Os familiares de um soldado norte-americano morto em Novembro no Iraque instauraram um processo contra a Yahoo! por esta empresa se negar a conceder-lhes o acesso ao e-mail do falecido. O gigante de Internet argumenta que o correio electrónico é privado.
A família do cabo Justin Ellsworth, morto a 13 de Novembro, quer compilar todos os e-mails juntamente com outras mensagens num álbum de recordações, segundo informa esta segunda-feira a CNN. -
In www.diariodigital.pt
No mínimo curioso. À parte a discussão jurídica da questão, direito fundamental sem sujeito, esfera privada (mas qual esfera?), coisa e tal...
A password do meu e-mail vai comigo para o outro lado!
Essas compilações memoriais, parece-me, acabam sempre por ter um ridículo efeito inverso. Relembrar um ente querido com, por exemplo, uma aquisição de uma embalagem de prozac
via e-mail, uns engates virtuais manhosos ou uma subscrição por internet do livro " A vida sexual de Paris Hilton - Anjo ou Demónio?" são paliativos muito pequeninos para quem não tem momentos vividos, ou dificilmente se deixa marcar por eles. Porque não bastam gestos, imagens, frases e experiências? Por mim nunca quereria ler a correspondência electrónica de ninguém. Muito menos quereria que lessem a minha.
Lembra-me uma conversa passada sobre se a fotografia era um
fim em si ou
ponto de partida para relembrar um momento e uma sensação. A segunda, certamente... Quem tiver boa memória pode até dispensá-la.
E a beatificação nunca é uma boa saída.