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segunda-feira, maio 30, 2005 

E se eu por acaso fosse...o Marcel Proust?

"Há momentos, analisando-me a mim mesmo, julgara eu que o que desejava era justamente esta separação sem nos tornarmos a ver, e, comparando a mediocridade dos prazeres que Albertine me proporcionava com a riqueza dos desejos que me privava de satisfazer (os quais, graças à certeza da sua presença em minha casa, à pressão da minha atmosfera moral, ocupavam na minha alma o primeiro plano, mas que, à primeira notícia que Albertine partira, já nem sequer podiam entrar em concorrência com ela, porque imediatamente se haviam desvanecido), considerara-me subtil, concluíra que não queria vê-la mais, que já não a amava. Mas estas palavras "A menina Albertine foi embora!" acabavam de produzir tal sofrimento no meu coração que sentia que já não podia resisitir-lhe mais, que era preciso por-lhe termo imediatamente;(...)"

- Em busca do tempo perdido / Vol. IV - A FUGITIVA / Albertine desaparecida