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sexta-feira, fevereiro 04, 2005 

Voto branco-hospital

A forma era nova: asséptica, inodora e incolor. Um estilo que não é nosso, mas que ao mesmo tempo o é cada vez mais. Tantas regras, tantas alusões ao futebol, umas implícitas outras explícitas. Pelo menos uma coisa é assumida, já ninguém acredita no que quer que seja, ou para estar no mesmo registo, já não há amor à camisola, é um jogo, um jogo com truques e fintas, em que intimamente cada um está a pensar que a gravata que tem casa na perfeição com os tons suaves do cenário. A forma só por si é triste, soa à Era do Vazio, a branco-hospital, cheira a alcóol e éter.
O conteúdo:
A generalidade da argumentação entroncou no apelo ao voto no menos mau: " eu posso ser mau, mas aquele senhor já mostrou que é bem pior". De outra parte a vitimização, aí claramente a casa de Santana Lopes: aquele olhinhos para a câmara, aquele ar do eterno injustiçado, o charme do coitadinho.
O passado sempre o passado. Pior, às vezes o meta debate, o irritante debate sobre o debate. O paradigma da burocracia. Por cima de tudo isto, os comentários do Carlos Magno, senhor que falava num programa de rádio com um psiquiatra, e ousava chamar-lhe "Freud e Maquiavel". Um homem despretencioso, em suma.
Em suma, coitadinhos, virados para o passado, amantes de boatos, burocratas e fanfarrões...
O retrato de um povo?
Não sei, mas por aqui não voto.