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quarta-feira, fevereiro 22, 2006 

Ponte

A única ligação possível para a epígrafe "Religião e Punk Rock" do blogue a voz do deserto teria de ser a imagem de Johnny Cash à saída da Igreja Baptista de Hendersonville.

Mas isso basta, de longe, para justificar.

Zé Gato

Sim. Punk, o Cash.
Ou melhor, Cash o Punk.

Não estou a falar de mohawks, nem microfones com saliva. Godfather of punk, se preferires.

É uma questão de letras e de atitude.
Ouve lá o "Ring of Fire", abstrai-te da sonoridade country e diz-me lá que não é punk. (Noutro contexto, ainda mais punk, recomendo vivamente o cover pelos social distortion)

Um homem talentoso, que se auto-destrói é Punk.
Nem é preciso ver o walk the line... :)

Olha lá, ó estrôncia, eu vou dos MC5 aos Stranglers, dos Clash aos Rancid, dos Propagandhi aos Thrice, dos Subhumans aos Black Flag, dos Adolescents aos Pennywise.

Em primeiríssimo lugar, não te admito uma coisa dessas (até porque espetava o cabelo com sabão e manufacturava as minhas próprias t-shirts).

Em segundo lugar, os punks também têm sentimentos. E essa melosice do anjo caído até a chegada da miúda seems pretty punk to me.

E dizeres que sou uma sumidade(?) em matéria punk não é mais do que bateres onde dói mais.

Em 1955, um guitarrista magro e arredio que chamava a si mesmo de J.R. Cash entrou naquele que logo seria o famoso Sun Studios, em Memphis. E foi um momento que deixara marcas profundas na cultura americana. Com a fúria de seus acordes na violão, uma intensidade de aço e uma voz tão profunda como a noite, Cash cantava canções sobre dores de amores e sobrevivência que eram cheias de energia, cheias de vida, e algo nunca ouvido antes.
Aquele dia deu início a eletrizante carreira de Johnny Cash. Como pioneiro de um som hipnótico e original que abriria o caminho para as futuras estrelas do rock, country, punk, folk e do rap, Cash começou também sua agitada transformação pessoal. No período mais volátil de sua vida, ele passou de um destrutivo pop star ao famoso ícone representado pelo "Homem de Preto", enfrentando seus próprios demônios, lutando pelo amor que o reabilitaria e aprendendo a andar sobre o fio da navalha que separa a redenção da destruição.

Sou eu que estou a ver mal ou li punk e Cash na mesma frase?

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