Generation X (the writer)
Narrativa na 1.ª pessoa levada ao absurdamente extremo, sem pudor ou vergonha de expor família, adição, imaturidade, superficialidade, elitismo e cabotinice auto-induzida.
Um nojo.
Numa Hollywood de plástico, temos um escritor "timetravelled" à era warholiana, Bret Easton Ellis e uma personagem Bret Easton Ellis, entre Nova Iorque, LA e um subúrbio que enjoa.
Bret Easton Ellis explora (explora-se? explora-nos?) a sua ansiedade, mais os seus os fatos Armani, mais a sua gabardine Armani, mais o dia em que renovou integralmente o guarda-roupa para a Prada, as festas na loja da Cerrutti da 5.ª avenida, a egomania diagnosticada, demonstrada e abusada (Hey, being america´s greatest writer under forty is not easy), a sua fase da heroína, a sua fase da metadona (crystal meth), a sua fase da cocaína e metadona, a sua fase da heroína e do crack (well, jay, i´m fucking high so i won´t be able to go to that lecture. Tell them "food poisoning"), a sua dispersão sexual, os seus ataques de pânico, o delirium tremens, a mulher estrela de cinema (Jayne Dennis), a negação da paternidade (maybe Keanu Reeves is the father), a relação difícil com o cão, a relação difícil com o filho, o casamento indesejado, vulgo, obrigado, a impotência sexual marital, a traição, o deslumbramento artificial, a desgraça e a embirração constante com a terapeuta nipónica (blame it on the shrink), para quem, habilmente, inventa sonhos objecto da terapia.
100% guaranteed to fuck your head up.
Um lixo.
Porque é que não o consigo parar de ler? Não sei.
Lembra-me o Jarvis Cocker quando dizia "Well, you´d have to go right to understand just how...how low...how low a human being can go".
Um lixo, bem entendido, mas é daquele tipo de lixo genial. Daqueles livros que se lêem com o estômago.
PML