Art of drowning
Estava farto de tomar, todos os dias do ano, resoluções de 31 de Dezembro.
Farto de remar, de vez em quando contra a corrente, acompanhado dos que remam sempre contra a corrente, estava consumido pela provisoriedade dos estados e a fluidez das coisas. Cheio da física e da química.
Mas não queria abrir as mãos, parar o corpo e tornar-se fatalista, deixar-se ir com a água.
Pelo caminho dos rápidos, no meio de troncos de madeira que ebriamente flutuavam à toa e à deriva, encontrou uma pedra. Há tanto tempo que não se agarrava a uma pedra de rocha sólida.
Lembrou-se do que já se tinha esquecido. Mais que das pessoas, de quem ele gostava era das pedras, estáticas e inamovíveis.
Ficou com a pedra enquanto encharcava o cabelo com a corrente.
Uma última resolução de 31 de Dezembro. Só mais outra última resolução.
Farto de remar, de vez em quando contra a corrente, acompanhado dos que remam sempre contra a corrente, estava consumido pela provisoriedade dos estados e a fluidez das coisas. Cheio da física e da química.
Mas não queria abrir as mãos, parar o corpo e tornar-se fatalista, deixar-se ir com a água.
Pelo caminho dos rápidos, no meio de troncos de madeira que ebriamente flutuavam à toa e à deriva, encontrou uma pedra. Há tanto tempo que não se agarrava a uma pedra de rocha sólida.
Lembrou-se do que já se tinha esquecido. Mais que das pessoas, de quem ele gostava era das pedras, estáticas e inamovíveis.
Ficou com a pedra enquanto encharcava o cabelo com a corrente.
Uma última resolução de 31 de Dezembro. Só mais outra última resolução.
really sad.
Posted by Carol | 6:53 da tarde