Vazio cor-de-laranja
O desacerto evidente, mais ainda do p.s.d. do que do governo, assume contornos incríveis, palavra aqui usada no seu sentido denotativo primeiro: aquilo que não é susceptível de ser verdade. Tocar o fundo do poço foi expresão redefinida nestes útlimos tempos. Só ontem, registaram-se mais três cenas lamentáveis de antologia.
Primeiro, a telenovela do cartaz "Ninguém fez mais por Portugal". Então, Pedro Santana Lopes não sabe que Cavaco não vai com a cara dele? Parecia, nem mais nem menos, um daqueles soldados que planeia uma auto-agresão, para ser internado e escapar aos combates, compreensível neste caso, incompreensível naquele.
Segundo: numa troca de ideias, ou da falta delas, televisiva, onde se encontrava toda a nossa especturação partidária, o represeante do psd disse "cumprimos o nosso grande objectivo de aumentar as pensões dos ex-combatentes"; é de facto uma causa nobre, mas o objectivo era e, sempre foi, do partido minoritário da coligação. No mínimo tão paradoxal como ver um mini a rebocar um autocarro.
Terceiro: o episódio Pôncio Monteiro/Rui Rio. É esta a altura certa para tentar colocar um homem, que antes de qualquer outra coisa é sócio do Porto, num lugar de destaque nas listas para a A.R. do psd Porto?
O pior é que tudo isto já nem piada tem, é apenas deprimente. O que fazer quando um dos dois maiores partidos está positivamente em cacos? Ao pé de tudo isto, Guterres saiu em beleza.
Sou de esquerda, espero ver uma maioria de esquerda, mas angustia-me ver este psd.
Primeiro, a telenovela do cartaz "Ninguém fez mais por Portugal". Então, Pedro Santana Lopes não sabe que Cavaco não vai com a cara dele? Parecia, nem mais nem menos, um daqueles soldados que planeia uma auto-agresão, para ser internado e escapar aos combates, compreensível neste caso, incompreensível naquele.
Segundo: numa troca de ideias, ou da falta delas, televisiva, onde se encontrava toda a nossa especturação partidária, o represeante do psd disse "cumprimos o nosso grande objectivo de aumentar as pensões dos ex-combatentes"; é de facto uma causa nobre, mas o objectivo era e, sempre foi, do partido minoritário da coligação. No mínimo tão paradoxal como ver um mini a rebocar um autocarro.
Terceiro: o episódio Pôncio Monteiro/Rui Rio. É esta a altura certa para tentar colocar um homem, que antes de qualquer outra coisa é sócio do Porto, num lugar de destaque nas listas para a A.R. do psd Porto?
O pior é que tudo isto já nem piada tem, é apenas deprimente. O que fazer quando um dos dois maiores partidos está positivamente em cacos? Ao pé de tudo isto, Guterres saiu em beleza.
Sou de esquerda, espero ver uma maioria de esquerda, mas angustia-me ver este psd.
caro p.m.,
é comovente notar a sua preocupação com partidos que estão à direita da sua linha ideológica; a ternura com que aborda o problema é, diria mesmo, tocante.
no entanto, eu não estaria tão preocupado com o partido s.d.. o licenciado pedro miguel de santana lopes acabará por ter de se afastar dos cargos políticos nacionais a curto / médio prazo.
o problema actual é o partido que vai ganhar as eleições, o seu líder e a estratégia pós-eleitoral que adoptar em caso de maioria relativa. um sec-geral que pouco fez na vida para além do partido, em cuja cabeça não abundam as sinapses, também com abordagens populistas, e que, até agora, não se soube rodear muito bem... nem é preciso citar a medida emblemática que propôs para acabar com o insucesso escolar(*). e, claro, saber se vamos ter acordos pontuais ou globais com micro-partidos radicais de extrema esquerda(**) - que ainda se inspiram na albânia(***) - que são, também eles, pouco populistas.
(*) a inteligente medida consiste em promover uma cerimónia de formatura no fim do ensino secundário. depois da graduation, só falta o prom...
(**) veja-se o caso da união democrática popular (vulgo udp, do mítico major mário tomé), que apoia "A socialização da banca, dos principais meios de produção da indústria, da água, dos recursos energéticos e do agro-mar"; e defende que "A conquista do socialismo e do poder popular enfrentará a resistência do imperialismo global e das camadas burguesas dependentes da oligarquia financeira transnacional. É um processo que assenta no movimento popular e no seu desenvolvimento até formas superiores de luta. A revolução social e política será obra da força do povo."
(***) curiosamente, o embróglio de esquerda tem tanto orgulho nos grupúsculos que congrega que não há - no respectivo site - uma única referência aos mesmos... e nem sequer àquilo em que acreditam, tirando, claro, o anti-americanismo primário e a liberalização de tudo o que são comportamentos sexuais ou relacionados com psicotrópicos (afirmação esta que, aliás, não leva implícito um juízo desfavorável em relação à substância das questões... mas convém ver que há um mundo de problemas - os verdadeiros problemas do país - que não passam por aí).
ps: nas próximas autárquicas, desaconselho-lhe o voto no licenciado pedro miguel de santana lopes. no fundo, quem o pôs em p.m. foram os eleitores de esquerda que votaram nele em lisboa (porque é manifesto que o eleitorado de lisboa é maioritariamente de esquerda...).
Posted by Anónimo | 7:20 da tarde
Não sei porque insistes em comentar anónimo...
As tuas palavrúnculas denunciam-te.
1abraço
Posted by Zé Gato | 7:47 da tarde
Caro anónimo de Freitas,
É com muita satisfação que vejo uma pessoa por quem tenho tanta consideração comentar o que escrevo.
Algumas observações (laterais ou implícitas) recebo-as com o sorriso de quem foi apanhado e não tem resposta. Quanto ao essencial, enfim são as discussões de sempre e responder vale, mais que outro post, a história da democracia portuguesa.
Tenho saudades do que escrevias, e acho que tu também. Termino a constatar o óbvio: de facto isto está bem complicado. Já agora elucida-me de qual é a tua solução milagrosa ( bem sei que não a tens). Abraço, sem notas de rodapé.
Posted by Marco Tábuas | 9:37 da tarde