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quarta-feira, junho 15, 2005 

Um brinde à aceitação

Não carrego mais a esperança de ser jogador de futebol: o João Moutinho tem menos seis anos do que eu. Para me confortar, relembro o Liedson, que foi caixa de supermercado até aos vinte e poucos e o outro, o Edmilson do Salgueiros, que era contabilista. Ora, não vale a pena. Não vou ser. Já passou. Digo jogador de futebol porque brinco às sinédoques. O todo é aquela arrogância adolescente de quem julga que vai ficar para a história ter dado lugar a um sorriso amarelo. Percebe-se cedo, interioriza-se no entanto mais tarde, que a rotina anónima vai preencher o lugar da imortalidade sonhada de deixar qualquer coisa. Tem de ser assim, vai ser assim para quase todos nós e, paradoxalmente ou talvez não, é a única forma de vivermos todos menos mal. Aqui chegado podia sempre carregar meia dúzia de frases do Paulo Coelho por debaixo do braço e deixar-me estar, fútil e tributável. Certo, deixo-me fútil e tributável, porém, levanto bem alto o braço onde seguro a garrafa de super bock, deixando cair os disparates do Paulo Coelho que nunca carreguei, e brindo à imortalidade enquanto viva.

wow!

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