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segunda-feira, fevereiro 14, 2005 

"De l'amour de quelque chose"

O tempo não tem lugar no meu projecto, não por um idoso medo da queda final: quem andou no mar sabe que o sal vence os melhores cabos. Vejo felizes os que carimbam o seu passado em paixões futuras; realistas os que vêem como passado amores presentes. Por aqui, prefiro sonhar.
Sem alternativa o pesadelo cumpriu o seu dever, acordei primeiro. A cama fria e transpirada, o algodão por baixo – um mau presságio -, os olhos que mudam de cor e a tua respiração quase silenciosa, depois de tudo isto não chove. Socorro-me de cantilenas abstractas e de fumo cada vez mais denso. Ouço algo como eu não procuro, encontro. Continua a não chover e exijo uma justificação metafísica para tudo isto. Ao atravessar um deserto, só um louco permanece imune ao egocentrismo. Deixo, numa nota ilegível em ritmo sereno, as nossas necessidades de mercearia,

Falta:

- Amor
- Amor
- Amor

Antes do meio-dia acordo-te, e apanho do chão os nossos restos de ternura amarrotada.

Não sei bem o que isso é, mas a prosa é bem boa. Esquece a política e deita mas é mais disso cá para fora.

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