sete & sismos

Vangloriar-me do meu record de 320,5 metros no jogo do Yeti e do pinguim.

Ter um amigo doentio na terra natal, que me supera em 2,9 metros, dá-se ao trabalho de fazer save screen e esperar pacientemente durante dois dias(!) para me enviar o ficheiro por msn e reclamar o seu reinado. Destruído. Estou destruído.
Como reza a lenda e manda a tradição, abdico do trono e fujo envergonhado.

Depois, pegar nos bocados do orgulho, construir de novo e ficar até à uma e dezoito da manhã a tentar mais e melhor atirar o filho da mãe do pinguim para longe.
Já me dói o dedo direito. Prestes a desistir,

Eis que se faz um resultado fabuloso. O pinguim nunca voou tanto. A bastonada nunca foi tao forte.

Julgo-me herói. Sou herói. É o meu momento, a minha hora, tenho o sucesso - este sim - que sempre pretendi.
Preparo o discurso do arraso. Freneticamente voam pensamentos de vingança e espuma da justiça de reaver o que é por direito meu.

Constato que fiz 323,4 metros.
Exactamente... o mesmo que ele.

Arrasto-me para a cama com o peso e a frustração da comunhão de reinados.