia ao desgrenho da papelada.

 

Cocada boa!



Só quem nunca meteu os pés no Brasil poderá ficar espantado com o "atraso" de algumas personagens do pontapé-na-bola cá do burgo, que lá foram passar o Natal. Eu próprio, que não fui mais longe que Viseu, tive dificuldades em regressar...

segunda-feira, janeiro 03, 2005 

Justiça laboral

Fosse eu um Titã e seria agrilhoado e uma águia devorar-me-ia o fígado. Fosse eu mortal e receberia como castigo a primeira mulher. Bons tempos esses! Agora, se me demito, tiram-me a mulher; se me resigno, prendem-me enquanto vejo o meu fígado desaparecer.

 

Lx Dimanche


Lisboa tem um certo cheiro e Lisboa tem uma certa luz (meio "Ao gás" de Cesário Verde). Mas para mim, sobretudo, Lisboa tem um toque.
É óptimo sair... e sempre bom voltar, com espírito de principiante, sem experiência.

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