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sábado, abril 16, 2005 

"Will you still love me, when i´m sixty four?"


Lou Reed & Moby

Não lido muito bem com o sentimento global de envelhecimento. Não tenho medo de crescer, nem nunca tive complexos de "petit prince".
Bem vistas as coisas, nem de envelhecer tenho medo. De perder o viço ou o brilho. Nunca desgostei de rugas e pele baça. Quem é que pode não gostar do toque de pele das mãos de avó?
Mas chateia-me poder perder a atitude. Sobretudo a atitude.
Tenho pavor de me acomodar, de se cavar um generation gap entre mim e outros.
Provavelmente chateia-me a ideia de um dia ficar preso à minha geração. Identificar-me globalmente com a minha geração é algo que me irrita e isso pode acontecer mais facilmente no futuro, que propriamente hoje em dia.
É que a maioria desta geração não gosta de velhos. É precisamente esse o ponto de desidentificação e é também por isso que não gosto de ser da colheita dos "oitentas".
Gostava de pensar que amadureci dos "sessentas" aos "oitentas" e só aí fui colhido.

Há vitória maior que passar dezenas e dezenas de anos pela vida, sem perder o fio condutor que se criou por volta dos "vinte e tais"?
Não há.

"Sempre tive 35 anos." - Bertrand Russell

A Leitaria Dolores subscreve os receios de perder uma certa atitude. Bom post!

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