Fico à espera da Comunidade Internacional
A auto-proclamação de Kumba
Mesmo com o apoio das forças armadas guineenses e do Supremo Tribunal de Justiça, o retorno de Kumba Ialá vai ser longe de pacífico.
O Supremo decidiu baseado em que qualquer acto político assenta numa manifestação de vontade. E, como tal, padece de vícios.
Como não custa a acreditar, Kumba terá sido efectivamente coagido a abdicar da presidência da república da Guiné, em pleno golpe de Estado. Daí a retirar a legitimidade para voltar e cumprir os dois anos que lhe restavam, foi um saltinho. Juridicamente não parece haver nada a apontar.
O problema é que daqui à guerra civil também vai um saltinho. Kumba governa com um apoio étnico específico e não é querido pela população restante. A política não deve nortear a justiça, atenta a separação estrita entre os dois poderes. Mas isto ainda vai dar asneira para aqueles lados.
Provavelmente, o melhor teria sido agarrarem-se à legitimidade revolucionária do Golpe de Estado e o seu efeito de "zerar" a legitimidade política de Kumba. Não que eu acredite piamente nesse efeito revolucionário.
Mas a Guiné só teria a ganhar. E como bem se sabe...nestas coisas, a Guiné é que fica sempre a perder.
Mesmo com o apoio das forças armadas guineenses e do Supremo Tribunal de Justiça, o retorno de Kumba Ialá vai ser longe de pacífico.
O Supremo decidiu baseado em que qualquer acto político assenta numa manifestação de vontade. E, como tal, padece de vícios.
Como não custa a acreditar, Kumba terá sido efectivamente coagido a abdicar da presidência da república da Guiné, em pleno golpe de Estado. Daí a retirar a legitimidade para voltar e cumprir os dois anos que lhe restavam, foi um saltinho. Juridicamente não parece haver nada a apontar.
O problema é que daqui à guerra civil também vai um saltinho. Kumba governa com um apoio étnico específico e não é querido pela população restante. A política não deve nortear a justiça, atenta a separação estrita entre os dois poderes. Mas isto ainda vai dar asneira para aqueles lados.
Provavelmente, o melhor teria sido agarrarem-se à legitimidade revolucionária do Golpe de Estado e o seu efeito de "zerar" a legitimidade política de Kumba. Não que eu acredite piamente nesse efeito revolucionário.
Mas a Guiné só teria a ganhar. E como bem se sabe...nestas coisas, a Guiné é que fica sempre a perder.