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domingo, abril 17, 2005 

O-café-do-fundo-da-rua

O-café-do-fundo-da-rua que é entrecortado por um talho,
O-café-do-fundo-da-rua onde o Zé, que faz dois turnos, é guarda-redes ao fim de semana,
O-café-do-fundo-da-rua que está aberto até tarde,
O-café-do-fundo-da-rua onde o balcão é divã da locura urbana não catalogada que emerge e imerge de um qualquer digestivo,
O café-do-fundo-da-rua que tem a esplanada numa arcada,
O café-do-fundo-da-rua a que vou quase sempre sozinho,
O-café-do-fundo-da-rua que me viciou em café queimado.
O-café-do-fundo-da-rua onde vejo vinte minutos do boavista - beira-mar,
O-café-do-fundo-da-rua em cuja paragem é sempre a caminho de qualquer coisa,
O-café-do-fundo-da-rua em que o passado se cruza,
O-café-do-fundo-da-rua que tem qualquer coisa de "Leitaria Dolores",
foi hoje cenário de um qualquer produto da ficção nacional e os seus cinco minutos de fama foram mais merecidos do que os de qualquer participante de um qualquer reallity show.