Escrito às 3
Gosto do impulso explícito.
Gosto de ser abanado e de palavrões cerrados por entre os dentes.
Gosto de pessoas que roubam isqueiros e guardas-chuvas, esses bens sociais e colectivos e gosto do menosprezo da, quando inútil, lei mesquinha e procedimental.
Gosto de maldizer a vida na mesa do café, mesmo em abstracto, quando nada há que o justifique. Porque gosto do injustificado e me derrete o injustificável.
Gostava quando ia longe demais. Não gosto do Rómulo, gosto do Remo porque pisou o risco. Gosto do destino dele e do que lhe aconteceu.
Adoro o despudor a espaços, de quem parece não ter nada a perder. Gosto de quem é normal, num conceito alargado de normalidade.
Sabes, eu gosto é da vergonha das meninas desconcertadas. Agradam-me palavras fortes e até, por vezes, a infâmia. Gosto de pratos e óculos partidos. Gosto de gelar num momento, virar-me para quem me olhe e dizer baixinho, numa simultaneidade de caos repartido em dois: "E agora?" Gosto do pleonasmo, porque fere.
Gostava quando arrasava o cor-de-rosa da tua vida, mesmo que por suave maldade. Deliro com as metáforas chocantes e com a mecânica das coisas. A mecânica do sexo. Gosto da disputa sem competição. Gosto de escrever para quem não sei se existiu, se conheci, se foi meu, a quem pertenci ou é ninguém. E gosto do disconexo, que só pode ser temporário e momentâneo, como este post que não vou voltar a escrever. Gosto dos píncaros. Mas adoro o desinteresse como adoro o verso que não rima e o imperfeito. Gosto de quem promete um beijo e morde o lábio. Vibro com aquela finta escusada e a mais, aquela finta criticada que não deu em golo.
E por isso adoro o desnorte, o comportamento que não é finalista nem finalizado. Gosto das pessoas que não prosseguem objectivos mas, no entanto, vivem. E gosto de, entendendo-as, não ser uma delas. Gosto de todas estas palavras e ideias que escrevi.
E de quando as escrevo em más condições de conduzir, ainda assim, me preocupar com a gramática e a ortografia ébria.
Sabes, gosto desse Deus que ambos ignorávamos. Gosto muito dele.
Eu até gosto de medidas impopulares.
Gosto de ser abanado e de palavrões cerrados por entre os dentes.
Gosto de pessoas que roubam isqueiros e guardas-chuvas, esses bens sociais e colectivos e gosto do menosprezo da, quando inútil, lei mesquinha e procedimental.
Gosto de maldizer a vida na mesa do café, mesmo em abstracto, quando nada há que o justifique. Porque gosto do injustificado e me derrete o injustificável.
Gostava quando ia longe demais. Não gosto do Rómulo, gosto do Remo porque pisou o risco. Gosto do destino dele e do que lhe aconteceu.
Adoro o despudor a espaços, de quem parece não ter nada a perder. Gosto de quem é normal, num conceito alargado de normalidade.
Sabes, eu gosto é da vergonha das meninas desconcertadas. Agradam-me palavras fortes e até, por vezes, a infâmia. Gosto de pratos e óculos partidos. Gosto de gelar num momento, virar-me para quem me olhe e dizer baixinho, numa simultaneidade de caos repartido em dois: "E agora?" Gosto do pleonasmo, porque fere.
Gostava quando arrasava o cor-de-rosa da tua vida, mesmo que por suave maldade. Deliro com as metáforas chocantes e com a mecânica das coisas. A mecânica do sexo. Gosto da disputa sem competição. Gosto de escrever para quem não sei se existiu, se conheci, se foi meu, a quem pertenci ou é ninguém. E gosto do disconexo, que só pode ser temporário e momentâneo, como este post que não vou voltar a escrever. Gosto dos píncaros. Mas adoro o desinteresse como adoro o verso que não rima e o imperfeito. Gosto de quem promete um beijo e morde o lábio. Vibro com aquela finta escusada e a mais, aquela finta criticada que não deu em golo.
E por isso adoro o desnorte, o comportamento que não é finalista nem finalizado. Gosto das pessoas que não prosseguem objectivos mas, no entanto, vivem. E gosto de, entendendo-as, não ser uma delas. Gosto de todas estas palavras e ideias que escrevi.
E de quando as escrevo em más condições de conduzir, ainda assim, me preocupar com a gramática e a ortografia ébria.
Sabes, gosto desse Deus que ambos ignorávamos. Gosto muito dele.
Eu até gosto de medidas impopulares.
E eu gosto deste texto.
Posted by Manel | 6:11 da tarde
E eu também!
Posted by Marco Tábuas | 7:10 da tarde
E eu gosto de ti. És único nestas descomprometidas confissões.
Posted by Gonçalo | 7:22 da tarde