« Home | Sete & Sismos aterram no século XXI » | Em breve...um link permanente. » | Uma filosofia circunstancialmente perspectivada » | Parentes que dão jeito » | Original Sound Track das Legislativas 2005 » | "É ferida que dói e não se sente..." » | Ah, claro!! Tudo faz sentido...deus tem sentido de... » | Ressaca Verbal » | All together now! » | Ha noites assim! » 

sábado, dezembro 18, 2004 

Ai coitadiiiiiiinho...



Pedro Santana Lopes lamentou hoje o clima de instabilidade criado em torno do seu Governo, a falta de "sossego" e as "facadas nas costas" de que se disse alvo, na primeira entrevista televisiva após a dissolução do Parlamento.

"Tenho as costas cheias de cicatrizes das facadas que levei", salientou, notando que recebeu as funções governativas como "uma herança" que não pediu.

"Passaram-se quatro meses a discutir, não as medidas que tomámos, mas os episódios", disse Santana Lopes, salientando que "a credibilidade dos Governos mede-se pelas medidas que tomam".


Episódios? Discutiram-se episódios? Episódios sem importância...frutos da mesquinhice dos portugueses. Episódios frugais, vulgares e triviais como fazer esperar o Presidente da República 45 minutos, na cerimónia de tomada de posse, para trocar uma Secretária de Estado da Defesa para a Cultura? Episódios como o desgaste do Governo, pela salvaguarda suicida a um Ministro suicida (Rui Gomes da Silva), que simplesmente não devia ter constado um minuto mais do organograma do Governo? Episódios como contradições sucessivas (vg: questão do aborto, políticas de continuidade, cimeira lusofrancesa...). Episódios como a colocação em causa da legitimidade do Presidente para a dissolução? Episódios como um choramingar constante?
Não se trata de episódios. Trata-se de uma comédia romântica. Mas como curta metragem que foi, acabou. Venha o genérico e comece o novo filme.

caro pedro,

grande confusão que vai nessa cabeça; quase parece que andas a pensar como um jornalista (salvo a contradição nos termos: pensar/jornalista; sim, generalizei, bla bla, sim sim).
para começar o vocábulo literário "episódios" aparece irremediavelmente manchado por uma nódoa que lhe foi colocada pelo jorge [cfr. infra, alínea v), 3.º §].
seja como for, falas de "episódios"... não é que não os haja, bem pelo contrário... só que aqueles que citas não são os relevantes:

i) alguns nem episódios são: o "choramingar constante" é uma atitude, não um episódio;

ii) outros são irrelevantes, como salvaguarda suicida a um ministro suicida - aí é (falta de) estratégia política, nada tem a ver com a questão em si (já se falasses do que o ministro da silva disse em relação ao prof. mrs ou em relação à aacs seria diferente);

iii) "fazer esperar o presid. da repúb. 45 minutos" é um problema do jorge, que se dignou a esperar;

iv) as contradições sucessivas? onde as há no aborto? as políticas de continuidade representam uma contradição para um eunuco, não para quem pense no 'problema';

v) mas, por último, a colocação em causa da legitimidade do jorge para a dissolução; falamos de que legitimidade?

- da jurídico-constitucional? tem toda e mais alguma; embora não deixe de ser absurdo ver a esquerda defendê-la agora quando a contestou histericamente no início do verão; e não obstante o desrespeito total em relação ao joão bosco - 2.ª figura do estado - e ao cons. de estado, já para não falar do desprezo pelos cidadãos em ter demorado tanto a dar explicações;

- da política, aferida em relação à realidade? de novo, toda e mais alguma; o que é absurdo é depois aprovar o orçamento... tb deve ter tido uma quebra de tensão na altura...

- da política, aferida em relação ao que ele disse? ora aí é que a porca torce o rabo; o jorge tinha uma "catrefada" de motivos por onde pegar; tantos que até falta papel para os escrever a todos! e devia começar pelas condições que colocou no início do verão... mas não. refere-se a uma série de "episódios" que dispensa de elencar e que puseram em causa a legitimidade (qual? a única que tinha era a que ele - o jorge - lhes tinha dado...) e credibilidade do governo... mas a esquerda esquece isto (como, também se deve dizer, noutras alturas a direita - se bem que não sei onde esteja ela em portugal - faça o mesmo...).

ps: viva a albânia.

dúvida metódica: se tu sabes quem sou, é preciso assinar?

entre essas condições estava a continuação de políticas do governo barrosista. Resta saber se o PR pode legitimamente erigir em critério de dissolução uma espécie de "norma criada ad hoc", já que puxas tanto ao jurídico. De qualquer forma era a essas que me referia. Mas estou demasiado ocupado para contraditar contigo agora. Fá-lo-ei com toda a calma e respeito pela "direita avant-garde", logo que o jogo do Sporting acabar. Ainda não perdi prioridades.
De todo o modo oferece-me dizer-te "Rais te partam pelo trabalho que me dás a responder-te".

Certeza metódica: Se eu sei quem tu és, nem o preciso de referir.

Tendo ganho o Sporting por 4 a 2...

1 -Reportando-me ao aborto, certamente te lembrarás do Santana, em pleno episódio Borndip, exultantemente ter admitido rever a despenalização, para no dia seguinte ser desmentido por um dos seus ministros e no posterior, ter vindo a público acrescentar "...só no final da legislatura."
Eu vislumbro aqui uma "contraditio". Tu não?

2 -Se temos um PR banana que espera 45 minutos por um tipo que deve fazer essas coisas porque ouve vozes, sabe-se lá...é realmente um problema dele. Mas não pode deixar de se tratar de um episódio, um "happening", vá lá...uma coisa patusca, que nos faz parecer mal, aqui como lá fora. Concordarás, decerto. Improcede então a meu ver que o problema seja SÓ "do Jorge". Quanto muito é O Jorge também um problema.

3 -Sabes tão bem ou melhor que eu que, como poder discricionário que é, logo, insusceptível de sindicância judicial (ou política) o Jorge dissolve quando muito bem entender e consoante o entendimento que fizer do "regular funcionamento das instituições democráticas". Isto em legalidade. Em legitimidade, no prisma sociológico, claro que a população rejubilaria em ouvir as razões. Ele escusou-se a referi-las. Disse que ninguém via esta dissolução como despropositada. Eu não vi, como também não a vi arbitrária ou arreigada em parcialidade partidária. Vi como fundada mas não FUNDAMENTADA. Concordarás comigo, também, que antes um acto político fundado (com razão de ser) não fundamentado, que um acto político infundado (inadequado, despropositado, arbitrário) mas com fundamentação rebuscada e burilada a que tu ou eu estamos já um tudo nada habituados...

Engraçado como um comentário a um post do "santanismo" foi por ti transformado numa crítica ao "Sampaísmo".

São quadrantes, são quadrantes...
Que essa defesa velada do Santana não te torne uma "santanette".

Enviar um comentário