De facto. Muito mais.
a) As máquinas de senhas de atendimento provocam-me efeito semelhante ao da bata do pediatra em criança. Solicitar uma senha tem implícito abdicar de um bom pedaço de vida, sem mais. Ainda assim, constrangimento menor quando comparado com o verdadeiro terror do atendimento: senhas de escolha múltipla como as da CGD:
A- Informações
B- Crédito à habitação
C- Caixa
(respiração profunda)
"Ok, não vai ser difícil. Quero um serviço on-line sobre uma conta já existente. Crédito à habitação não é. Ok, vês como está mais fácil agora? Ou A ou C. Deixa ver, é uma operação, pelo que, vou aristotelicamente para a C, que implica modficação, acção, ao contrário da passividade implícita em "informações"."
Erro. A lógica insondável da caixa sugou-me meia hora extra para além de ter sido objecto do olhar reprovador do bancário que, falando, diria: "não se vê logo que se trata de uma informação?".
Solução: da próxima tiro todas.
b)A minha assinatura não coincide com a minha assinatura. Estranho qb. Mas não pára aqui. "Desculpe, deixa-me consultar qual a minha assinatura que consta como modelo?". Mas não podia, para minha segurança. Podia era fazer uma outra coisa: praticar assinaturas cuja parecença com o arquétipo constante da CGD seria aferida pela funcionária, numa espécie de jogo quente-frio. Assim foi. Para minha segurança.
c)Mas há mais. "Olhe, posso transferir a minha conta para uma outra delegação com uma localização que me seja mais conveniente, por forma a poder praticar assinaturas um pouco mais perto de casa?" Não podia. As contas uma vez constituídas são imóveis. No entanto, a caixa sugere: "Abra uma nova conta na delegação que lhe convém e, em seguida, transfira todo o dinheiro que tem nesta para essa nova conta." Sim senhor. Prático.
Pensei em mudar de banco. Mas não. Opto pelo quotidiano delirante da cgd onde, seguramente,
há muito mais.Marco Tábuas