terça-feira, janeiro 30, 2007 

o religioso saiu da sacristeca seguido por um bandulho e um sacrispanta*

"A estas sensações, consideradas "sensacionalismo" pelos detractores do movimento, haveriam os três médicos convidados de associar noções científicas básicas e uns quantos números sobre pulsações às oito semanas de vida intra-uterina. Os três sabiam, contudo, que o impacto das imagens mostradas era muito mais eficaz que qualquer teorização, o que, aliás, não esconderam. Questionado sobre se aquelas imagens seriam mostradas ao público, o obstetra João Paulo Malta respondeu sem hesitar, rodeado da parafernália multimédia: "O mais possível." (Ricardo Dias Felner, versão integral disponível on-line.)

*A espuma dos dias, Boris Vian

Pm

domingo, janeiro 28, 2007 

visita adolescente aos domingos de quase sempre

I don't wanna go and party
I don't wanna shoot the pier
I don't wanna take the doggie out for a walk
I don't wanna look at naked chicks and drink beer
I don't wanna do a bong load and go and wrench on the car
I don't wanna go and hose the dogshit down
Cause i ain't even gonna get out of bed
Keep on skankin' ronnie skank the night away
But the time is comin' for us all to pay
I don't wanna watch no porno
I don't wanna play guitar
I don't wanna spank the monkey
I don't wanna go down to the corner bar
Ain't even got to listen to all the stupid shit you got to say
I don't wanna do a god damn thing
I ain't gonna make my bed today
I don't wanna eat burritos or read about o.j.
Ain't gonna get a head rush cause i ain't gettin out of bed today

Burritos, Sublime, 1996

Pm

sexta-feira, janeiro 26, 2007 

Trair a revolução (LC)

Lately you've started to stutter,
as though you had nothing to say.
To all of my architects let me be traitor.
Now let me say I myself gave the order
to sleep and to search and to destroy.


PML

quinta-feira, janeiro 25, 2007 

Foi mais ou menos como diz o Diário Digital



Micah P. Hinson voltou ontem pela terceira vez a Portugal, desta vez para apresentar o seu «…And the Opera Circuit», num Santiago Alquimista bem composto de um público bem conhecedor da obra do músico.

A figura de Micah P. Hinson é bastante caricata. Com apenas 25 anos, já conta com uma história conturbada que envolve problemas com drogas, acidentes graves. Ao vivo, revive todo este imaginário com grande afinco nas suas canções e na forma de estar em palco.
No início da sua carreira começou por ser colocado no saco decantautores folk, sendo por muitos considerado um Sufjan Stevens menor. Em palco, mostrou bem como esta definição é redutora e algo desajustada.

Acompanhado por um músico que se dividiu entre o banjo e a bateria (sendo que esta também foi tocada algumas vezes por Will Johnson, que fez a primeira parte), Micah P. Hinson, fumando cigarro atrás de cigarro e com a sua voz rouca e bêbada a lembrar um Shane MacGowan dos Pogues, transportou para o palco toda a emoção e intimidade que as suas canções problemáticas carregam.

Começou por destacar a veia indie ligada à folk/country. Esta faz, por vezes, lembrar um Bob Dylan de «Blood on the Tracks». Em terrenos mais próximos do rock, mostrou-se devdor de uns Pixies, Sonic Youth (principalmente em «You’re Only Lonely») ou até mesmo dos Smashing Pumpkins (em «Close Your Eyes», do primeiro disco, «…And the Gospel of Progress»).

Além de bom escritor de canções, Micah P. Hinson é também um óptimo contador de histórias, com uma bela dose de humor e ironia à mistura (que passaram desde experiências em clubes de strip, às origens do nome do seu pai até críticas a companhias de fast food). No meio de tantas piadas, a postura sarcástica e quase insana de Micah P. Hinson pareceu, por vezes, uma representação. No entanto nada lhe retira um enorme talento, tanto na criação de canções, como na sua apresentação. Na primeira parte esteve Will Johnson, sozinho com a sua guitarra, que arrastou as suas músicas por demasiado tempo, fazendo deste um concerto dispensável.


PML

quarta-feira, janeiro 24, 2007 

Dentro de uma enorme mala de cartão

Na Caixa Geral de Depósitos em Paris.


Pm

 



Nico was coming late for the rehearsal again.
Lou gave her the coldest "hello" ever.
Ages later, she mumbled "that´s why i´m never fucking jews again."
We were off to a fine morning."


Sterling Morrison

PML

 

you´re only lonely


Micah P. Hinson

Para quem está à beirinha de se sentir satisfeito.
Amanhã, no Salquiago Intimista.

PML

segunda-feira, janeiro 22, 2007 

Nenhum

Nenhum é o enclave da quase satisfação pessoal.

PML

 

duas desresponsabilizações relevantes e meia

A jusante,

Preocupa-me a questão referendária quando, de Alvalade à Av. 24 de Julho, não existe uma única máquina de preservativos funcionante.

A montante,

Preocupa-me a questão referendária quando concluo que uma mulher que realize a IVG às 10 semanas e 1 dia, incorrerá, necessariamente, em pena de prisão.
Especialmente sabendo-se que a gravidez raramente é detectada com acuidade antes das 8 semanas.

No global,

Preocupa-me a questão referendária quando parte de interlocutores meus [alguns de tarimba], assumidos como defensores do "Não", admitem perfeitamente a realização de IVG para os próprios, porquanto a bitola do estado é, ou pior, deve ser diferente da bitola daqueles.

PML

domingo, janeiro 21, 2007 

A greve e crise

O direito à greve e o respectivo exercício não devem nem podem ser encarados como datados, inúteis ou meras bandeiras políticas. Imperativo que tem menos por destinatários os grevistas, actuais ou potenciais, do que a imprensa, do que quem sofre os efeitos desse exercício e, enfim, do que a generalidade dos cidadãos.
As greves não são uma distracção, uns dias de férias sem retribuição e muito menos podem ser vistas como uma manifestação ou excesso de quem não quer fazer coisa alguma. Na verdade, a greve é o derradeiro instrumento, ao dispor dos trabalhadores, do equilíbrio das relações laborais e, por inerência, das relações sociais.
De forma mais ou menos assumida e mais ou menos enviesada, o discurso da crise arrasta sempre consigo a necessidade de paz social, necessidade que mais não é do que eufemismo para o melhor é estarem quietos que isto podia – e pode ainda vir a – ser pior. Convém que se tenha presente que nada disto é novo, que esse mesmo discurso acompanhou ciclicamente os (poucos) séculos da história das conquistas sociais.
O exercício do direito à greve não é de modo algum incompatível com uma conjuntura económica depressiva, nem com a modernização: antes lhes é conatural. De facto, é durante esses períodos que os empresários procedem à reponderação e reafectação dos diversos factores produtivos, sendo certo que as maiores mudanças se desenrolarão nos factores em que a sua realização se mostre mais fácil e menos dispendiosa. O mesmo é dizer que a primeira tentação é cortar na remuneração e demais acquis socio-económico dos trabalhadores. De uma perspectiva imediatista, estes cortes são os mais apelativos. Porém, as demais das vezes, não asseguram verdadeiramente a viabilidade da empresa. De qualquer forma, a legitimidade da contestação negocial, de que a greve é paradigma, vale por si mesma, não tendo de se fundear em argumentos de índole corporativa: cada conquista dos trabalhadores é um passo no sentido da justiça social e, enquanto tal, um passo para a humanidade.
A pressão decorrente da existência de uma alta taxa de desemprego, associada aos soundbites catastrofistas que ecoam por toda a imprensa, coloca os trabalhadores grevistas numa situação ingrata perante os seus concidadãos, traduzida por ditos análogos ao deplorável se não queres há quem queira. Como é bom de ver, nada melhor do que muitos desempregados e muitos trabalhadores em situação precária – contratação a termo, trabalho temporário, recibos verdes, imigrantes ilegais, enfim, situação tão polifórmica quanto a imaginação alcança - para que os trabalhadores normais sejam vistos como anormalmente privilegiados. A greve surge, pois, como um direito cujo exercício é cada vez mais difícil, porque socialmente pouco tolerado. O exemplo recente vivido no metropolitano de Lisboa é bem ilustrativo deste estado de coisas. Nada melhor do que fazer circular que parece que é por causa do contrato colectivo para convencer a generalidade das pessoas de que o que está em causa é um mero capricho dos trabalhadores e que alguém os devia pôr na ordem. O facto é que apenas com a manutenção desse contrato colectivo, ou com a negociação de um novo, não se registrará uma situação de retrocesso relativamente aos actuais e futuros trabalhadores daquela instituição. Felizmente, esta greve produziu efeitos, uma vez que parece haver agora disposição da Administração do Metropolitano para negociar a prorrogação do acordo de empresa. Infelizmente, é diminuto o relevo dado pela imprensa a este resultado. Esta gestão da informação tem por consequência a descredibilização do movimento sindical, desincentivando igualmente a participação social activa. E é nesta participação que se valida a democracia: a ausência daquela é tão ou mais forte sintoma da crise das instituições do que a tão propalada abstenção eleitoral.


Pm

sábado, janeiro 20, 2007 

Assíncrono

Antever saudades de um onde a que se acaba de chegar.

Pm

quinta-feira, janeiro 18, 2007 

O direito a caminho do galheiro

Processualmente,o Srgt. Luís Gomes não tem interesse em recorrer da sentença em processo de regulação paternal de uma criança, da qual cuida desde os três meses de idade.

Processualmente, este homem foi condenado a seis anos de cadeia por crime de sequestro, cujos tipos objectivo e subjectivo - me parece a mim - não se encontram preenchidos.

Não percebo nada de regulação do poder paternal, mas é por toda esta panóplia farisaica, com a qual lido diariamente e da qual uso, abuso, moldo, distorço e manufacturo, que deveríamos ter estagnado nas sociedades primitivas do Herbert Hart.

No início era a regulação pelo princípio.
A regra não fez muito mais do que destruir.

PML

 

O Pete Doherty não lava o cabelo



Aprendi com o tempo que as boas músicas deixam as plateias apáticas.

Rockingly yours,
PML

 

Post sentido, propositadamente conciso e pouco erudito

É um dia triste.
O meu grande amigo bazou.

PML

terça-feira, janeiro 16, 2007 

Intervenção de terceiros



PML

domingo, janeiro 14, 2007 

Mania que é ismos

As pessoas dividem-se entre quem lê Um blog sobre kleist e quem lê Um blog sobre processo civil.

PML

 

Au point


Post roubado à lux.
Parece-me, de facto, que é disso que se trata.

PML

 

Nojo de argumento

Um médico da plataforma do "Não" acusou os defensores do "Sim" de chorarem mais a morte de Saddam Hussein que a morte de um embrião.

Para além de cair na falácia de presumir que o embrião não poderia, um dia, ser ditador no médio oriente e autor de chacinas várias, é sem dúvida uma perspectiva muito utilitarista da vida, a do médico. Utilitarista demais, para quem se arrogue tão moralmente defensor daquela.

Pior que os estúpidos propriamente ditos é a falta de pachorra para os que sucumbem acriticamente aos argumentos(?) dos estúpidos.

A excitação e a hipocrisia destes senhores não pode, desta vez e de uma por todas, nem permitir que se empole a situação, nem que se desça ao nível citado.

PML

sábado, janeiro 13, 2007 

11 de fevereiro

A negação da existência de quaisquer influências judaico-cristãs, e mesmo católicas, é um exercício que nunca corresponde inteiramente a verdade: ele, orgulhosamente ateu, não só se benzia sempre que ouvia a palavra obra como pensava - e até sussurrava - deus nos guarde de cada vez que se cruzava ou avistava um dos obreiros de deus. Não obstante, deus era sempre, mas mesmo sempre, sussurrado em minúsculas.


Pm

sexta-feira, janeiro 12, 2007 

Bater na tecla

Agora a sério, qual de vocês não acredita que o blogue Abrupto é escrito a vinte mãos por pequenos gnomos algemados, que trabalham ao som de Kraftwerk?

Só que a excitação foi tanta que toda a gente pensa que é o Pacheco Pereira.

PML

quinta-feira, janeiro 11, 2007 

Em favor das pequenas lendas

E se o propalado dilúvio do Noé tiver sido um mero levantamento dos níveis freático e piezométrico, com as habituais repercussões, essencialmente na zona de Águeda?

Só que, invariavelmente, com tanta excitação, a situação resultou empolada.

PML

quarta-feira, janeiro 10, 2007 

Em favor das pequenas penas

E se Prometeu não tivesse sido propriamente agrilhoado ao monte Éfeso, mas tivesse ficado com a túnica presa na escarpa e os animais que o rodeavam não eram propriamente abutres, nem corvos, nem condores, nem águias, nem açores, nem o Pauleta, nem falcões cara-de-moeda, nem pterodáctilos, nem codornizes, nem avestruzes, nem galinhas, nem galos, nem frangos, nem pintos, nem cordilhões, nem papagaios, nem cotovias, nem melros, mas um cuco que para ali voava?

E aquilo foi tudo um bocado empolado pela excitação.

PML

 

Em favor dos pequenos milagres

E se, em vez de uma santa propriamente dita, tivesse aparecido uma beata, vá lá, uma senhora que sempre se portou bem, não propriamente em Fátima, mas numa zona, em termos geográficos, relativamente adjacente a Leiria e essa senhora tivesse revelado aos pastores, não necessariamente três segredos propriamente ditos, mas três rumores, vá lá, três boatos que corriam por ali?

E aquilo foi tudo um bocado empolado pela excitação.

PML

sexta-feira, janeiro 05, 2007 

Viver acima do peep show

Agora sim, Lisboa tresanda a sexo.

PML

 

little distrust



Na foto, Chan Marshall.

PML

 

I was never one for patience,
I was never one for trust,
I´m a little bit neurotic
So ignore me if you must


~Não lembro autor~

PML

quinta-feira, janeiro 04, 2007 

Tempos de liceu



Vitória de Guimarães 3 - o Real Sociedad
(Dane 2, Pedro)

No ano seguinte, o Vitória era patrocinado pela Milraz.

PML

 

Sete & Sismos a meia haste



Fernando Correia já não faz parte da rádio TSF e deixa, assim, de apresentar o programa Bancada Central, entretanto extinto pela emissora. A decisão foi hoje comunicada pelo próprio.

PML

quarta-feira, janeiro 03, 2007 

Eu percebo de porra nenhuma (4)

Há dias assim.

PML

terça-feira, janeiro 02, 2007 

Volúvel

Disse volátil por volúvel. Primeiro admitiu ter errado. Depois, disse que não, que aquele em sentido figurado era sinónimo deste.

Pm

 

There´s only one Bento

O seu sportinguismo era de uma profundidade tamanha, que preferia chamar Benedito dezasseis ao Papa.

PML

segunda-feira, janeiro 01, 2007 

Eu percebo de futebol (3)



Parece que não se mete na droga, nem abusa do alcóol, nem veste casacos de pele.
Este jovem [que ostenta semelhanças notáveis com o meu co-administrador de blogue, sobretudo ao nível capilar] tem tudo para ser um verdadeiro estoiro no futebol da próxima década.

PML

 

Eu percebo de música (2)



antony & the johnsons - Cripple and the starfish

PML

 

Eu percebo de cinema



A fórmula é a mesma de Magnolia, continuada por Crash, misturada com Amores Perros e 21grams, que antecederam Babel na chamada triologia da morte de Iñarritu, que aqui termina, da melhor maneira.

Mais que mais do mesmo, Babel é melhor do mesmo.

Boa interpretação de Brad Pitt, que já valeu a nomeação para globo de ouro na categoria de melhor secundário.
Mas a minha atenção vai especialmente para Kôji Yakusho, no papel de adolescente surda-muda no desenraizamento e alienação de Tokyo, tanto mais que até hoje nunca suportei actores japoneses [em penúltimo na escala, logo acima dos portugueses].

Um bom filme.

PML

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