Mais do mesmo
Se o debate Cavaco-Alegre foi um lado-a-lado, em vez de um frente a frente, o debate Soares-Jerónimo foi um "dois do mesmo lado".
Ao cabo de cada réplica, havia uma concordância quase absoluta.
Soares elogiou a verticalidade do eleitorado comunista e exortou ao voto destes em Jerónimo, "como é tradicional desde sempre".
E contou-nos histórias como quando "estava na Guarda e havia uma greve posta em perigo pelo Governo. E eu até fui à televisão e disse - Atenção que os direito à greve é sagrado."
Jerónimo, que esteve melhor, defendeu as ideias base da luta laboral, da necessidade de melhorar os direitos dos trabalhadores do sector privado e questionou a crise, apesar das condições lançadas pelos fundos comunitários.
Nunca questionou Soares, pelo enorme temor reverencial que lhe tem.
E assim se conseguiu o esperado. Emparedar Alegre.
Soares ajuda a fixar votos no PCP, receando uma fuga do eleitorado comunista para Alegre.
Jerónimo afirma ir até ao fim e retribui as elegâncias de Soares, sorrindo a cada tirada vaga, daquelas a que o "Soares em grande forma a todos já habituou".
Zé Gato
Ao cabo de cada réplica, havia uma concordância quase absoluta.
Soares elogiou a verticalidade do eleitorado comunista e exortou ao voto destes em Jerónimo, "como é tradicional desde sempre".
E contou-nos histórias como quando "estava na Guarda e havia uma greve posta em perigo pelo Governo. E eu até fui à televisão e disse - Atenção que os direito à greve é sagrado."
Jerónimo, que esteve melhor, defendeu as ideias base da luta laboral, da necessidade de melhorar os direitos dos trabalhadores do sector privado e questionou a crise, apesar das condições lançadas pelos fundos comunitários.
Nunca questionou Soares, pelo enorme temor reverencial que lhe tem.
E assim se conseguiu o esperado. Emparedar Alegre.
Soares ajuda a fixar votos no PCP, receando uma fuga do eleitorado comunista para Alegre.
Jerónimo afirma ir até ao fim e retribui as elegâncias de Soares, sorrindo a cada tirada vaga, daquelas a que o "Soares em grande forma a todos já habituou".
Zé Gato
Se bem me lembro, Jerónimo de Sousa também elogiou o segundo mandato de Soares e meteu a talhe de foice que "não desiste na primeira volta" e "numa eventual segunda, os "meros interesses partidários serão secundarizados em nome da Democracia".
Mas nunca referi que o J.Sousa não se tinha diferenciado do Soares. Diferenciou e bem. Contudo, nao deixou de dizer vezes, e não foram poucas, que estava de acordo na "divergência".
O Público refresca a memória:
Sistema judicial, OTA, TGV, NATO não tiveram divergência alguma.
A União Europeia e a responsabilização de Governos pela má afectação dos fundos sim, tiveram divergência e nem se esperaria o contrário.
A única divergência em relação à concertação social foi J.Sousa ter dito que podia ser um mal ou um bem , consoante quem se concertasse e M. Soares ter dito que era um bem.
Ambos sorriram quando Soares mencionou que este debate sim, "era um frente a frente".
M. Alegre não foi discutido, combatido, mencionado. Certo.
Mas passou claramente a intenção de fixar votos do PCP em J.Sousa, o que beneficia ambos.
Ainda ontem em Beja, M. Alegre teve imensos militantes comunistas a apoiá-lo.
Isso não é, naturalmente, desejável.
Se dizes que o votoPCP em Soares foi conjuntural e bem sei que o foi (aliás, J. Sousa não se escusou a dizê-lo), também deverás concordar que nunca um debate entre um secretário geral do PCP e M.Soares foi tão cordato e concordante.
Isso não implica colar a candidaturas, não implica retirar dignidade à candidatura, não implica bajulações (pergunto-me se a totalidade dos comunistas se terá revisto no elogio ao 2º mandato de M. Soares - penso que nem tu.)
Implica estratégia. E o PCP, como qualquer outro partido político não é imune à estratégia e à capitalização de votos.
A propósito:
Hoje às 11 da manhã, deram entrada 10.000 assinaturas no tribunal constitucional.
Proto-candidato, só se for candidato protótipo.
Posted by Zé Gato | 2:56 da tarde