9:44 a.m.
A caminho do trabalho, travei numa passadeira para deixar passar um senhor velho.
Acenei-lhe para que passasse, porque o tempo não pára.
Tinha os olhos muito abertos de medo, os dentes cerrados de medo e apertava contra o peito uma pasta preta e velha, como a que tinha o contabilista da minha avó chamado Firmino.
Pelo olhar do senhor velho, breve - porque o tempo não pára - vi que o senhor velho não se assustou comigo, nem teve medo de mim ou do trânsito.
O senhor velho tinha medo de viver.
Zé Gato
Acenei-lhe para que passasse, porque o tempo não pára.
Tinha os olhos muito abertos de medo, os dentes cerrados de medo e apertava contra o peito uma pasta preta e velha, como a que tinha o contabilista da minha avó chamado Firmino.
Pelo olhar do senhor velho, breve - porque o tempo não pára - vi que o senhor velho não se assustou comigo, nem teve medo de mim ou do trânsito.
O senhor velho tinha medo de viver.
Zé Gato
achas que ele ainda tinha idade paa isso?
Posted by ana | 2:17 da tarde
Alzheimer...
Posted by Carol | 2:43 da tarde
Então e não lhe deste um tiro?
Posted by Zé Pedro Silva | 6:59 da manhã
Bom... sinto-me feliz de não ser a única Paulo Coelho por aqui.
Posted by Sumares | 10:36 da manhã
Tu não és Paulo Coelho por aqui.
És Paulo Coelho no teu blogue.
Posted by Zé Gato | 1:06 da tarde