terça-feira, maio 31, 2005 

"Words are violence"



Desde os 16 que gosto de Depeche Mode e, naturalmente, de "enjoy the silence".
Acabei de ouvir a música na Radar, 97.8 FM, enquanto fumo um cigarro no Dia Mundial sem Tabaco.
Parece-me que retirando a frase "words are very unnecessary, they can only do harm" do contexto da música, torna-se uma perfeita idiotice.
Sim, admito que retirar frases do contexto também é, por si só, uma perfeita idiotice. Mas tinha de partir de algum lado para escrever alguma coisa.
Aqui vai a coisa.
As palavras não são, jamais, desnecessárias. As palavras são mancas reproduções, falíveis e fajutas, descrentes e fluidas. Mas dizer que são desnecessárias é uma idiotice. Alguém não precisa de palavras?

Não esquecer, no entanto, que a letra começa com "Words are violence".
Portanto, a letra começa com um strike em cheio.

6:48 da tarde | |

 

Palavras de outros

Porque, às vezes, consegue-se um post tão bom, que é obrigatório fazer-se-lhe referência.
Todos frequentamos a Leitaria Dolores.
Todos fazemos parte da narrativa...que lhe corre no sangue.

Post Scriptum:
Gramaticalmente não se devem começar frases por "porque". Mas só insistindo na infracção se vai contrafacticamente destruindo, devagar, devagarinho, as normas gramaticais...
Até se chegar ao Nobel.

5:48 da tarde | |

 

O "iter" da satisfação pessoal

Eu duvido de tudo.
Mas...se duvido de tudo, duvido de mim.
Mas...se duvido de mim, duvido das minhas dúvidas.
Mas...se duvido das minhas dúvidas, tenho certezas.

Não adianta apontarem-me erros lógicos. Sinto-me muito melhor agora...

4:00 da tarde | |

 

Princípio da contra-corrente


"Acendo mais um cigarro,
invento mil ideais..."

31/05/05 - Dia Mundial sem Tabaco

Cobrem-me mais 2% de I.V.A., insultem-me, maltratem-me, façam trinta por uma linha...mas tirem as vossas miseráveis manápulas moralistas do meu maço de tabaco, seus castradores hipócrito-autoritários sem emenda.

Eu fumo Português, um de cada vez.

11:00 da manhã | |

segunda-feira, maio 30, 2005 

E se eu por acaso fosse...o Marcel Proust?

"Há momentos, analisando-me a mim mesmo, julgara eu que o que desejava era justamente esta separação sem nos tornarmos a ver, e, comparando a mediocridade dos prazeres que Albertine me proporcionava com a riqueza dos desejos que me privava de satisfazer (os quais, graças à certeza da sua presença em minha casa, à pressão da minha atmosfera moral, ocupavam na minha alma o primeiro plano, mas que, à primeira notícia que Albertine partira, já nem sequer podiam entrar em concorrência com ela, porque imediatamente se haviam desvanecido), considerara-me subtil, concluíra que não queria vê-la mais, que já não a amava. Mas estas palavras "A menina Albertine foi embora!" acabavam de produzir tal sofrimento no meu coração que sentia que já não podia resisitir-lhe mais, que era preciso por-lhe termo imediatamente;(...)"

- Em busca do tempo perdido / Vol. IV - A FUGITIVA / Albertine desaparecida

9:40 da tarde | |

 

E se eu por acaso fosse...o Ernest Hemingway?

"Don´t be so melodramatic Harry, please."

- Snows of the Kilimanjaro

7:03 da tarde | |

 

Muda de vida se tu não vives satisfeito; Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar; Muda de vida, não deves viver contrafeito (...)

Ok.

5:47 da tarde | |

 

Desabafos sine die. (Sem conta peso ou medida)

Vejo dissimulados por todo o lado. Detesto dissimulados.

Ou é a paranóia que anda atrás de mim ou qualquer dia desato aos tiros pela rua fora.

Nota: tomar em conta que, para além de qualquer coisa que seja, a palavra "paranóia" e a expressão "desatar aos tiros pela rua fora..." estão no topo das minhas preferências. Tinha de as escrever.

11:34 da manhã | |

domingo, maio 29, 2005 

Aeroporto de Graz

Es geht mir gut aus Osterreich Republik.
Os teclados nao tem os malditos acentos mas nao podia perder a oportunidade de dizer qualquer coisa daqui. Coisas soltas.

Fala-se do defice portugues de 6,8 em todos os canais austriacos.

Viena é cosmopolita, sim (nunca se é demais...).

E nao consigo derivar o pensamento de uma violinista de cabelo negro azeviche, apanhado, e vestido escarlate ferrari, que tocava "ein klein nacht muzik", com as costas rectas em perfeitos 90 graus. Esbanjava mais glamour que a cidade de Paris inteira. Olhei para ela em jeito de primeiro e ultimo olhar. O olhar de momento, portanto, unico.

Foi o que me ficou. Possivelmente chamar-se-ia Siegfried. E eu chamar-lhe-ia Frieda. E todos os dias pensaria que ela metia a beleza de Viena e a Musica de Johann Strauss no bolso, com a facilidade de um sorriso cumplice, natural e transparente.
Fosse tudo tão transparente como um primeiro e ultimo olhar transparente.

E agora vou porque chamam para o voo 34 aus Lissabon, porta 6.

Einmal ist kein mal. Regresso à ocidental costa.

11:44 da manhã | |

quinta-feira, maio 26, 2005 

Inscriçoes murais

Numa parede perto da igreja de Sao Sebastiao da Pedreira alguem assevera que:

"A revoluçao e a festa dos deprimidos"

Por estar em ponto de passagem quotidiana, releio esta frase, involuntariamente, vezes sem conta. O meu cerebro, fa nº 1 da futilidade cognitiva, tece todos os dias inumeras consideraçoes sobre este agrupamento de palavras.
A mais obsessiva destas consideraçoes advem da questao " no que raio estaria este gajo a pensar quando escreveu esta merda?"
Hoje ao ver e ouvir Jeronimo de Sousa a apelar a mobilizaçao dos trabalhadores contra as medidas de austeridade, a frase ganhou uma nova dimensao.

(nao sei porque, mas o meu computador hoje nao me deixa coloca acentos)

9:16 da tarde | |

quarta-feira, maio 25, 2005 

Fugitivo

Que os barcos
voltem a subir o Guadiana
descarregando à passagem
do o trigo
que o cavalo esbaforido
chegue à relva, sua cama
que o fugitivo
encontre o seu porto de abrigo

Fugitivo - Sérgio Godinho

2:49 da tarde | |

 

Quite the caracther, you...

Quando tive destino, fiquei quieto, parado...



Agora que não tenho destino, como nunca tive... vou viajar.
Com destino certo, capital da música.

1:51 da tarde | |

terça-feira, maio 24, 2005 

Se calhar é

-É a minha palavra contra a tua!
-Não, não é.

4:23 da tarde | |

 

Ainda sobre Confúcio

Outro grande filósofo estóico, George Costanza disse, a páginas tantas:

"No Hope! I don´t want hope for me. My only dream is to have no hope whatsoever. To expect nothing. Because then, i´ll never be disappointed. Besides, having no hope makes you more attractive to women. At least, that´s what i hope..."


É só para quem navega a toda a velocidade, bolinando sobre ondas do conhecimento profundo e da satisfação pessoal...
Fantástico.

12:08 da tarde | |

 

Palavras de outros

Comente, por favor, esta frase de Confúcio: «Um modo de conseguir uma coisa que queremos muito é desistir dela.»

Reconheço a citação, e é uma ideia muito oriental, que condena o excesso de vontade. Sem querer reduzir a um «cliché» as discrepâncias entre as filosofias do Ocidente e do Oriente, esta aconselha-nos a uma renúncia da vontade, a não desejar demasiado, a aceitar a natureza...

Sempre suspeitei que o nosso "é a vida" era muito mais do que uma expressão de resignação popularucha. Afinal é sabedoria da grossa, e o português é um schopenhaeriano inconsciente. O que o José Gil queria era que nos tornássemos como aqueles infantiloides dos Americanos cheios de optimismo e entusiasmo. Prontos a dominar o mundo. Qual quê! Nós somos é sábios, e isso ninguém nos tira.


posted by joao at 1:43 PM 0 comments IN METABLOG

"Abdica e sê rei de ti próprio", já dizia Ricardo Reis, esse grande céptico, esse grande estóico, esse grande Mestre Jedi.
E a frase quer dizer mais, muito mais, do que o que parece querer dizer.
Grande post.

11:28 da manhã | |

 

Retirar bons princípios de filmes blockbuster

"All or Nothing? Only a Sith deals with extremes..."
Obi-Wan Kenobi - Jedi Master

"The fear of loss is a path to the dark side, young one...release yourself from the fear of losing the ones you love."
Yoda - Jedi Master

Um dia, vou ser um mestre Jedi.
Até lá, vou-me queimando com o meu próprio sabre de luz.

10:07 da manhã | |

 

A(sina)o dá





Perdoem-me, mas sempre quis fazer um título com um trocadilho entre parentesis, à jornal desportivo.
Agora, que não tenho nada a perder, pareceu-me o momento indicado.

12:18 da manhã | |

 

Time does matter

A peça Shakespere em não-sei-quantos-minutos nunca vai sair de cena?

12:14 da manhã | |

segunda-feira, maio 23, 2005 

A Fuga

No pacote de açúcar do café matutino dizia:

"Cúmulo da Rebeldia:

- Morar sozinho e fugir de casa."

E porquê? Desde os 17, altura em que pacificamente saí de casa, que me apetece fugir para algum lado. Mas vou-me mudando, apenas mudando.
Mudanças, mudanças.

Mau hábito, porque quando fugir, ninguém me agarra.

7:11 da tarde | |

 

Um estranho sentido de humor

Amigo - "Olha lá Pedrinho, posso inscrever-te nas acções de formação da Ordem?"
Pedro - "Hum...sim, sim, inscreve."

Três e-mails recebidos (todos iguais), após uma semana de ausência:

"Exmo Sr. Dr. Pedro Moniz Lopes,

Em virtude de V.ª Exa. não ter frequentado, nem ter procedido, atempadamente, à desistência da acção de formação, solicita o Centro de Estudos que, no prazo de 5 dias úteis, proceda ao pagamento da taxa de inscrição no valor de 20 Euros (vinte euros) ao abrigo do artigo 10º e 15º do Regulamento de Inscrição em Acções de Formação."

3 x 20€.

Entretanto, encontro-me inscrito em 14 acções de formação, por manifesta boa vontade de um amigo que me quer e imagina na penúria.

Como dificilmente meterei lá os pés = 14 x 20€, mais os 3 x 20€.

Esparguete é tudo o que vou comer, no resto do mês.
É a morte do artista.

6:34 da tarde | |

domingo, maio 22, 2005 

Fair play dominical

1 - Sair da cidade (o barulho incomoda-me);
2 - Evitar o Marquês de Pombal (vai estar cheio de fatos de treino com bigodes);
3 - Negligenciar o futebol (é entertenimento para medianos);

É o benfica.
Descobre todo o irritante elitismo pretensioso que eu guardo escondido.

1:24 da tarde | |

 

Free Fiona



Para quem não sabe, o novo álbum de Fiona Apple - "Extraordinary Machine" foi completado em final de 2003.
Surpreendentemente, a Sony Music Entertainment, devido ao experimentalismo poesia/electrónica/piano-jazz que a música revela, julgou (?) que as vendas nunca seriam suficientes para justificar os gastos com a produção e custos publicitários inerentes.
Curiosamente, os anteriores Albuns de Fiona Apple "Tidal" e "When the pawn..." atingiram a platina. Vá-se saber os critérios...
Sendo assim, uma vez que o novo Presidente da Sony, Andrew Lackman (Antigo presidente na NBC) considera que o mercado mais aliciante é, neste momento, o hip hop e o R´n B, "Extraordinary Machine" não foi editado.
Portanto, está retido em stock desde final de 2003.

Quem gostar de Fiona Apple e estiver minimamente aborrecido com o mercantilismo da música, pode assinar uma petição em WE SUPPORT CREATIVE FREEDOM - DON'T CONFUSE ART WITH BUSINESS/.
Demora 5 segundos e já vamos em mais de 33 mil.

4:31 da manhã | |

sábado, maio 21, 2005 

Paradoxo aleatório

Não fazes nada do que eu mando.

6:03 da tarde | |

 

Caixa de fósforos e papel de parede

"Qual é o caminho para a próxima máquina do tempo?"

Deposito todas as minhas esperanças na era digital.
Desejo que evolua mais e mais até ter evoluído o suficiente, para permitir aos analógicos como eu regressarem à era onde pertencem.

4:48 da tarde | |

 

Nove & Sismos

Porque eu só rendo alguma coisa que seja...se chutar muito para cima.

4:36 da tarde | |

sexta-feira, maio 20, 2005 

Oito & Sismos

Porque às vezes, simplesmente, ...quer-se mais e mais.

11:33 da tarde | |

quinta-feira, maio 19, 2005 

Pensamento desejante de um desarrumado

Os arrumadinhos nunca têm nódoas na roupa, assim como nunca são suporte de indumentária mal engomada. Os arrumadinhos, mesmo que tenham dormido mal, não acordam de olhos raiados. Os arrumadinhos nunca se enganam a preencher papeis. As costas dos arrumadinhos têm, em qualquer situação, uma verticalidade admirável. Os arrumadinhos estão sempre no sítio certo para festejar as vitórias, mas são emocionalmente imunes às derrotas. Os arrumadinhos sabem sempre o que querem e nunca se põem em causa. Os arrumadinhos nunca cedem à tentação do prazer imediato. Os tapetes dos carros dos arrumdainhos nunca estão enrolados e muito menos cheiraram alguma vez a mofo. Os arrumadinhos deviam ser arrumadores, por umas horas que fosse, para saberem realmente o que isto custa.

12:53 da manhã | |

quarta-feira, maio 18, 2005 

11 angústias

Neste preciso momento, o lugar das angústias extro e introespectivas , que normalmente me acompanham, foi ocupado por outras onze, tendo cada uma destas como objecto cada um dos jogadores do Sporting que vai entrar em campo daqui a poucos minutos.
Sendo certo que as que normalmente me acompanham vão voltar, espero ao menos que o desenlace das circunstanciais as faça retornar absolutamente relativizadas.

7:14 da tarde | |

sexta-feira, maio 13, 2005 

Paradoxos levianos / Leviandades paradoxais

Esta, não me peçam para explicar:
O melhor da massificação da cultura gay é que as afirmações de heterosexualidade se
tornaram socialmente aceites, mesmo recomendáveis.

In Acidental

Peço na mesma. Seis explicações:

1 - Heterossexualidade não leva dois "esses"?

2 - "O melhor de (...) é que(...)" não é de uma construção frásica gramaticalmente duvidosa?
Seria correcto, sim, "O melhor de (...) é serem as afirmações (...)" ou "o melhor de (...) é o facto de as afirmações (...)"

3 - Afirmações de heterossexualidade as in "expressões, frases" ou "proclamações" de heterossexualidade / afirmação da heterossexualidade de um sujeito perante outros? Em que sentido?

4 - Agora a sério, justificar-se o temor de pertencer a uma minoria heterossexual ao ponto de ser recomendável afirmá-la? Em que mundo é que tu vives?

5 - Em caso de ser o segundo sentido (como acho que é) , no número três, a sexualidade de alguém precisa de ser afirmada/proclamada? Quem é que afirma a sua sexualidade? Pelo visto, não é só a comunidade gay (whoops, i jumped to conclusions).

6 - Até que ponto é simpático tirar partido de um assunto lateral(cultura gay) para um heterossexual, ou seja, que não o prejudica/beneficia, em jeito brejeiro encapotado de "sobram mais para nós / assim passamos a ser a minoria e já nos protegem"? (whoops, i jumped to conclusions...outra vez.)

Esta peço que me expliquem.

12:56 da tarde | |

 

Esquerdelhos hodiernos

Aqui está a razão pela qual o Rui Tavares sempre foi o "barnabé" preferido do Sete.

Porque a esquerda precisa de desentranhar os traumas que lhe tiraram o sentido de humor e a tornou sisuda, carrancuda e, as mais das vezes, com péssimo gosto musical e indumentário.

12:46 da tarde | |

 

E se eu fosse engenheiro? (Seria o Wally)



Cynical employee who has no sense of company loyalty and feels no need to mask his poor performance or his total lack of respect.

A chávena de café. Reparem no pormenor da chávena de café.

É a chave(na) do cinismo.

11:18 da manhã | |

quinta-feira, maio 12, 2005 

Abre los ojos

Hoje acordei enquanto o resto do mundo dormia.
Acho que era, pura e simplesmente, a única pessoa acordada.
Ninguém me pode provar o contrário.

7:20 da tarde | |

 

Relevância de detalhe e minudência

Eu não sou da esquerda...

Eu sou de esquerda.

7:12 da tarde | |

 

À descircunstância (meio à toa)

Conheço alguns descircunstanciados.
Dizem-se imunes ao momento, impassíveis e constantes.
São de uma fidelidade católica à coerência e ao que acreditaram, acreditam e sempre acreditarão. Gabam-se de não andar à toa, ao sabor de marés e de serem convictos, fortes, seguros. Não olham para o sol, a mão nunca lhes tremeu, o passo é seguro, forte, directo, sempre, sempre, sempre, sem dúvida, sempre!
Dizem-se cirúrgicos...sim, dizem-se concretos, incisivos, certos.
Mas depois, devagar, devagarinho, vem a circunstância. Afinal, não se compadece de palavras de desprezo, revolta-se quando é ignorada. E já não se fala tão alto, e o peito encolhe, a voz embarga e as palavras, outrora seguras, agora mastigadas, comidas, são contrafeitas.

E outros riem (e quem o evita?).
Mas como o riso é cínico (mas quem o evita?), votam o seu desprezo à descircunstância, ao ideal, ao arquétipo, ao protótipo, ao perfeito, ao total, ao completo.
E brindam, enquanto riem (e riem muito), tão somente, ao real.
Aos primeiros dedico-lhes a frase de António Botto:

"Que horas são? Não é noite nem é dia. É um intervalo suspenso na ponte da fantasia."

Aos segundos, no meio dos segundos, brindo com eles. E rio, rio muito.

5:50 da tarde | |

 

Polémico?

O Tribunal Constitucional considerou que o artigo 175º do Código Penal, que estipula o crime de "actos homossexuais com adolescentes" viola o princípio da igualdade consagrado na Constituição.

Num acórdão de ontem, a primeira secção do Tribunal Constitucional deu razão a um recurso apresentado pelo britânico Michael Burrige, antigo professor da St. Julian School de Carcavelos, condenado em 2003 pelo Tribunal de Cascais a dois anos e dez meses de prisão pelo crime descrito naquele artigo.
In Público - 12/05/2005

11:24 da manhã | |

 

Estado em que me encontro

"Faz impressão o trabalho que se tem em se ser superficial
Faz-me impressão o baralho o vulgar e o intelectual

Sinto depressão conforme perco tempo essencial
Sofro uma pressão enorme para gostar do que é normal

Deixo tudo para mais logo não sou analógico sou criatura digital
Tendo para mais louco não sou patológico sou como o papel vegetal

Faz-me impressão ser seguido imitado por gente banal
Faz-me um favor estou perdido indica-me algo fundamental

Acho que o que gosto em mim o que me motiva é uma preguiça transcendental
E em ti o que me torna afim o que me cativa é esse sorriso vertical como uma impressão digital

Sinto-me uma fotocópia prefiro o original
Edição revista e aumentada cordão umbilical
Exclusivo a morder a página em papel jornal

Faz-me impressão o trabalho a inércia faz-me mal"

Impressões Digitais, GNR, letra Rui Reininho




12:50 da manhã | |

quarta-feira, maio 11, 2005 

Agitar águas



Quantas pessoas, independentemente de juízos de culpa, já se colocaram na posição desesperante de um permanente e asfixiante cerco de 4 paredes?

"...And do not let us fall into temptation but release us from evil.", so they say...

8:40 da tarde | |

terça-feira, maio 10, 2005 

Trauma

Proposta para nova letra do artigo 46º: Não são consentidas associações armadas nem de tipo militar, militarizadas ou paramilitares, nem organizações racistas ou que perfilhem ideologias de extrema-esquerda ou extrema-direita ou que violem a liberdade individual e a propriedade privada. Não são ainda consentidas associações sustentadas em qualquer tipo de fundamentalismo, religioso ou político.

A norma que proíbe, e bem, as associações fascistas, tem de proibir as associações marxistas-leninistas.
In Lóbi do Chá

A constituição é traumática.
Todos sabemos disso. Não o devia ser. Nunca é bom funcionar por traumas. Infelizmente nem todos sabemos disto.
O problema é que, sendo a Constituição "traumática" e tendo sido sujeita a uma terapia de cinco Revisões Constitucionais, a Constituição ainda não esqueceu uma coisa. Que tem traumas maiores que outros. Um trauma de 40 anos foi superior a um trauma de um ano e picos de Gonçalvismo antes da Assembleia Constituinte.

1:00 da tarde | |

 

Cumprindo o pré-aviso



Perigo: Curva acentuada à esquerda

11:23 da manhã | |

 

A love song for Bobby Long



Não faço ideia se o filme é bom.
Mas relembro Rett Butler em "Gone with the wind":
"Quite frankly, Scarlett, my dear...i don´t give a damn."

10:57 da manhã | |

segunda-feira, maio 09, 2005 

O Sete feito pelos seus (poucos) leitores

At 3:00 PM, joao said...
É o famoso juízo de intenção...
A suspeita e a falta de confiança é tanta que quando alguém faz alguma coisa só pode ser (que outra razão haveria, civismo?) por ulteriores motivos...

Pois.
Hoje em dia presume-se que "Everyone wants their slice of the pie."
Eu acho que faço parte da metade do mundo que não tenta tramar a outra.
Mas nesta "sociedadezinha" parece que também estou sujeito a que pensem o contrário.
Gostava de saber o porquê de, sendo todo o comportamento finalista, os fins são sempre presumidos como os piores, mesmo quando não há bases para isso.
Mas para quem julga, e em Portugal são muitos, basta o plausível para se chegar ao certo. Julga-se demais.

Continuo a achar que não é ingenuidade minha.
Fico à espera que o meu pai me diga, pela enésima vez, no enésimo assunto, que preciso de crescer.
Se calhar o nome deste blogue está, pelo menos no que a mim diz respeito, completamente errado. Ou não passa de uma ironia.

4:32 da tarde | |

 

Is this some kind of a joke?



Era uma vez um advogado chato, um arquitecto monárquico e um sociólogo comentador de esquerda...

3:03 da tarde | |

 

Política pela Justiça

O líder da distrital de Lisboa do CDS-PP, António Carlos Monteiro, afirmou hoje que as acções judiciais intentadas pelo advogado José Sá Fernandes contra a Câmara de Lisboa encerravam já a intenção deste de se candidatar à presidência da autarquia. In "Público" 09/05/2005

Nunca ninguém percebeu quais os verdadeiros motivos de Sá Fernandes fazer um uso tão frequente da Lei de Acção Popular. Defensor acérrimos dos interesses difusos? Chato incondicional? Falta de tempo? Cidadão altruísta exemplar?

Ninguém precisa de saber. Se o acesso à justiça existe, é para ser acedido.

A verdade é que também ninguém sabe os verdadeiros motivos desta acusação descabida. Tendência para o despropósito? Falta de oportunidade política? Falar de mais por não ter nada a dizer?

Alguém precisa de saber. Não se põe, do pé para a mão, em causa a imparcialidade de um Advogado e se insinua a promiscuidade entre a Justiça e a Política.
A isto acresce que, se Sá Fernandes é chato, não foi António Monteiro que ele chateou.

1:12 da tarde | |

sexta-feira, maio 06, 2005 

O meu ópio, o meu povo.

Eu passo, eu ganho...

...Tu não, tu não!

Detesto pensar assim; Adoro pensar assim.
Sou como uma equação matemática, tentando resolver-se a ela própria.
Sim, no mínimo é filosófico.

3:19 da tarde | |

 

Caíu o último até à final de Alvalade

Uma pequena cronologia fotográfica de uma tragédia grega, com 22 personagens (mais suplentes), restrição de espaço (passada numa vila holandesa) e num curto espaço de tempo (120 minutos).













AZ Alkmaar - 3 ; Sporting - 2 (Liedson, Miguel Garcia)


ESTAMOS NA FINAL DA TAÇA UEFA!
Estes filhos da mãe ainda me dão um enfarte do miocárdio.
Lisboa ontem foi tudo. Foi o drama, a emoção, o descontrolo. Lisboa foi o ditirambo trágico de Nietzche. Foi o festejar de lágrima no olho, tão rápida e momentânea foi a passagem do inferno ao céu, da derrota à vitória e do desespero à alegria.
Pathos, Clímax e Catharse. Ontem tivémos de tudo.

10:56 da manhã | |

quinta-feira, maio 05, 2005 

In Moutinho ( e não Mourinho, note-se) we trust,





ou apenas mais uma provocação à veneração que o outro tipo que aqui escreve tem por aquele velho acabado.

7:12 da tarde | |

 

Relativamente ao post anterior...

...não me esqueço de uma frase essencial:
"A exigência implica interesse."

5:08 da tarde | |

 

Momentâneas quebras de razão / É o exagero do futebol, estúpido!



"Não vamos desistir de nada. É para ganhar tudo."

É bom que não desistas. Está na altura desses discursos pseudo-heróicos, que ficam tão bem, não caírem em saco roto.
Está na altura de esfolar e morrer pela causa. Altura de partir para cima deles, de massacrar, desfazer e impor uma vontade. Fazer aqueles miseráveis holandeses comer pó, chorar, berrar e espernear. Está na altura de ser um comboio e passar por cima do que está à frente. Mesmo que só seja preciso deixar a porta entreaberta com um empate, está na altura de partir a porta. Está na altura de ser brutal, obsessivo, obstinado e doentio por ganhar.
...porque se hoje jogas deprimido, juro que pego fogo à tua casa.

O adepto atento,

4:51 da tarde | |

 

Being José Sócrates

Terei sido só eu, ou mais alguém reparou que o Secretário de Estado da Administração Interna utiliza as mesmas expressões, as mesmas pausas e tem os mesmos tiques que o nosso primeiro engenheiro?

4:37 da tarde | |

 

Junho/Agosto 1989



Praça de Tiananmen - República Popular da China

Há quem diga que estava alcoolizado. Não se sabe, nunca se sabe.
De qualquer maneira, jamais foi localizado. Não há registos, identidade, nada.
Foi uma fotografia perfeitamente ocasional, um momento, um happening, provavelmente até um acto reflexo.
Mas se estava bebido, gosto de pensar que foi a sinceridade do álcool que veio acima.

2:38 da tarde | |

 

White men can´t smile



Será da Muamba? Da Quizomba? Do Candomblé? Será uma diferente perspectiva de vida?
Ahhh...Vou pegar no meu fleuma e deitá-lo no lixo.
Também quero sorrir assim.

12:04 da tarde | |

 

Não sei bem o quê, mas

há qualquer coisa de comum entre os irmãos Câmara Pereira e os irmãos Dalton.

1:19 da manhã | |

 

Acendo mais um cigarro ou uma questão de bio-ritmo

Deito-me cheio de projectos, porém acordo cheio de vontade de me deitar.

1:15 da manhã | |

terça-feira, maio 03, 2005 

A Mulher / Leonard Cohen



Now the flames they followed Joan of Arc
as she came riding through the dark;
no moon to keep her armour bright,
no man to get her through this very smoky night.
She said, "I'm tired of the war,
I want the kind of work I had before,
a wedding dress or something white
to wear upon my swollen appetite."

Well, I'm glad to hear you talk this way,
you know I've watched you riding every day
and something in me yearns to win
such a cold and lonesome heroine.
"And who are you?" she sternly spoke
to the one beneath the smoke.
"Why, I'm fire," he replied,
"And I love your solitude, I love your pride."

"Then fire, make your body cold,
I'm going to give you mine to hold,"
saying this she climbed inside
to be his one, to be his only bride.
And deep into his fiery heart
he took the dust of Joan of Arc,
and high above the wedding guests
he hung the ashes of her wedding dress.

It was deep into his fiery heart
he took the dust of Joan of Arc,
and then she clearly understood
if he was fire, oh then she must be wood.
I saw her wince, I saw her cry,
I saw the glory in her eye.
Myself I long for love and light,
but must it come so cruel, and oh so bright?

5:54 da tarde | |

 

E quando me dá um antropocentrismo auto-comiserativo dramático sem razão de ser...



http://www.SaveMeNotTheKoala.com

5:19 da tarde | |

segunda-feira, maio 02, 2005 

At 5:30 PM, Sara said... "Agora estou curiosa...Quem é?"

É Maurício Pinilla, "Pinigol".

Sobre ele já se disse:
At 8:30 PM, joao said...
Fala-me do Pinilla. Será o exemplo vivo de que a contradição é interna ao conceito, ou simplesmente uma refutação da celebre "o algodão não engana"?
Alguém que me explique o Pinilla, por favor!!!!!

O Pinilla é isto:
Por vezes um goleador apoteótico, uma torrente de auto-estima, um felino predador, venerado e adorado pelas massas.
Outras, um falhado inveterado, um zero absoluto, um magnífico desastre, um inútil arrasado, uma nulidade criativa com uma confiança miserável, o pior jogador de futebol de sempre, um trapo.

Sabe ser péssimo e sabe ser óptimo. Desconhece o significado de regular e intermédio. É alérgico a qualquer tipo de comportamento previsível.
Emocional como futebolisticamente é um yo-yo, um bipolar, um eufórico-depressivo, um caso de quasi-dupla personalidade, um mistério.
O Pinilla não pode ser explicado. Pelo contrário, o Pinilla explica muita coisa.

"Misturo poesia com cachaça...e acabo discutindo o futebol"

5:56 da tarde | |

 

O Homem mais inconstante do mundo

Esqueçam as questões metafísicas. Esqueçam Deus, o universo, o infinito...
Este indivíduo...

...é a grande questão do nosso tempo.
Porquê??

4:53 da tarde | |

  • PML
  • PM

Eu já mudei de ideias em relação a:

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