Curto e desacertado
Há muito que acho que neste mundinho nos pode caber um pouco de toda e qualquer coisa. Ser, por exemplo, aluno de sociologia de um taxista é papel que já vesti por vezes largas. Hoje, porém, coube-me o inexperimentado, fui psicólogo do barbeiro. Entre os “como é que quer o cabelo?” “curto e um pouco desacertado, por favor” já sentia que o tema futebol fugia. Aos poucos a conversa foi passando do “elas são todas assim” para o “ela é assim” e ao mesmo ritmo do aumento dos singulares e do concreto subia o desconforto natural de quem só está habituado a ouvir a vida daqueles que conhece. Já era tarde de mais para desengatilhar o “ Esse miúdo, o João Moutinho, é mesmo bom!". Só me restou ouvir e sentir um desconforto igual ao da cadeira do dentista.
Espero que, ao menos, o corte tenha ficado engraçadinho!
Posted by Sumares | 12:38 da tarde
Como podia? Ele só pensava na vida...
Posted by Marco Tábuas | 2:31 da tarde
Como podia? Ele só pensava na vida...
Posted by Marco Tábuas | 2:31 da tarde
Bem imagino o sofrimento... nestes serviços em que há um estar com outra pessoa que demora algum tempo devia - por lei - ser estabelicida como quase pergunta obrigatória se o cliente deseja que NÃO lhe dirijam a palavra durante a feitura do dito serviço, para além do estritamente necessário (curto ou muito curto). É que não há paciência para falar do tempo, do tempo de hoje, do tempo de ontem, do tempo de amanhã, do tempo primaveril em geral, do verão que está para vir, da seca que se viveu, e depois juntar os futebóis, os big brothers e as manchetes dos jornais.
Posted by Tiago Mendes | 4:06 da tarde