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terça-feira, novembro 22, 2005 

Acceptance (F.)

Entre os milhares de volumes e o fumo fumado, a clareza do exterior fracassava em alcançá-lo.
Se lá fora tudo era mutável e no entanto claro, escolhera a opacidade, ainda assim, perene.

Desde cedo que, por destreza ou capitulação, exerceu o privilégio egoísta de não ser compreendido. Não lutava para o ser. Era-o. Mesmo que por reacção, revolta ou desdém. Era-o.
Está há trinta anos quieto, esperando que estejam perto dele, ainda que sem o compreender. Sem o tentar compreender.

E o mais que pode dar ou oferecer, consciente do muito que dá, é a constante renúncia a tentar compreender quem se atreva a acompanhá-lo.

Zé Gato