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segunda-feira, fevereiro 27, 2006 

9:44 a.m.

A caminho do trabalho, travei numa passadeira para deixar passar um senhor velho.
Acenei-lhe para que passasse, porque o tempo não pára.

Tinha os olhos muito abertos de medo, os dentes cerrados de medo e apertava contra o peito uma pasta preta e velha, como a que tinha o contabilista da minha avó chamado Firmino.

Pelo olhar do senhor velho, breve - porque o tempo não pára - vi que o senhor velho não se assustou comigo, nem teve medo de mim ou do trânsito.
O senhor velho tinha medo de viver.

Zé Gato

achas que ele ainda tinha idade paa isso?

Alzheimer...

Então e não lhe deste um tiro?

Bom... sinto-me feliz de não ser a única Paulo Coelho por aqui.

Tu não és Paulo Coelho por aqui.
És Paulo Coelho no teu blogue.

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